Polícia bandida
A cada dia, é só abrir os jornais, que nos deparamos com notícias de policiais, civis e militares, atirando em civis inocentes. À questão de uns dez anos, a Brigada Militar perseguiu um carro, na BR-116 (Porto Alegre-Canoas), atirou contra o veículo, acertando a coluna do jovem motorista, que ficou tetraplégico. Recentemente, na Capital, houve fato semelhante. O jovem não era marginal, assustou-se com a “batida” da polícia civil e não parou. Vai ficar a vida toda numa cama... Na mesma semana, no interior, um PM atirou num garoto que não parou... No Rio e São Paulo há muitos PMs indiciados por crimes. Eu não sei, mas se ver uma blitz noturna, não sei se eu pararia, pois, ao que tudo indica, coletes e uniformes militares, por não são zelosamente guardados, conforme a experiência nos revela, pois volta-e-meia aparecem marginais usando uniformes roubados. À noite, todos os gatos são pardos. E some-se a isto o medo que a insegurança provoca. Quem me garante que não é um bandido vestido de policial? O outro caso, é o que se refere à morte do mnino Thomas Engel, em Novo Hamburgo, assassinado por um tenente que – conforme alegou no júri – não estava preparado para manejar uma “12”. O Ministério Público, a família da vítima e a opinião pública, todos acharam seis anos de pena muito pouco, pela vida que foi ceifada, e ainda mais nas condições de o réu haver assumido todos os riscos (um tiro pelas costas na vítima desarmada) do crime. O gozado é que, em muitas notas de jornais, referentes a tiroteios com bandidos, lê-se, mais ou menos assim: “um policial foi ferido e os bandidos conseguiram fugir, embrenhando-se num mato...”. Parece que o bandido é melhor de pontaria que o policial. É um absurdo o cidadão, além dos bandidos, ter que se cuidar da polícia. Os policiais, civis e militares, vivem sob uma contínua e estressante pressão, mas isto não é excludente para saírem por aí, dando tiros a esmo. Ainda bem que temos uma lei, criada por Hélio Bicudo, que determina que crimes contra civis sejam julgados por tribunais civis, longe do corporativismo das “justiças militares”.