Minha analise sobre o referendo

Bem, quero fazer minha analise deste referendo e da resposta dada pelos eleitores. Muitos analistas tem dito que esta resposta foi um aviso aos poderes públicos sobre a precariedade das políticas de segurança. Que esta resposta foi confirmada pela expressante maioria de votos Não.

Não sou analista político, nem tampouco sociólogo, apenas um observador e que através das atitudes do Ser Humano procuro tirar minhas respostas.

Se vivêssemos num pais onde não houvesse violência, ou melhor, não encontrasse nos autos índices de violência como estão presenciando, certamente, este referendo não haveria. Mas, caso houvesse não acredito que o resultado seria diferente.

As mesmas táticas, ou marketing usado pela bancada do Não, seria usada, mesmo que a violência não fosse nos níveis atuais. O argumento da perca de liberdade, do medo psicológico; da duvidas lançadas fariam que muitos não abrissem mãos das armas de fogo.

Mas, segundo meu ponto de vista, esta vitória esmagadora do NÃO, serve para dizer a todos, sejam os políticos, a sociedade que a maioria da sociedade ou do ser humano, jamais legisla em causa contra si. É uma ingenuidade imaginar que alguém criará leis que vai contra si mesmo. Podemos aqui refletir sobre esta questão.

Alguém já viu um deputado criar uma lei que reduza seu salário. Que tire suas regalias? Porque determinadas reformas não caminham no Congresso. A reforma política por exemplo? Porque não se cria uma reforma profunda na Lei eleitoral? É evidente que tais mudanças substanciais irá prejudicar as intenções políticas de qualquer político que esteja atuando.

Mas voltando ao tema armas de fogo.

A proposta do SIM era muito audaciosa; era uma transformação no conceito de sociedade, transformação esta que seria a revisão de conceito de paz, onde fermentaria que violência gera violência. Talvez um sonho utópico daqueles que vivem constantemente promovendo a paz.

Embora, os números possam ser estatisticamente em termos percentuais distante, veremos que em termos quantitativos não mostram esta diferença em números reais, vamos lá:

1. Numero total de eleitores: 122.042.825

2. 21,85 % da população absteve de votar, correspondente a 26.667.159

3. 63,94 da população votaram pelo NÃO correspondendo 59.109.105

4. 36,06 da população votaram pelo SIM correspondente a 33.333.036

5. 1;39; 1,68% nulos e brancos correspondente a 2.933.505

6. Se somarmos os nulos ,brancos e os que se não votara soma-se 29.600.669

Na verdade os que anularam, votaram em branco ou não compareceram com suas atitudes demostraram ignorar o referendo fazendo um protesto contra ele e os políticos. Não há como saber se estes eleitores eram contra ou a favor o desarmamento.

Na verdade o ponto que quero chegar não é este. Como escrevi acima, é importante refletir que uma parcela significante da população mora na zona rural neste imenso Brasil, e certamente a grande maiorias desta população tem algum tipo de arma de fogo, certamente, estas armas numa maioria absoluta ilegais. Alguém em sã consciência poderia imaginar que estes votariam SIM? É quase que improvável esta possibilidade. Ninguém legisla contra si.

Pode-se criar vários argumentos no sentido de justificar, porem este fator para fazer analises é muito importante. Evidentemente este fator foi responsável por uma votação maciça pelo NÃO .

A região Sul do País também foi onde o NÃO, teve uma maior votação. Do que é composto basicamente o Sul? De fazendas, onde se concentra o maior agro-negocio do país.

Alguém poderia questionar: mas porque esta grande votação pelo NÃO em todos os estados ? Se você começa a desassociar os números, vai se tornando fácil identificar os votos.

Elimina a população rural; elimina a população urbana que tem armas ilegais ou legais; A força da propaganda que amedrontou os eleitores indecisos. Foi notório que este fato ocorreu quando pregava que o ladrão iria ter facilidade em roubar, a sociedade estaria desarmada; mencionavam estrupos; o comercio ilegal de armas de fogo, como se votar no NÃO este comercio não existiria, e tantas coisas mais.

Porque na verdade se eliminasse os que jamais votariam no SIM ( pelo que foi exposto acima), e os que já estavam decididos pelo SIM, a diferença era certamente os indecisos no principio da campanha. Na verdade a propaganda do SIM estava mais tentando apagar o incêndio levantado pelo NÃO, do que fazendo sua campanha

Todas as analise poder ser feitas, vários fatores foram responsáveis pela decisão do eleitor, mas ainda prefiro ficar com esta analise pratica. O próprio interesse do eleitor foi que ajudou em sua decisão.

Outro fato que ainda podemos ressaltar é que onde ainda a igreja tem influencia em seus fieis a diferença foi pequena entre uma e outra opção. Houve cidades que o SIM venceu, mesmo diante a forte argumentação do NÃO.

Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 24/10/2005
Código do texto: T63041