Lula, O Ébrio

Tornei-me um ébrio e na bebida busco esquecer
Quem no PT que me traiu e que me abandonou
Apedrejado por outros amigos, vivo a sofrer
Não tenho lar, sinto-me sozinho e o Moro me enjalou
Só nas tabernas do Sindicato é que encontro o meu abrigo
cada colega de infortúnio é um grande amigo
Que embora tenham como eu, seus sofrimentos
Me aconselham e aliviam meus tormentos
Já fui feliz e recebido com nobreza e fé
Nadava em ouro, tinha tríplex e um Sítio até
E a cada passo um grande amigo que depunha fé
E, alguns juízes que eu confiava até
E hoje ao ver-me na miséria tudo vejo então
O mar de lamas que me meti meu irmão
Cada parente, cada amigo, era um ladrão
Me abandonaram e até roubaram o meu poder
Falsos amigos, eu vos peço e imploro a chorar
Quando eu morrer, à minha campa nenhuma inscrição
Deixai que os vermes pouco a pouco venham terminar
Este ébrio triste e este triste coração
Quero somente que na campa em que eu repousar
Os ébrios loucos como eu, venham depositar
Uma garrafa de caninha e um canudo para eu sugar
Os meus segredos não abro mão, e levo-os comigo
Para a minha última morada, o derradeiro abrigo
Aqui jaz um cara que mentia pra dedéu
E como castigo, nunca poderá entrar no céu