Bordados da alma

Não tenho nenhuma habilidade para artes manuais, pintar desenhar bordar definitivamente não tenho talento. E como sublimar a vida? Escrever é uma maneira suave de refletir elaborar e também de bordar a alma.

Durante toda a vida sempre busquei o autoconhecimento. Primeiro através das leituras. Depois realizei alguns cursos de controle mental, estes realmente não foram nada produtivos. Pois bordar a alma é liberar, e buscar nas vias do inconsciente algo que está guardado em gaveta que não podemos compartilhar com ninguém. Por isso acredito na associação livre. Lá sim podemos bordar por linhas curvas, usar cores surreais, e não temos ninguém para nos julgar ou dizer: “eu também sei bordar assim.” Pois as vivências são pessoais, aquilo que não colocamos para fora, não interpretamos volta a repetir-se. Viver é um drama, o melhor momento que fica de toda a vida é a infância. Do resto temos que viver, temos que nos salvar. Mas a infância é sublime, brincamos e rimos genuinamente. Vou um escrever hashtag. É assim que se diz? Hashtag? “#Só a infância salva”

Bordar a alma requer muito trabalho, vivências e reflexões. Quanto mais bordamos (investimos) mais somos plenos de nós mesmos e conseguimos ter empatia para com o outro. Ter empatia não é fácil. A maioria das pessoas são egocêntricas, só conseguem se espantar com algo de fora seja um vestido ou uma festa. São poucos os que se espantam e acolhem almas. O que interessa é que consigo entrar em mim mesma, resgatar a minha essência. Vou fundo e bordo ou melhor junto os retalhos. E quanto mais retalhos junto, melhor consigo reconhecer o outro. Talvez sejamos juntos uma grande colcha de retalhos. Por isso vou mudar o titulo deste artigo para retalhos da alma. Somos todos tão iguais nos sonhos e tão diferentes na maneira de agir, na maneira de nos defender e na maneira de enlouquecer.

Iara Maria
Enviado por Iara Maria em 04/04/2018
Reeditado em 23/06/2018
Código do texto: T6299616
Classificação de conteúdo: seguro