NÃO

Penso que o resultado do referendo deixa evidente que o mesmo foi inoportuno, uma perda de tempo e de dinheiro que poderia ter sido evitada.

De positivo, a oportunidade de se discutir algo importante: a minha, a sua, a nossa segurança - que deveria ser assegurada pelo governo, mas não é.

Acredito que a vitória do "não" não significa "sim" às armas. Somos um povo pacífico, na essência; de bem com a vida, amantes da paz. É óbvio que tal traço marcante de nossa personalidade não condiz com armas.

Arma em casa não é bom, ninguém gosta; quem ama a vida não quer. O problema é que a insegurança é tão grande que, já quase em desespero, nos agarramos à idéia de que uma arma em casa tem "algo de bom": faz o bandido pensar duas vezes antes de invadir nosso lar sagrado, levar nossos bens, traumatizar nossos filhos e, em tantos casos, tirar nossas vidas, gratuitamente.

Sabe-se que a raiz do problema é outra. De que adiantaria desarmar o cidadão de bem, se os bandidos seguem cada vez mais armados? Primeiro, tem que se combater o crime organizado, o comércio ilegal de armas, a corrupção - esse verdadeiro câncer que consome a alma de um povo guerreiro (em nome da paz). Essa é a gênese da questão.

Proponho um novo referendo, urgente:

"Você é a favor do crime organizado, do comércio ilegal de armas, da falta de segurança pública, da situação precária de nossas escolas e hospitais públicos?"

Garanto que vai dar "NÃO" de novo (99%, porque há quem não queira mudar o que aí está...).

Que Deus nos ajude e nos mantenha determinados na vontade de MUDAR!