AOS CARAS-PÁLIDAS QUE CAGAM REGRAS
A nova tara ideológica dos censores do Politicamente Correto é a "problematização" das fantasias de índio. Segundo tais moralentos (mistura de moralistas com mimizentos), fantasiar-se de índio é errado e ofensivo, pois se trata de uma forma de "apropriação cultural". Em resumo, de acordo com essa bisonha argumentação, quem não é índio não pode se fantasiar de índio.
Ora, nenhuma crítica poderia ser mais ilógica e despropositada. 'Fantasiar-se' significa justamente brincar de ser o que não se é. Portanto, logicamente, só quem não é verdadeiramente índio pode adequadamente fantasiar sê-lo. Fantasia é isso: fuga de uma determinada realidade por meio da liberdade de imaginação. E não há nada de ofensivo nisso.
A propósito, outro ponto falho da crítica desses moralentos é seu caráter essencialmente contraditório. Afinal, esses críticos incorrem, eles próprios, no "crime" de fingir algo que não são: fantasiam ser intelectuais politizados e sapientíssimos quando na verdade não passam de desprezíveis borra-botas cagadores de regras. Mas não mais os haverei de julgar: é Carnaval, e eles têm o direito de fantasiar.