PELA ÉTICA NA POLÍTICA E O COMBATE À CORRUPÇÃO
É um clichê dizer que os políticos estão descredibilizados, mas esta também é uma realidade inconteste: segundo dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral, a ignorância maciça atinge 63% dos eleitores brasileiros, ainda em estado de analfabetismo e semi-analfabetismo. a falta de instrução em que foi mantida a massa popular abre caminho ao fisiologismo, motivo pelo qual a política está repleta de gente medíocre. Podemos citar o exemplo da maior cidade do país, com mais de 11 milhões de habitantes, que há mais de 30 anos vem sofrendo as consequências de ser governada por ilustres desconhecidos e atabalhoados prefeitos, forjados, inventados e financiados pelos seus donos e padrinhos políticos.
O analfabeto político vota porque o ator de novelas mandou-o votar no candidato ípsilon, ele segue acreditando piamente que o significado da palavra ética, seja apenas um remédio para vermes e a tal de corrupção um simples produto para remover calosidade ou uma marca de desodorante íntimo.
O analfabeto político não acompanha o noticiário, não lê jornais, sua única fonte de informação é o programa televisivo - ele se norteia pelas novelas, rodas de fofocas e debates esportivos. Ele sabe tudo da vida pessoal do jogador de futebol e do galã de novelas, quanto ganha, com quem casou, quando se separou, quanto custou o iate e a mansão do ídolo.
Conceitos de ética e combate à corrupção se aprendem na escola, na religião e em casa, com os bons exemplos dos pais.
Sem sombra de dúvida, o político corrupto é reflexo de uma sociedade corruptora e ignorante, é o toma lá dá cá, é o tráfico de influência que se transforma num círculo vicioso, que vai e volta do político medíocre, ao eleitor espertalhão, despreparado, que só pode avaliá-lo pelo valor material de suas promessas, barganhas e favores pessoais. Cada eleitor merece o político medíocre que elegeu.
Não acredito que numa sociedade instruída, politizada, com uma imprensa justa e imparcial, exista espaço para políticos salafrários, incompetentes e ladrões.
SP 03/03/2010
Autor: Benedito Morais de Carvalho (Benê)