AtOalidades
A peregrinação de Francisco ao Chile vem dando desdobramentos que tanto assuntam quanto assustam: igrejas queimadas, protestos inflamados e até preocupações quanto à segurança física do próprio Pontífice. A sua admissão de dor e vergonha da parte de Igreja, pelos abusos seriais cometidos e encobertos por autoridades eclesiásticas no país está sendo considerada como insuficiente justa e injustamente pelo fato de o discurso papal não fazer menção explícita em favor das vítimas e de propostas para a reparação dos danos irreversíveis.
Isso tudo sem falar nas históricas injustiças cometidas no processo de colonização contra o povo mapuche, ainda excluído da completa cidadania. E o quadro ainda é composto pela desclassificação nada honrosa do Chile para participar do banquete paradisíaco da Copa da Rússia e ainda se ver doutrinado por um ...argentino... Suerte nuestra es que Dios es brasileño y nada tiene a ver con esas peleas entre hermanos de acá y de allá de la Cordillera. Al fin y al cabo, El Cóndor pása?
Se o juízo final se anuncia para Lula e para as perspectivas de inclusão social no Brasil, a economia vai crescendo, mesmo com a ética enfiada pra debaixo do tapete. Aliás, não sei se é pressagioso um artigo do New York Times que ainda ontem vi, sobre o fim das lulas na massa líquida dos oceanos. As bichinhas, cujas vastas populações eram controladas pelos cardumes predatórios de peixes - quando nos mares ainda abundavam - têm ultimamente se multiplicado forma e norma espetacular.
Seu ciclo vital, porém, parece regido pelo gozo último da procriação, com os machos morrendo logo após a cópula e as fêmeas indo mais além, mas sem jamais alcançarem Matusalém, pois uma vez expelida a prole, perdem elas também o sentido de, na viuvez, verem vez. E curiosamente enquanto as carcassas de uns bóiam, e servem como nutrientes de pássaros marinhos, as de outros vão pro leito oceânico onde se transformam em banquete dos caranguejos e das estrelas do mar. Nosso Lula, com ou sem porre, que risco corre? Duvido que Marisa o queira junto de si agora, livre do clamor das massas destituídas, desminguilidas, desassistidas...
Enquanto isso, no embalo do crescimento econômico, Michel está cheio de vagas ministeriais a oferecer, como sinal robusto de que o emprego há de crescer. Como se sabe, além dos recentes afastamentos de titulares, por razões mais insuspeitas, um tanto deles irá, até abril, largar suas incumbências para cuidar de candidaturas parlamentares que pelo menos podem lhes assegurar mais um quadriênio de foro e moro privilegiados, ao largo dos efeitos nefastos das delações e outras conspurcadas relações.
Minha aposta é que entre as novas Pastas a serem distribuídas haja pelo menos convite a figuras impolutas como o inefável celibatário Gandrinha e a veemente Janaína, musa do impeachment dílmico. E pelo menos mais um evangelizador será chamado a compor o esquadrão principal do Governo, aproximando-o da sal(i)vação espiritual e da arrecadação dizimal. Malafaia, Santiago, Soares, Macedo..?.Busque você leitor, o melhor enredo.
Com Sílvio Santos já parece tudo acertado para o nosso Presidente, confortavelmente emoldurado pelo perfumado e comportado público exclusivamente feminino, dar o ar de sua graça divulgando para o país os pontos cardeais das reformas que seu Governo vem propondo, sem quaisquer obstruções.
Nosso tênis, representado no Grande Aberto da Austrália, se começou com o fim para o valente Rogério Dutra Silva, deu-nos contudo alento com a vitória expressiva da Bia Haddad na primeira rodada do torneio, coisa que não acontecia há 53 anos, quando a espetacular Maria Esther era de fato tudo de Bueno que tínhamos nas quadras. Até macheza, dirão os que querem polemizar, com certeza.
Já na Florida Cup, o insucesso foi retumbante, tanto para o Galo quanto para o Flu, igualados em inépcia e disposição para a disputa de um torneio dessa magnitude. Que os meninos de Tite possam ter aprendido ao menos como não representar o futebol Brasileiro no exterior.
E Rodrigo Maia, em Nova York diz que se a reforma da Previdência não sair em fevereiro, pode esperar outro carnaval. Temer o quê, afinal, num ano eleitoral?