Texto Paiva Netto
Cristina I
Naquele mundo de sombra,
Tão cinzento.
Pálida tão fria,
Havia ali uma jovem.
Cristina seu nome,
No seu corpo as marcas de um
Tempo, tempo que não era seu.
Trazia naquilo que restou de si.
Um medo, uma carga.
De culpas que não foram delas.
Culpas que ela enxergava,
Como as águas turvas de um rio.
Que ela podia abraçar e levar.
Leva-la para longe.
Onde não existe Cristina, somente
sua pálida sombra.