Pablo Neruda Tradução Gilmar da Silva Paiva

Poema I

Corpo de mulher, colinas brancas, musgos brancos.

Parece-te o mundo em sua atitude de entrega.

Meu corpo de lôbrego selvagem te socava e fazia soltar o filho do fundo da

terra.

Fui só como um túnel. De mim ruíam os pássaros.

e em mim entrava a noite com sua invasão poderosa.

Para sobreviver te forcei como uma arma,

Como uma flecha em meu arco, como uma pedra em minha onda.

Mais chega a hora da vingança, e te amo.

Corpo de pele, de musgo, de leite, ávida e firme.

h os vasos do peito! Ah os olhos da ausência!

Ah as rosas do púbis! Ah tua voz lenta e triste!

Corpo de minha mulher persistirá em tua graça.

Minha sede, minha ânsia sem limite, meu caminho indeciso!

Observas causas onde a sede a sede eterna segue e a fatiga segue,e a dor

infinita.

Gilmar da Silva Paiva
Enviado por Gilmar da Silva Paiva em 17/01/2018
Código do texto: T6228641
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