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Em entrevista ao jornalista-comentarista-polemista-legalista-até perder de vista Reinaldo Azevedo, realizada no finzim da tarde de 20/12, o Presidente Temer, dizendo-se um governo reformista, relacionou uma série de propostas de reformas que submeteu ao Congresso, destacando a trabalhista, já aprovada e cujos resultados já são bastante substantivos, sem - frisou o Mandatário - sem afetar quaisquer direitos dos trabalhadores.

Não sei como se poderia verificar essa assertiva presidencial. Ao mesmo tempo em que dados oficiais dão conta de que posições de trabalho vem sendo criadas crescentemente nos últimos meses, o fantasma do desemprego manifesta-se de forma implacável, violenta e cruel, como é por exemplo o caso do chamado Sistema Estácio de Ensino que há poucos dias desfez-se de cerca de mil e duzentos empregados na área do ensino.

Pode ser que haja áreas circunstancialmente mais dinâmicas do que outras, como se reporta no caso da indústria automobilística que aumentou robustamente as exportações e que vem contratando em proporção. No caso do ensino, onde pontifica um Frota, exempli gratia, a coisa mais que Estacio-nou..., simplesmente ré-grediu...E Gilmar ainda não a soltou...

O Presidente fala com entusiasmo numa reforma tributária que vem sendo gestada para simplificar os emaranhados processos de pagamentos de tributos pelas empresas. Uma revolução, assinalou o entrevistado, confortado pela esperança de concluir um governo tampão prenhe de realizações estruturantes. E, quiçá também pela popularidade crescente, já dobrada em poucas semanas, após saltar de 3 para 6 porcento de aprovação.

Instado a falar no processo sucessório, Sua Excelência diz-se candidato apenas a fazer um bom governo, deixando aberta a porta a uma auto-sucessão. Se na Rússia Putin pode, cá onde tá tudo mais ruço, o que se pode temer então?

Exultantes, incisivos e fluentes, entrevistador e entrevistado não tocaram, entretanto, na temática da ética e do combate à corrupção, vistos como essenciais - permito-me supor - por boa parte dos 94% da população que ainda não aprovou o Governo incumbente.

A única referência a próxima a esse assunto foi para se condenar uma conspiração que teria por fim derrubar o Governo Temer. O ..."tem que manter isso, viu?, ouvido pelo Ministro Barroso, pela torcida do Flamengo, a favor e contra, aparentemente, só caiu no olvido, tanto para Reinaldo quanto para Michel.

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 21/12/2017
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