CHILE, UM EXEMPLO DA IMPORTÂNCIA DA CLASSE MÉDIA
Estava lendo um artigo de Clóvis Rossi na Folha “O Chile acomodou-se na estabilidade e dá uma aula de diálogo ao Brasil” e vi uma referência impressionante: a classe média no Chile saiu de 23,7% da população em 1990 para 64,3% em 2015. Se mantidos esses percentuais, aposto que em uma década ou pouco mais será um país desenvolvido, o primeiro da América Latina.
Para se tenha uma ideia de só algumas das diferenças entre Chile e Brasil:
Brasil Chile
PIB 2015 Bilhões de US$: 1.817 456
População 2015 MM: 200 17
Renda per Capita em US$: 9.085 26.823
% da população na classe média 13% * 64,3%
* Considerei de classe média as famílias que responderam terem renda familiar entre R$ 3.390 a R$ 13.560 para o Datafolha em 2013
Embora tenha PIB e populações muito menores, a distribuição da renda no Chile é muito melhor do que a brasileira. Isso significa uma qualidade de vida muito melhor. Lógico que a complexidade de se desenvolver um país maior é muito superior. Porém, focar na classe média é um bom caminho.
A classe média é fundamental para o desenvolvimento de um país e é a maioria da população em qualquer nação desenvolvida. Sempre haverá pobres e ricos, enquanto os pobres forem a maioria da população, país não será desenvolvido.
Isso é por um motivo muito simples, que é a necessidade de dinheiro público para as famílias viverem. Se a maior parte da população é pobre, não vive sem serviços do Estado, desde auxílio para alimentação e transporte, até saúde e educação gratuitos, essa maioria significa GASTO PÚBLICO e exige mais impostos para pagar por eles. A partir do momento em que a maioria da população consiga viver sem esses serviços, exige menos investimento público e passa a ser comprar bens e serviços, gerando CONSUMO e desenvolvendo a economia do país.
Não estou dizendo que atender as camadas mais pobres e oferecer programas sociais, a grande plataforma da esquerda, não seja necessário. É mais que isso, é questão de sobrevivência de pessoas, precisa manter os programas. No entanto, por mais que se ajude aos pobres, enquanto não ultrapassarem ao menos a renda mínima para a sobrevivência, que é de cerca de R$ 4.000, segundo o DIEESE, isso não trará desenvolvimento ao país. Prova disso é que após 15 anos investindo, desde os programas de FHC e apesar dos Bolsa Família e outros de Lula e Dilma, seguimos um país de pobres.
Também não estou dizendo não à redução do estado, maior proposta da direita, também é necessário, o estado brasileiro gasta muito e mal, uma reforma administrativa que reduza privilégios e o poder dos políticos nos órgãos públicos pode economizar bilhões. Todavia, enquanto a maioria da população for pobre, o gasto público crescerá mais, ainda que seja bem gerido, esses bilhões serão insuficientes.
O meu ponto é que falta uma proposta política focada em aumentar a classe média e sua renda. Essa é a distribuição de renda que fica, que muda um país para sempre. Essa questão é a fundamental para o desenvolvimento.
Essa camada da população é composta de assalariados e pequenos empresários. Para aumentar seus ganhos, depende de políticas de aumento de salários e de redução de impostos sobre ganhos do trabalho e de pequenas empresas. Ou seja, política para salários e reforma tributária. No dia em que a classe média for a maioria da população, estaremos no caminho do desenvolvimento.
Não acho que verei nenhum partido focado na classe média nas próximas eleições. No entanto, acho que um dia alguém vai entender que esse é o caminho para o desenvolvimento, e que o exemplo do Chile vai ajudar nesse entendimento.
Até lá, vale celebrar o único país latino americano no caminho do desenvolvimento. CHI-CHI-CHI-LE-LE-LE VIVA CHILE!
Estava lendo um artigo de Clóvis Rossi na Folha “O Chile acomodou-se na estabilidade e dá uma aula de diálogo ao Brasil” e vi uma referência impressionante: a classe média no Chile saiu de 23,7% da população em 1990 para 64,3% em 2015. Se mantidos esses percentuais, aposto que em uma década ou pouco mais será um país desenvolvido, o primeiro da América Latina.
Para se tenha uma ideia de só algumas das diferenças entre Chile e Brasil:
Brasil Chile
PIB 2015 Bilhões de US$: 1.817 456
População 2015 MM: 200 17
Renda per Capita em US$: 9.085 26.823
% da população na classe média 13% * 64,3%
* Considerei de classe média as famílias que responderam terem renda familiar entre R$ 3.390 a R$ 13.560 para o Datafolha em 2013
Embora tenha PIB e populações muito menores, a distribuição da renda no Chile é muito melhor do que a brasileira. Isso significa uma qualidade de vida muito melhor. Lógico que a complexidade de se desenvolver um país maior é muito superior. Porém, focar na classe média é um bom caminho.
A classe média é fundamental para o desenvolvimento de um país e é a maioria da população em qualquer nação desenvolvida. Sempre haverá pobres e ricos, enquanto os pobres forem a maioria da população, país não será desenvolvido.
Isso é por um motivo muito simples, que é a necessidade de dinheiro público para as famílias viverem. Se a maior parte da população é pobre, não vive sem serviços do Estado, desde auxílio para alimentação e transporte, até saúde e educação gratuitos, essa maioria significa GASTO PÚBLICO e exige mais impostos para pagar por eles. A partir do momento em que a maioria da população consiga viver sem esses serviços, exige menos investimento público e passa a ser comprar bens e serviços, gerando CONSUMO e desenvolvendo a economia do país.
Não estou dizendo que atender as camadas mais pobres e oferecer programas sociais, a grande plataforma da esquerda, não seja necessário. É mais que isso, é questão de sobrevivência de pessoas, precisa manter os programas. No entanto, por mais que se ajude aos pobres, enquanto não ultrapassarem ao menos a renda mínima para a sobrevivência, que é de cerca de R$ 4.000, segundo o DIEESE, isso não trará desenvolvimento ao país. Prova disso é que após 15 anos investindo, desde os programas de FHC e apesar dos Bolsa Família e outros de Lula e Dilma, seguimos um país de pobres.
Também não estou dizendo não à redução do estado, maior proposta da direita, também é necessário, o estado brasileiro gasta muito e mal, uma reforma administrativa que reduza privilégios e o poder dos políticos nos órgãos públicos pode economizar bilhões. Todavia, enquanto a maioria da população for pobre, o gasto público crescerá mais, ainda que seja bem gerido, esses bilhões serão insuficientes.
O meu ponto é que falta uma proposta política focada em aumentar a classe média e sua renda. Essa é a distribuição de renda que fica, que muda um país para sempre. Essa questão é a fundamental para o desenvolvimento.
Essa camada da população é composta de assalariados e pequenos empresários. Para aumentar seus ganhos, depende de políticas de aumento de salários e de redução de impostos sobre ganhos do trabalho e de pequenas empresas. Ou seja, política para salários e reforma tributária. No dia em que a classe média for a maioria da população, estaremos no caminho do desenvolvimento.
Não acho que verei nenhum partido focado na classe média nas próximas eleições. No entanto, acho que um dia alguém vai entender que esse é o caminho para o desenvolvimento, e que o exemplo do Chile vai ajudar nesse entendimento.
Até lá, vale celebrar o único país latino americano no caminho do desenvolvimento. CHI-CHI-CHI-LE-LE-LE VIVA CHILE!