AtOalidades

Confortavelmente instalados no vagão vip, dos ministros do PSDB, tudo o que se sabe agora - e foi até razão para o encontro de cú(l)pula Temer-Alkimin - é que irão desembarcar. De forma cortês e elegante, na linguagem do maquinista Michel. Não se definiu, contudo, se desembarcam de vez, juntos, ou se vão pingando, de acordo com o agrado que vão tendo de cada estação. O período do recesso parlamentar não me soa como propício a esse ato tão decisivo. Afinal a época é de congraçamento, de um peru à mesa e de muita missa, ó missa.

E um dos problemas mais imediatos que se colocam é se desembarcam com ou sem bagagem. Uma mala só, já sabemos todos pelo Senhor PF Segóvia não é suficiente para caracterizar a materialidade de cousa alguma. E mesmo se for a tal bagagem de magnitude geddélica, o conjunto não passa de mera fortuna mega(obs)cênica.

Algo indica, nada obstante, que a Ministra Luislinda seja a mais ansiosa e qualificada para se libertar do cativeiro, em desembarque primeiro. Malpaga e explorada, la Valois, que cuida de nóis, não se sente em casa em Brasília. Já não tem recursos nem para comprar os adereços que fazem parte de seu cosmo feminino, tipo maquiagem, tratos mani e pedicúricos e roupas condignas. Salvador a espera de braços abertos.

E o Brasileirão acabou. Aliás já havia acabado desde a virada do primeiro turno, quando o eventual campeão já havia construído aquela vantagem inexpugnável que invalidou até a praga-profecia do Renato Gaúcho, técnico do Grêmio, que jurava que o time ia despencar da liderança.

O brilho mineiro foi comedido, beneficiando o Cruzeiro, que assegurou sua participação na próxima Libertadores, tanto pela classficação na tabela quanto pelo fato de haver ganho a Copa Brasil. Mas foi o Mequinha que refulgiu, conquistando a série B, para voltar à elite. O Galo de tanta luta conseguiu um rosário de derrotas domésticas que comprometeram sua qualificação para a Liberta-odores...

E a Argentina, melancolicamente, anunciou não ter mais esperança de sobrevivência na tragédia submarina do ARA San Juan. E misteriosamente, a nave não é localizada, a despeito das tecnologias de busca que envolve a solidariedade internacional, colocando Rússia e Estados Unidos num mesmo arco.

A renitentemente cíclica e já quase bíblica informação de que o túmulo de Jesus foi finalmente identificado volta com toda força. E consolida o contra-senso: se Ele ressuscitou, já no terceiro dia, por quê de túmulo precisaria? N

Nesse particular aspecto vem-me a lembrança do meteórico Collor de Mello que em seu tempo mais imperial queria porque queria um jazigo no mais famoso e caro cemitério de Jerusalém. Seus emissários no entanto voltaram desalentados de lá: confessaram ao Jefe Supremo o seu temor com o custo elevadíssimo de um jazigo perpétuo: vinte milhões de dólares...Ao que Collor lhe obtemperou, de forma enérgica:

- Néscios de pouca fé...quem lhes disse que quero um jazigo perpétuo...? Não o necessito por mais que três dias...!

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 04/12/2017
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