AtOalidades

Suíça, Costa Rica e Sérvia: está aí o cerne de nossas preocupações para pelo menos a primeira metade de 2018, enquanto se cozinham a fogo brando as reformas políticas e as eleições, a copa é que conta.

Osdireitos milionários de transmissão desse megaevento quadrienal, sãoassunto global e quem ousar futucá-los pode até se dar mal.

Manchete do Estado de Minas desta data deixou-me perplexo, suspeitoso de que houvesse algum erro gráfico ou pegadinha: Transplante de fezes

será feito pelo Hospital das Clínicas da UFMG. Mas o meu temor se desfez, ou desfezou, logo no primeiro parágrafo do artigo. É coisa séria mesmo e diz respeito à infusão de material fecal sadio em

pacientes com problemas de infecção no trato intestinal causados por um elemento bacterial denominado clostridium difficile. E um avanço

desses não é pouca bosta. Imagino que se aplicado no Planalto aténossa economia daria um bom salto.

E me vem à memória um causo verídico contado pelo amigo laboratorista Jonba, o João do Zé Martinho, que nos deixou há pouco mais de dois anos, sempre menino, até os seus 67 anos de fecunda existência. E o Jonba, desafiando aquela regra gramatical elementar de que antes de p e b, o m é que é de regra, era mesmo um homemenino dos sete instrumentos: todo com que mexia, aluía: construção de amizades,

namoros, golo, artesanato o mais variado,composição e execução musical, pescaria, cozinha, temperos e outros tantos esmeros. Nofutebol é que nada rendia.

Mas também pudera, né... Pois bem. um belo

dia nos anos setenta e poucos tava o Jonba cuidando de suas pipetas e tubos de ensaio na Santa Causa de Misericórdia de Beagá, uma bela manhã de sábado, quando chegam para visita-lo duas bem fornidas e

cobiçada moçoilas dalguma povoado dos arredores de seu - e também meu - Pitangui.

A conversa fluía num ritmo gostoso e cativante como soía com a condução do João - a quem eu ousei, ou não sei, já também tratei por Dom Ruão - até que de repente, veio a uma das simpáticas visitantes a

vontade impostergável e intransferível de uma ida ao banheiro. Matéria privada. Jonba deu-lhe as indicações corretas de como chegar ao

pagatório e para ali ela se abalou. Seria tiro e queda, não fosse a inadvertência da donzela para o fato, até então desconhecido a ela de que vaso sanitário e bidê têm distintas finalidades.

E, naturalmente deu merda. Sem descarga, ou outro recurso à mão, a donzela malferida em seus brios, sem mais pensar, ou só pensando, no seu Romeu, simplesmente, escafedeu. Entre nossas especulações

posteriores sobrou somente a hipótese de ter-se internado num com vento para fugir ao Sacanaz a partir daquela fatídica hora a gás.

E por falar no Maligno, fico por entender como é fundamental a sua participação em uma chusma de doutrinações evangélicas abundantes em nossa programação televisiva. Sem ele os milagres instantâneos ecoletivos não fariam sentido. E como é obediente, o danado. Ao mero comando do pastor, ele bota o rabo entre as pernas e arreda. E me vem

aqui a memória do latim: quem não há de se lembrar do vade-retro, Satana, tão presente nos rituais católicos ancestrais. Consta até que o próprio Cristo seria seu autor original.

Agora tirar o demo de nosso universo político é que é o desafio de truz, mais do que de cruz.

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 03/12/2017
Reeditado em 28/08/2023
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