AtOalidades...

Robert Mugabe, que acaba de se afastar - ou melhor, ser afastado - da presidência do Zimbábue, após 37 anos de poder quase absoluto, garantiu para si uma aposentadoria fixada em 150 mil dólares mensais. E o "quase" do poder que usufruía fica por conta de sua digníssima, Grace, que bem mais jovem que o companheiro, vinha desde 1996, condividindo as graves responsabilidades do mandachuvismo.

E se, e quando, Mugabe trocar este mundo pelo céu que tanto merece - só que não perece - a pensãozinha que garante o sustento do casal será rachada pela metade, e Grace então, que de Grace Gucci até já foi chamada em razão de seu custo e culto elevado de manutenção, terá de se conformar com a bagatela de 75 mil dólares mensais. País rico e de diamante é outra coisa.

Já do lado de cá, enquanto se discutem as "absolutamente imprescindíveis e impostergáveis reformas", é o sistema presidiário que vem experimentando - seletivamente, por enquanto - os seus mais palpáveis benefícios: em sua despensa - que Cabral não dispensa - já se acumulavam ingredientes que compõem uma vera e santa ceia de natal, onde, exemplarmente, um queijinho de leite de cabra, com todo jeito de ser importado, apresentava um rótulo de custeio de 300 reais o quilo.

Entretempo, duas ex-primeiras damas do estado do Rio de Janeiro, compartilhavam serenamente uma generosa acolhida em Benfica, numa convivência pacífica, só tendo mesmo razão para se queixar da exclusão, aparentemente por inadvertência, das rotinas das faxinas. Foi-lhes explicado, no entanto, que para se habilitarem a essa tarefa comunitária deverão primeiro fazer um curso em Vassouras. À distância, bien-entendu.

E o Santo Padre Francisco, na sua incansável peregrinação, foi mais longe desta vez: visitou o fechadíssimo Miamar, a antiga Birmânia, bem prá lá de Calcutá, e só um tiquim pra cá da Conchinchina - que acabou virando Vietnã, Cambódia e Laos. O que deixou muita gente perplexa foi que o Pontífice da Cristandade em nenhuma cerimônia ou discussão pública tenha usado a palavra Rohingya. E Rohingya não é palavrão: trata-se apenas de uma minoria étnica e religiosa daquele país budista que, por ser muçulmana e por reagir à injustiça, vem sendo varrida do mapa miamarês.

Dados recentes estimam que mais de 600 mil rohingyas estejam amontoados no fronteiriço país, Bangladesh. Sob que condições nem Buddha, nem Allah, e agora, nem Cristo, tem noção.

E a profecia de Renato Portaluppi, técnico do Grêmio, de que o Corínthians se despencaria ao longo do Brasileirão até que se realizou, pois o Timão, depois de um primeiro turno imaculado, no segundo não passou de sofrível. Contudo, o que o Gaúcho deixou de antever foi que os competidores mais diretos do Corínthians, entre os quais o seu próprio Grêmio, tampouco subiriam. E ao fim e ao cabo, deu Corinthians campeão. Mas Renato poderá se redimir se o seu time conseguir um resultado positivo, hoje, face ao Lanús, da Argentina, se sagrar-se, assim, campeão da Libertadores.

E no lado de baixo da tabela, a desgraça completou-se foi para a Ponte Preta, carinhosamente - e sem esse negócio emergente de correção politicamente - chamada de a Macaca. Pois é, a Ponte ia ganhando por dois a zero do Vitória, quando um desastrado defensor seu, num surto clínico à vista do estádio inteiro aplicou um toque retal não-anunciado num adversário e foi prontamente expulso do jogo. Com a sua saída, e quiçá animado pelo toque que levara, o atleta vitoriense fez três gols, virou o jogo e selou a queda da Ponte. O que não sei foi se voltou a se encontrar com o seu motivador no vestiário.

Deu África do Sul no Miss Universo. Brancamente...

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 29/11/2017
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