Letramento literário e os cânones imposto pela escola

Texto publicado originalmente como Fórum da disciplina de Letramento Literário, do curso de Especialização em Literatura e Outras Linguagens. Nead/Uespi.

Podemos definir letramento literário como a junção da literatura com as práticas sociais, instituições sociais, costumes, história, celebração da arte das letras, a leitura por deleite, prazer de ler e assimilar o entendimento da obra para o seu dia a dia. É criar um diálogo entre a obra e a vida real. É fazer uma leitura e releitura significativa das entrelinhas dos textos.

A escola deve ser a principal instituição a fomentar a prática da leitura e despertar o gosto pela leitura, porém, não é a única. A família e as demais instituições sociais em geral devem, na medida do possível, apoiar a causa das letras.

Mas todo esse esforço encontra a resistência no gosto literário. O que o jovem do Ensino Médio quer ler e gosta de ler não é o que a escola preceitua. Também não se pode vulgarizar a literatura, mas abrir as portas para uma nova visão do que é a literatura seria fundamental para ganhar esse público. Ficar presos às amarras das obras canônicas e obras de séculos passados pode ser o motivo do afastamento dos jovens para com os livros de literatura.

Percebe-se que o público escolar em idade de adolescência e com as ferramentas interacionais virtuais que fazem suas cabeças, o lugar dos livros e obras literárias passa a ser a última opção de entretenimento para muitos.

Creio que os livros canônicos, os autores “consagrados” de épocas passadas não devem ser os únicos livros perpetuamente sugeridos no ambiente escolar. Abrir as portas para novos autores e suas obras, adequadas ao tempo da atual juventude, pode ser a chave para a motivação à literatura e à formação de jovens leitores.

Também as formas de acesso e leitura. Sabemos que livro em sua forma impressa está perdendo espaço para o mundo virtual, os e-books, etc. Cabe a escola adaptar-se aos novos tempos e não forçar que os jovens gostem de algo que não faz a sua cabeça. O mundo muda, a sociedade muda e a escola deve acompanhar essa tendência. Há uma infinidade de novos autores buscando seu espaço na literatura nacional, porém, a escola se prende aos cânones, na maioria das vezes.

ANTONIO JOSÉ SALES
Enviado por ANTONIO JOSÉ SALES em 03/11/2017
Reeditado em 03/11/2017
Código do texto: T6161140
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