A REFORMA DA REFORMA
Martinho Lutero pode ser considerado uma consciência tardia da fé cristã. Algo assim como um surto de arrependimento cristão que surgiu para purgar quinze séculos de desvios comportamentais de uma crença que deveria trazer para a humanidade um aumento de padrão na sua espiritualidade. Jesus detonou a velha religião dos judeus, que se fundamentava na ética dos fariseus, ética essa que podia ser definida pelo conhecido chavão popular “faça o que eu mando, mas não o que eu faço”. Pois os fariseus pregavam um comportamento virtuoso para o povo, mas entre eles, a corrupção rolava solta. Por isso Jesus deles dizia: “Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês limpam o exterior do copo e do prato, mas por dentro estão cheios de ganância e cobiça. Fariseu cego! Limpe primeiro o interior do copo e do prato, para que o exterior também fique limpo. Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês são como sepulcros caiados: bonitos por fora, mas por dentro estão cheios de ossos e de todo tipo de imundície. Assim são vocês: por fora parecem justos ao povo, mas por dentro estão cheios de hipocrisia e maldade.”
Mil e quinhentos anos depois, os principais representantes da fé cristã, o clero católico, já tinha ultrapassado em muito a hipocrisia e os vícios dos fariseus. Eram tão descarados que vendiam o perdão de Deus por alto preço, como se o Reino do Céu, prometido por Jesus aos fiéis que seguissem a sua doutrina, fosse um condomínio de terrenos que podiam ser comprados por quem tivesse dinheiro para pagar o alto custo dessas propriedades.
Martinho Lutero acabou com essa bandalheira e deu início á uma nova ética na religião cristã. Provou que o ser humano se salva pela fé e pelas boas obras e não pela religião. E que Deus não é um Senhor de escravos, mas um construtor de mundos, que elegeu a nós, os seres humanos, como seus parceiros nessa construção. Os povos que adotaram sua doutrina evoluíram e acabaram criando os estados que hoje chamamos de desenvolvidos. França, Suiça, Holanda, Alemanha, Suécia, Inglaterra e suas antigas colônias. Os que preferiram ficar vinculados á velha ética católica continuam usando os rótulos de “subdesenvolvidos ou em desenvolvimento”. Espanha, Portugal e suas antigas colônias.Entre elas o nosso país.
Mas assim como a maravilhosa doutrina de Jesus foi contaminada pela cobiça, pela ambição e pela arrogância de um clero que adoeceu com seu próprio poder, também a profilática Reforma promovida por Martinho Lutero e seus seguidores, quinhentos anos depois, está em perigo. Pois hoje a mensagem saneadora do fradinho de Witttenberg, como os bispos católicos o chamavam, sarcasticamente, está sendo conspurcada por uma multidão de novos fariseus, que chamam a si mesmos de pastores e fundam seitas e igrejas, com as mais variadas mensagens que se dizem evangélicas, mas que são, na verdade, simples empórios comerciais, destinadas a enriquecer um bando de vigaristas, pela venda de uma mensagem mentirosa e viciada. Donos de um império de comunicação, esses novos fariseus, produtores de falsos milagres, estão colocando em perigo a Reforma.
A perversão sistemática da doutrina de Lutero pode ser vista, com todas as letras, na atual política brasileira, onde a bancada evangélica é uma das maiores e mais poderosas do Congresso Nacional. E tinha, até bem pouco tempo, como líder máximo, o corrupto Eduardo Cunha. Outro exemplo dessa deterioração é o caos que se instalou no estado do Rio de Janeiro, onde a proliferação de templos evangélicos é uma das formas mais eficientes de lavagem de dinheiro do tráfico e da corrupção.
Assim como devemos homenagear Martinho Lutero pela Reforma da fé cristã, talvez agora precisemos de um novo Lutero para reformar a Reforma que ele fez. Por isso é que nós achamos que o Messias (o Cristo) não é um homem, ou uma entidade, mas sim uma ideia, um conceito arquetípico que simboliza um padrão de perfeição que o espirito humano deve perseguir. E como tal ele deve ser sempre renovado, pois todo conceito que é apropriado por alguém, para benefício próprio, acaba se tornando discurso de fariseu. Está mais
que na hora de os verdadeiros evangélicos realizarem a sua própria Reforma, sob pena de atirarem no lixo da História todo o esforço de Lutero, Calvino, Zwinglio, Wesley e outros líderes que sanearam a mensagem de Jesus.
Martinho Lutero pode ser considerado uma consciência tardia da fé cristã. Algo assim como um surto de arrependimento cristão que surgiu para purgar quinze séculos de desvios comportamentais de uma crença que deveria trazer para a humanidade um aumento de padrão na sua espiritualidade. Jesus detonou a velha religião dos judeus, que se fundamentava na ética dos fariseus, ética essa que podia ser definida pelo conhecido chavão popular “faça o que eu mando, mas não o que eu faço”. Pois os fariseus pregavam um comportamento virtuoso para o povo, mas entre eles, a corrupção rolava solta. Por isso Jesus deles dizia: “Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês limpam o exterior do copo e do prato, mas por dentro estão cheios de ganância e cobiça. Fariseu cego! Limpe primeiro o interior do copo e do prato, para que o exterior também fique limpo. Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês são como sepulcros caiados: bonitos por fora, mas por dentro estão cheios de ossos e de todo tipo de imundície. Assim são vocês: por fora parecem justos ao povo, mas por dentro estão cheios de hipocrisia e maldade.”
Mil e quinhentos anos depois, os principais representantes da fé cristã, o clero católico, já tinha ultrapassado em muito a hipocrisia e os vícios dos fariseus. Eram tão descarados que vendiam o perdão de Deus por alto preço, como se o Reino do Céu, prometido por Jesus aos fiéis que seguissem a sua doutrina, fosse um condomínio de terrenos que podiam ser comprados por quem tivesse dinheiro para pagar o alto custo dessas propriedades.
Martinho Lutero acabou com essa bandalheira e deu início á uma nova ética na religião cristã. Provou que o ser humano se salva pela fé e pelas boas obras e não pela religião. E que Deus não é um Senhor de escravos, mas um construtor de mundos, que elegeu a nós, os seres humanos, como seus parceiros nessa construção. Os povos que adotaram sua doutrina evoluíram e acabaram criando os estados que hoje chamamos de desenvolvidos. França, Suiça, Holanda, Alemanha, Suécia, Inglaterra e suas antigas colônias. Os que preferiram ficar vinculados á velha ética católica continuam usando os rótulos de “subdesenvolvidos ou em desenvolvimento”. Espanha, Portugal e suas antigas colônias.Entre elas o nosso país.
Mas assim como a maravilhosa doutrina de Jesus foi contaminada pela cobiça, pela ambição e pela arrogância de um clero que adoeceu com seu próprio poder, também a profilática Reforma promovida por Martinho Lutero e seus seguidores, quinhentos anos depois, está em perigo. Pois hoje a mensagem saneadora do fradinho de Witttenberg, como os bispos católicos o chamavam, sarcasticamente, está sendo conspurcada por uma multidão de novos fariseus, que chamam a si mesmos de pastores e fundam seitas e igrejas, com as mais variadas mensagens que se dizem evangélicas, mas que são, na verdade, simples empórios comerciais, destinadas a enriquecer um bando de vigaristas, pela venda de uma mensagem mentirosa e viciada. Donos de um império de comunicação, esses novos fariseus, produtores de falsos milagres, estão colocando em perigo a Reforma.
A perversão sistemática da doutrina de Lutero pode ser vista, com todas as letras, na atual política brasileira, onde a bancada evangélica é uma das maiores e mais poderosas do Congresso Nacional. E tinha, até bem pouco tempo, como líder máximo, o corrupto Eduardo Cunha. Outro exemplo dessa deterioração é o caos que se instalou no estado do Rio de Janeiro, onde a proliferação de templos evangélicos é uma das formas mais eficientes de lavagem de dinheiro do tráfico e da corrupção.
Assim como devemos homenagear Martinho Lutero pela Reforma da fé cristã, talvez agora precisemos de um novo Lutero para reformar a Reforma que ele fez. Por isso é que nós achamos que o Messias (o Cristo) não é um homem, ou uma entidade, mas sim uma ideia, um conceito arquetípico que simboliza um padrão de perfeição que o espirito humano deve perseguir. E como tal ele deve ser sempre renovado, pois todo conceito que é apropriado por alguém, para benefício próprio, acaba se tornando discurso de fariseu. Está mais
que na hora de os verdadeiros evangélicos realizarem a sua própria Reforma, sob pena de atirarem no lixo da História todo o esforço de Lutero, Calvino, Zwinglio, Wesley e outros líderes que sanearam a mensagem de Jesus.