Os dois sóis de Maceió
Nas minhas habituais caminhadas matinais na orla de Maceió, costumo alternar o trajeto: ora para a direita, indo até a praia da Ponta Verde, ora para esquerda, até o inicio de Cruz das Almas. Indo para a esquerda, ainda em Jatiúca, passo em frente a um hotel de nove andares, cujas janelas são de vidro, formando um grande espelho. Se olho para um lado, vejo a imagem real de um sol sorrindo para o mar, o céu e um belo coqueiral. Se olho para o outro lado, a mesma imagem refletida pelo grande espelho, fazendo com que aquela beleza se torne em duas. Naquele trecho, olhando simultaneamente para os dois lados, a orla parece um istmo, geograficamente definido como uma “estreita faixa de terras situada entre dois mares”. Assim, Maceió que já conta com a beleza do encontro de rios, mares e lagoas, ainda pode contar com o quase encontro de dois mares. Basta caminhar naquela direção e usufruir a duplicação da imagem, graças ao grande espelho. Portanto, se um é bom, nesse sentido, dois é melhor.