O SANTANDER E A EXPOSIÇÃO DO ABSURDO: A anti-arte a serviço da ideologia
Uma exposição "artística" promovida em Porto Alegre com apoio do Banco Santander deu o que falar nos últimos dias. Não exatamente por ter despertado no público sentimentos de elevada admiração, mas sim pelo exato oposto, já que não foram poucos os que sentiram repulsa em relação ao que viram ali: obras de caráter grotesco que, entre outras aberrações, apresentam a pedofilia e a erotização infantil como coisas normais e até mesmo louváveis (numa delas, por exemplo, uma criança é retratada como um travesti "empoderado"). Tudo isso, é claro, misturado a uma atmosfera de indissimulado ataque à religião cristã - aquela pedra incômoda no sapato dos "progressistas", que querem livrar a sociedade das amarras morais de origem religiosa para poderem dar vazão às suas perversões mais execráveis e obscuras.
Essa é a arte do séc. XXI. Diferentemente daquela cultuada no passado, a arte contemporânea não busca a beleza. Muito menos pretende proporcionar ao homem um encontro com o sublime, elevando-o a um patamar de sensibilidade e reflexão que transcenda o nível da bestial mediocridade. Pelo contrário, a arte de hoje vê o homem como uma besta, totalmente desprovida de graciosidade e entregue aos seus próprios instintos animalescos. E o que é pior: essa concepção de arte não admite que o ser humano seja visto de outra maneira. A arte de hoje é feita sempre para chocar, para ofender, para "revolucionar", mas nunca para inspirar ou sublimar a existência humana. Se antigamente os artistas viam na arte um meio para atingir um ideal, atualmente ela é vista como uma ferramenta para propagar uma ideologia. Platão, refletindo sobre a importância da criação artística, afirmou que o Belo é o resplendor da Verdade. Mas hoje tanto o conceito de Belo quanto a própria Verdade foram relativizados e desconstruídos. O que nos sobrou, portanto? Sobrou-nos a anti-arte revolucionária e "lacradora", a das "performances" e "instalações", do obsceno, do imundo, do abjeto e rasteiro cultuados como bom e verdadeiro. Sobrou-nos, enfim, a negação da arte, a arte que já não é mais arte - e que se orgulha disso.