Magistrado italiano Antonio Di Pietro defende legislação europeia contra 'offshores'
ANTONIO DE PIETRO É AUTOR DE "MÃOS LIMPAS" NA ITÁLIA.
O magistrado que conduziu a operação anti-corrupção italiana "Mãos Limpas" nos anos 1990, Antonio Di Pitero, defendeu hoje a criação de legislação europeia que impeça a ligação das democracias modernas às 'offshores' que escondem os proventos da corrupção.
Em entrevista aos jornalistas no final de um dos debates das Conferências do Estoril, Di Pietro acusou as modernas democracias de "hipocrisia" por não verem e enfrentarem o problema dos paraísos fiscais, questionando porque razão não se faz uma lei ou norma internacional que "boicote comercial, industrial e financeiramente" as 'offshores' que ocultam dinheiro da criminalidade económica.
Quanto à Operação "Mãos Limpas" que agitou a Itália dos anos 90, Di Pietro garantiu que se tratou de uma "investigação judicial sem qualquer finalidade política", apesar de o terem acusado pessoalmente de ter tido esse objetivo.
O melhor do Diário de Notícias no seu email
Agora pode subscrever gratuitamente as nossas newsletters e receber o melhor da atualidade com a qualidade Diário de Notícias.
"Uma investigação não tem fim. Da operação `Mãos Limpas´ surgiram muitas outras investigações", acentuou.
Numa altura em que se fala que a operação "Mãos Limpas" serviu de exemplo e inspiração a investigações efetuadas em outros países, como o caso Lava Jato no Brasil, Di Pietro realçou que "não se atreve a dar conselhos a colegas de outro país sobre o que fazer".
Notou contudo que, à semelhança de Itália, no Brasil e em Portugal também se está a descobrir a ocultação de proventos da corrupção através das 'offshores'.
Em sua opinião, "todos os dias têm que haver `Mãos Limpas", a luta entre polícias e ladrões".
Di Pietro enfatizou a importância de uma informação livre, independente e transparente nos Estados modernos que lutam contra a corrupção, indicando que a "maior responsabilidade" dos jornalistas é "contar a verdade" e não fazer os cidadãos acreditarem em coisas diferentes.
"O juiz da democracia é a informação, o juiz da lei é o magistrado", realçou Di Pietro, que desmistificou o perigo de uma justiça mediatizada.
Acerca da "delação premiada" no Brasil, sistema que leva alguns arguidos a denunciar outros criminosos e corruptos, Di Pietro explicou que a operação "Mãos Limpas" não utilizou esse mecanismo no combate à corrupção política e empresarial, ao contrário do que aconteceu na luta contra o terrorismo em Itália nos anos 80 e na luta anti máfia.
Em entrevista aos jornalistas no final de um dos debates das Conferências do Estoril, Di Pietro acusou as modernas democracias de "hipocrisia" por não verem e enfrentarem o problema dos paraísos fiscais, questionando porque razão não se faz uma lei ou norma internacional que "boicote comercial, industrial e financeiramente" as 'offshores' que ocultam dinheiro da criminalidade económica.
Quanto à Operação "Mãos Limpas" que agitou a Itália dos anos 90, Di Pietro garantiu que se tratou de uma "investigação judicial sem qualquer finalidade política", apesar de o terem acusado pessoalmente de ter tido esse objetivo.
O melhor do Diário de Notícias no seu email
Agora pode subscrever gratuitamente as nossas newsletters e receber o melhor da atualidade com a qualidade Diário de Notícias.
"Uma investigação não tem fim. Da operação `Mãos Limpas´ surgiram muitas outras investigações", acentuou.
Numa altura em que se fala que a operação "Mãos Limpas" serviu de exemplo e inspiração a investigações efetuadas em outros países, como o caso Lava Jato no Brasil, Di Pietro realçou que "não se atreve a dar conselhos a colegas de outro país sobre o que fazer".
Notou contudo que, à semelhança de Itália, no Brasil e em Portugal também se está a descobrir a ocultação de proventos da corrupção através das 'offshores'.
Em sua opinião, "todos os dias têm que haver `Mãos Limpas", a luta entre polícias e ladrões".
Di Pietro enfatizou a importância de uma informação livre, independente e transparente nos Estados modernos que lutam contra a corrupção, indicando que a "maior responsabilidade" dos jornalistas é "contar a verdade" e não fazer os cidadãos acreditarem em coisas diferentes.
"O juiz da democracia é a informação, o juiz da lei é o magistrado", realçou Di Pietro, que desmistificou o perigo de uma justiça mediatizada.
Acerca da "delação premiada" no Brasil, sistema que leva alguns arguidos a denunciar outros criminosos e corruptos, Di Pietro explicou que a operação "Mãos Limpas" não utilizou esse mecanismo no combate à corrupção política e empresarial, ao contrário do que aconteceu na luta contra o terrorismo em Itália nos anos 80 e na luta anti máfia.