As família FERROVIÁRIA sofreu com a REPRESSÃO!
As esposas, filhos, irmãos, primos e amigos bem próximos dos ferroviários sofreram também com o drama vivido pela categoria ferroviária no auge do sucateamento, das perseguições politicas e toda a guerra psicologica de transferências,cortes de pontos e até demissões e mesmo cassação politica que no auge da pressão governamental , em pleno governo Collor chegou ao ponto de demitir toda a Diretoria do Sindicato dos Ferroviários de Bauru e Mato Grosso do Sul e até a criarem uma entidade fantasma, chegando ao ponto de conseguir uma liminar na justiça reconhecendo a entidade criada em base sindical já existente e com base nesta liminar a Rede mandou afastar e cortar o ponto dos dirigentes de Mato Grosso do Sul Valdemir Vieira de Campo Grande-MS e Manoel Vitorio de Corumbá.
Durante o período mais crítico do sucateamento de pressão psicológica na R.F.F.S.A,ainda perdemos dois grandes colegas maquinistas num acidente no ramal Ponta Porã num acidente com a locomotiva, perdemos O Amazonas de Campo Grande e o Wagner de Corumbá, eu conhecia muito e tinha amizade antiga com o Wagner ( Cafuso) que jogou no Santa Fé no Campinho do Brasil, pois fui colega dele no Moinho/Fiação Matogrossense nos anos 70 , ele trabalhava na fiação e depois, quando ingressei no Corpo de Fuzileiros Navais , ele ja era primeira classe Fuzileiro...Mais tarde, ao entrar na R.F.R.S.A , o encontrei já na ferrovia como maquinista, Eu entrei como Agente de Estação...A morte deles nos marcou muito,Wagner era colega muito querido na ferrovia e o Amazonas também, o Amazonas estava no ultimo dia de trabalho, era veterano e já estava se aposentados....
Quando chegavamos em nossas casas, nos dias de folga da ferrovia, podiamos sentir a angústia de nossas esposas e filhos, o meu filho Reginaldo e muito dos meninos filhos de ferroviários foram as lutas junto com seus pais e todos sabiam que podiamos perder o emprego,ser punidos ou até perder a saude ou a vida naquele clime de guerra e cortes a conta gota que já vinha acontecendo, visando enfraquecer a nossa organização, luta e resistência...Reginaldo viu de perto o drama e chegou até mesmo a ir a Estação Luis Gama para onde fui mandado e tive que deixar o sonho de terminar um segundo curso na UFMS em Corumbá, cheguei a alegar que até presos tinham direito a cursar faculdades e nós , trabalhadores, estavamos sofrendo esta forma de perseguição devido a nossas lutas, mas eu deveria cumpri a ordem e ir para Estação, para não ser mais punido ainda após a greve de 1988, mesmo assim, depois fui demitido e cassado o meu mandato sindical.
No ano de 90, minha esposa ficou grávida e devido a um grave incidente durante uma de nossas lutas, quando ela nervosa foi ate a concentração,pois ficou sabendo que estavam me predendo na Estação e lá reunico com gerentes que vieram de Bauru e um Coronel da Policia fui levado a uma sala e minha esposa ficou do lado de fora tentando entrar, pois não sabia o que estava acontecendo comigo, logo depois fiquei sabendo de um tumulto que aconteceu e pressão nos maquinistas que vendo um Segurança chegar com uma escopeta, eles vieram de outras cidades, pois os Seguranças de Corumbá não aceitavam pressionar os colegas ferroviários em Corumbá e na saida da locomotiva um dos colegas da mecanica deitou-se nos trilhos, era a forma de tentar impedir a locomotiva de sair naquela situação critica,mas como veio do desvio a maquina não teve como parar e minha esposa puxou o colega Valdevino Santana da Via junto com a esposa dele e colegas e a placenta dela rompeu-se, ela ficou trinta dias em uma cama e tudo fez para salvar o nosso bebe, mas não teve jeito e o perdemos, e aguentamos uma dura depressão, lavando o rosto e continuando ir as entrevistas, atividades e as mobilizações, Estàvamos a frente da luta e não podìamos mostrar fraqueza ou chorar na frente dos colegas,...
Varias esposas de ferroviários que estavam grávidas acabaram, também perdendo seus filhos naquele período e muitas coisas tristes aconteceram durante aqueles dias difíceis, onde seguiram cortes de milhares de ferroviários na N.O.B e na R.F.F.S.A em todo o Brasil, reduzindo plataformas, Estações, prédios, oficinas da R.F.F.S.A, outrora alegres e verdadeiros casarões mal assombrado pelos espíritos dos maldosos que urdiram um covarde processo repressivo seguido de uma privatização desastrada. Os filhos de ferroviários e seus familiares e esposas, jamais esquecerão aqueles dias, onde apesar de todo o tormento Vimos muitos gestos de solidariedade e respeito as nossas lutas...
Eu, apesar de sair da entidade Sindical, por razões alheias a minha vontade que aqui prefiro não comentar, Continuo da minha maneira, contando, protestando e resgatando quando posso no dia a dia, a verdadeira Historia dos fatos e lutas que aconteceram na Ferrovia brasileira, na N.O.B. e no Brasil...Continuo divulgando, quando posso as ferrovias brasileiras e lindas ferrovias que existem no mundo todo e ainda acredito que é perfeitamente possível e viavel o Retorno e funcionamento de um Trem de Passageiros de Bauru-SP ate Corumbá e ramal Ponta Porão e ainda,acredito mais ...Na possibilidade de um Ramal complementar que leveria as pessoas de Trem até a cidade de Bonito e regiões e cidades próximas, pois isso tornar-se-ia um Cartão Postal Internacional a Mato Grosso do Sul,Bonito, Corumbá , Aquidauana, Miranda, Campo Grande e um referencial de Turismo Ecológico e Pantaneiro que atrairia milhões de pessoas anualmente de todas as regiões do Planeta....
Todo Sonho Bom, Deus há de abençoar e meu sonho é que volte os Trens com uma visão mais forte e romântica ainda...Salve a Luta da ferrovia no Brasil Viva o Trem do Pantanal com sua magia e musicas lindas....