Psicologia cognitiva
Cognitione significa aquisição de conhecimento através da percepção. Representa o conjunto dos processos mentais utilizados para a percepção, classificação, reconhecimento e compreensão. A cognição é também utilizada para o julgamento através do raciocínio para o aprendizado de determinados sistemas e soluções de problemas.
Cognição é o ato ou processo de conhecer que desenvolve atenção, percepção, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento e linguagem. A palavra tem origem nos escritos de Platão e Aristóteles.
De uma maneira mais simples, podemos dizer que cognição é a forma como o cérebro percebe, aprende, recorda e pensa sobre toda a informação captada através dos sentidos.
Porém a cognição é mais do que simplesmente a aquisição de conhecimento e conseqüentemente a nossa melhor adaptação ao meio. É também um mecanismo de conversão do que é captado para o nosso modo de ser interno.
Ela é um processo pelo qual o ser humano interage com os seus semelhantes e com o meio em que vive, sem perder a sua identidade existencial. Ela começa com a captação dos sentidos e logo em seguida ocorre a percepção. É, portanto um processo de conhecimento que tem como material a informação do meio em que vivemos e o que já está registrado na nossa memória.
A psicologia cognitiva estuda os processos de aprendizagem e de aquisição de conhecimento. Atualmente é um ramo da psicologia dividido em inúmeras linhas de diferentes pesquisas e algumas vezes discordantes entre si.
Segundo Stenberg – 2000, a psicologia cognitiva trata do modo como as pessoas percebem, aprendem, recordam e pensam sobre a informação. Por exemplo, o que é estudado em um livro didático sobre psicologia cognitiva.
Para a Gestalt, o elemento fundamental do processo cognitivo é o insight (percepção de relações) que é a base de toda a aprendizagem.
Um dos principais representantes desta linha é Piaget, que não elaborou uma teoria da aprendizagem, mas sim uma teoria do desenvolvimento mental. Para ele a aprendizagem nada mais é do que o aumento do conhecimento. E só há aprendizagem quando a estrutura cognitiva sofre uma acomodação, ou seja, quando a mente assimila o conhecimento.
Segundo Piaget, as estruturas cognitivas são padrões de ação física e mental subjacentes a atos específicos de inteligência e correspondem a estágios do desenvolvimento infantil. Segundo ele, existem quatro estruturas cognitivas primárias ou períodos de estágios de desenvolvimento. Sensório motor, pré-operações, operações concretas e Operações formais.
No estágio sensorial motor (0-2 anos) a inteligência assume forma de ações motoras.
No período pré-operação (3-7 anos) a inteligência é de natureza intuitiva.
A estrutura cognitiva durante o período de operações concretas (8-11 anos) é lógica, mas depende de referências concretas.
No estágio final de operações formais (12-15 anos) o pensar envolve abstrações.
As estruturas cognitivas mudam através dos processos de adaptação, assimilação e acomodação. A assimilação envolve a interpretação de eventos em termos de estruturas cognitivas existentes, enquanto que a acomodação se refere a mudança da estrutura cognitiva para compreender o meio.
O desenvolvimento cognitivo consiste de um esforço constante para se adaptar ao meio em termos de assimilação e acomodação. Nesse sentido a teoria de Piaget é similar a outras teorias de aprendizagem construtivistas como as de Bruner e Vygotski.
Embora os estágios de desenvolvimento cognitivos identificados por Piaget estejam associados a faixas de idade, eles variam para cada individuo. Além disso, cada estágio tem diversas formas estruturais detalhadas.
Basta observar que o período operacional concreto tem mais de quarenta estruturas distintas, cobrindo classificações e relações, relações espaciais, tempo, movimento, oportunidade, número, conservação e medida.
Uma análise detalhada similar das funções intelectuais é fornecida por teorias de inteligência, como Guilford, Gardner e Stenberg.
Piaget explorou as implicações de sua teoria em todos os aspectos do desenvolvimento da cognição, inteligência e moral. Muitos dos experimentos de Piaget foram focalizados no desenvolvimento de conceitos matemáticos e lógicos. A teoria foi bastante aplicada no modelo de pratica de ensino e de currículo na educação elementar.
O desenvolvimento cognitivo tem como facilitador as atividades ou situações que envolvam os aprendizes e que requeiram adaptações destes.
Os materiais de aprendizado e atividades devem envolver um nível apropriado de operações motoras ou mentais para uma criança de uma dada idade. É preciso evitar o pedido para que os aprendizes realizem tarefas que estejam além de suas capacidades cognitivas atuais.
A teoria construtivista de J. Bruner afirma que o aprendizado é um processo ativo no qual o aprendiz constrói novas idéias o conceitos baseados em seus conhecimento prévios e os que estão sendo estudados baseados em sua estrutura mental inata. O aprendia filtra e transforma a nova informação, infere hipóteses e toma decisões utilizando uma estrutura cognitiva. Essa estrutura cognitiva com esquema e modelos mentais fornece significado e organização para as novas experiências permitindo ao aprendiz enriquecer seu conhecimento além do conceito estudado, através do relacionamento das novas informações com seus conhecimentos prévios.
O papel do instrutor é o de incentivar os alunos no sentido de descobrirem pop si mesmos os princípios do conteúdo a ser aprendido. O instrutor e o aluno devem manter um diálogo ativo através do qual o instrutor traduz a informação a ser aprendida em um formato adequado a compreensão do aluno. O currículo deve ser organizado em espiral para que o aluno construa continuamente sobre o que já aprendeu. O aluno vai descobrir aquilo que já existe em sua estrutura cognitiva. O professor não é apenas um passador de informação.
A teoria da inclusão de D.Ausubel preocupa-se com a aprendizagem que ocorre na sala de aula da escola. O fator mais importante de aprendizagem é o que o aluno já sabe, Para que ocorra a aprendizagem, conceitos relevantes e inclusivos devem estar claros e disponíveis na estrutura cognitiva do individuo, funcionando como um ponto de ancoragem. Ausubel, esta interessado em saber como os indivíduos aprendem grandes quantidades de material significativo por meio de apresentações verbais/textuais em um quadro escolar. Um processo primário em aprendizado é a inclusão na qual o conhecimento novo Ed relacionado com idéias relevantes da estrutura cognitivas existente em uma base substantiva. As estruturas cognitivas representam o resíduo de todas as experiências de aprendizado. A aprendizagem ocorre quando uma nova informação ancora-se em conceitos ou propósitos relevantes preexistentes na estrutura cognitiva do individuo. O armazenamento de informações no cérebro é altamente organizado formando uma hierarquia na qual elementos mais específicos de conhecimentos são ligados assimilados a conceitos mais gerais mais inclusivos.
Ausubel recomenda o uso de organizadores prévios que sirvam de ancora para a nova aprendizagem e levem ao desenvolvimento de conceitos classificadores que facilitem a aprendizagem subseqüente.
Esses organizadores prévios são materiais introdutórios apresentados antes do material a ser aprendido em si. Sua principal função é de servir de ponte entre o que o aprendiz já sabe e o que ele deve saber a fim de que o material possa ser aprendido de forma significativa. Facilitam a aprendizagem na medida em que funcionam como “pontes cognitivas”
A essência do processo de aprendizagem significativa é que idéias simbolicamente expressas sejam relacionadas de maneira substantiva (não literal) e não arbitraria ao que o aprendiz já sabe, ou seja, a algum aspecto de sua estrutura cognitiva especificamente relevante para a aprendizagem dessas idéias. Este aspecto especificamente relevante pode ser, por exemplo, uma imagem, um símbolo, um conceito uma proposição já significativo.
As idéias mais gerais de um assunto devem ser apresentados primeiro e depois progressivamente diferenciadas em termos de detalhes e especificidade. Os materiais de instrução devem tentar integrar o material novo com a informação anteriormente apresentada por meio de comparações e referencias cruzadas de idéias novas e antigas.