A Psicologia

Como todas as demais ciências a psicologia teve sua origem na filosofia. Quando falamos em filosofia na realidade nos referimos as filosofias, visto que na Antiguidade, tanto no Egito, China, Índia quanto na Grécia e Roma houveram pensadores e pesquisadores aos quais poderíamos denominar filósofos.

Esses pensadores detinham vastos conhecimentos de todas as ciências inclusive da medicina e das doenças psicossomáticas que mais tarde ficariam sob a responsabilidade da psicologia, psicanálise, psiquiatria e das demais ciências específicas próprias das suas áreas.

Embora usando denominações e terminologias diferentes a psicologia antiga foi objeto de estudos e de práticas no Oriente por Lin Xie na China, Avicena e Al-kindi na Ásia e é citada nos Papiros do Mar Morto especialmente nos Papiros egípcios de Edwin Smith que é considerado o mais antigo tratado de medicina que se tem conhecimento sendo datado de 1700 ac, e relata as práticas médicas e psicológicas de mais de 3000 anos antes.

Apesar das teorias psicológicas fazerem parte de muitas tradições, enquanto ciência, a psicologia tem suas primeiras raízes na filosofia grega visto que a maioria dos filósofos gregos a começar pelo primeiro que foi Tales de Mileto o estudo sobre o cérebro e o comportamento humano sempre foi objeto de experimentos e de pesquisa.

Pitágoras estuda o nous e thumos, Heráclito diz que o pensamento humano é parte do pensamento universal, Sócrates que o homem devia conhecer a sua ignorância, Platão o homem tem uma alma e Aristóteles diz que o homem é um ser racional.

Até o século XVIII os filósofos estudavam a natureza humana mediante especulação, na intuição e nas experiências passadas. Com o avanço da tecnologia, começaram as surgir aparelhos e métodos de medição e de aferição que deram novos rumos aos diagnósticos.

Assim os mesmos métodos experimentais e quantitativos utilizados no universo físico puderam ser aplicados na exploração, previsão e análise dos processos e condutas humanas.

A Renascença trouxe consigo uma nova visão sobre o mundo e sobre o comportamento humano colocando sob suspeição todo o conhecimento, conceitos e visão que se tinha das coisas e dos dogmas teológicos que até então a ciência esteve presa.

Essa mudança começou exatamente com o grande filósofo René Descartes que tentou resolver o problema corpo-mente e contribuiu diretamente para libertar a psicologia das práticas e conceitos dominantes desde a época aristotélica.

Mesmo a mente não tendo as propriedades da matéria Descartes propôs que ela tanto influencia como pode sofrer a influencia do corpo. Disse ainda que o ponto de contato entre o espírito e o corpo é a glândula pineal, possibilidade essa bastante aceita hoje entre os cientistas mais progressistas.

Depois de Descartes a psicologia entrou definitivamente na era científica e recebeu importante contribuição de muitos outros filósofos como o eminente filosofo positivista Auguste Comte.

Entre os filósofos empiristas o que mais contribuiu com a psicologia foi sem, dúvida John Locke que negou a existência das idéias natas defendidas por Descartes afirmando que a nossa mente ao nascer é uma folha em branco aonde vão sendo gravadas as nossas experiências.

Discordando em parte das teorias de Comte aparece George Berkeley com o seu Tratado sobre os princípios do conhecimento humano, em cuja obra diz que tudo é criação dos nossos sentidos. Essa doutrina ficou conhecida como Mentalismo.

Outro filósofo que influenciou a psicologia científica foi David Hume. Na sua obra Análise dos Fenômenos da Mente afirma que o funcionamento mental age como uma réplica da lei da gravidade

O positivismo, materialismo e empirismo se converteram nos alicerces da nova psicologia e os fenômenos passaram a ser constituídos de provas factuais, observáveis e quantitativas sempre baseadas na experiência sensorial.

Em meados do século XIX a psicologia se separa da filosofia e a partir desse momento vários cientistas recorreram ao método experimental da psicologia para realizar estudos sobre o comportamento como os movimentos voluntários, involuntários, reflexos e a fenomenologia.

Dentre eles destaca-se Frederic Willian Henri Myers, escritor e filósofo inglês, estudioso da metafísica que em 1872 divulgou um trabalho o qual denominou de psycologia ou estudo da alma.

Nesse estudo Myers faz acentuada referência sobre a sobrevivência da alma e afirma que o homem sendo dual sofre tanto a influência do espírito sobre a matéria quanto da matéria sobre o espírito e que com a morte a matéria se decompõe, mas o espírito não.

Embora nascesse ai uma psicologia eminentemente metafísica e preocupada em explicar as origens das manifestações e dos fenômenos paranormais ou mediúnicos, surge quase na mesma época na Alemanha o médico e psicólogo Maximilian Wilhelm Wundt, que na sua obra “Elementos de Psicologia Fisiológica” publicada em 1874, afirma que a relação entre o cérebro e a mente é puramente física.

Contrapondo o funcionalismo de Wundt, por volta de 1900 surge John Broadus Watson com uma proposta inovadora denominada behaviorismo ou teoria do comportamento.

O comportamentalismo criticou tanto o funcionalismo quanto o estruturalismo e por ter como objeto de estudos o comportamento observável, que pode ser mensurado objetivamente, passou a exercer grande influencia na psicologia moderna conforme as comprovações de Skinner.

Doze anos mais tarde surgiu na Alemanha a geltalt ou psicologia da forma que teoricamente criticava tanto o estruturalismo quanto o behaviorismo e viria a dar origem a Gestaltoterapia.

A Gestaltoterapia de Max Wertheimer utilizando-se do fenômeno do movimento aparente de figuras e de ilusão de ótica chegou a deslumbrar muitos, mas na pratica teve poucos resultados.

Longe da psicologia acadêmica começou na Europa o movimento denominado Teoria Psicanalítica, que teve sua expressão máxima na figura de Sigmund Freud cujos resultados todos conhecem .

Apesar da contribuição que trouxeram para a psicologia todas as correntes foram sendo superadas pelas que se seguiram como as teorias psicanalíticas freudianas que foram suplantadas pelas proposições junguianas que vinha abrindo caminho para a psicologia transpessoal.

Sem apresentar novidade mais objetiva surge nesse meio tempo o Dr. Carl Rogers que é mais lembrado pela sua luta em favor dos colegas psicólogos que propriamente pela suas terapias centradas na pessoa, no cliente, no estudante etc.

Nos trilhos da corrente inovadora surge o psiquiatra americano Aaron Temkin Beck 1921 1963/64 criador da terapia cognitiva e das escalas de medição dos transtornos. A Terapia Cognitiva de Beck mais tarde foi transformada em terapia cognitivo comportamental que representa uma ruptura na psicologia até então existente.

Essa nova terapia traz a proposição de que “Um problema psicológico tem três aspectos que se ligam entre si cognitivo, afetivo e fisiológico.

Apesar das divergências iniciais com as antigas abordagens esse conjunto de teorias ficou conhecido como a revolução cognitiva na psicologia a qual muitos pesquisadores e psicoterapeutas acabaram aderindo.

Em razão dessas divisões, que diríamos ser apenas cronológica, a psicologia se esfacelou e seus fragmentos vieram a originar pseudas especialidades. Essas novas especialidades e abordagens psicoterapêuticas sem definição de áreas específicas de atuação muitas vezes adentram em campos de outros conhecimentos e podem até criar um clima de beligerância entre os profissionais da mesma ciência.

Sabemos que cada pesquisador, mestre ou profissional busca aperfeiçoar o seu método ou técnica de trabalho e procura imprimir nos seus procedimentos novas formas de abordagens tentando obter resultados mais rápidos e satisfatórios.

Embora entendendo que cada especialidade deva ter seu próprio tipo de abordagem, temos observado que nada há que diferencie um profissional de outro em função da sua especialidade.

A nossa afirmação é porque os profissionais das diversas áreas e especialidades ainda seguem o mesmo padrão psicoterápico primitivo, ou seja, entrevista, anotações, observações provocações, estímulos e respostas. Dessa forma, já quase não se sabe exatamente em que área, especialidade ou forma de abordagem atua cada profissional.

Por outro lado, até ha bem pouco tempo se usava a filosofia como antecessora ou indicativo de onde tem alguma coisa a ser feita, como por exemplo, filosofa da empresa, filosofia de trabalho, filosofia da economia. Filosofia da saúde, filosofia da educação e por ai, ia.

Hoje o que antecede as áreas e situações é a psicologia da administração, psicologia da empresa, psicologia da economia, psicologia da pedagogia, psicologia da educação, psicologia das relações humanas, psicologia das finanças, psicologia da religião, psicologia da fé, psicologia da salvação e por ai vai.

Jhon Macker
Enviado por Jhon Macker em 31/08/2017
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