CENTENAS DE AMIGOS....VIRTUAIS.
Se nesta nossa caminhada contarmos nos dedos de uma única mão o número de amigos que fizermos, poderemos nos considerar como realizados; que a vida valeu neste quesito.
É muito ruim, aquilo que estamos vivenciando nos dias atuais: A desconfiança desmedida, a falta de credibilidade generalizada, a crise da palavra. E como autoproteção evitamos a aproximação. E com esta atitude poderemos estar, inconscientemente, desprezando uma grande oportunidade de nos envolver numa grande amizade.
Não importa que seja uma única, mas leal, transparente, promissora; daquelas que se pode contar em quaisquer circunstancias. Naturalmente que a nossa contrapartida deverá também fazer o outro sentir a mesma confiança desejada, para que a decepção não volte a incomodar como tantas vezes tem feito e manter o distanciamento cada vez maior entre as pessoas.
Enquanto a imprevisibilidade ameaçar, o perigo do isolamento torna-se maior e mais assustador. Percebe-se claramente hoje em dia a virtualidade das relações humanas; tudo se resolve, se adquire, se busca, no mundo virtual; uma banalização total que não leva em consideração a durabilidade dos laços afetivos e emocionais que vão sendo construídos.
Legiões de seguidores, centenas de amigos que não se conhece, nunca se olhou no olho e que jamais se saberá se estão ao menos falando e promovendo a verdade, mas que deixam, neste envolvimento irreversível, a sensação valiosa da auto estima mesmo que seja efêmera, flúida e irreal.
Talvez seja a vida oportunizando outras formas de relacionamento, através do avanço dos meios tecnológicos ou então alguma estratégia visando a preservação da vida nestes tempos sabidamente violentos e inseguros.
De qualquer modo, nada substitui o olho no olho, a presença do outro, a mão física estendida e disposta à alentar, à compartilhar, a escrever no livro da vida a história de uma grande amizade.