MAGOS E FEITICEIROS

MAGOS E FEITICEIROS

“Quando vivemos acomodados nos recusando a crescer ou quando agimos em desacordo com um padrão de comportamento que já sabemos ser o melhor para nós, surge a estagnação, uma espécie de trombose o fluxo energético da vida, capaz de gerar problemas de toda ordem. O problema é um sintoma da estagnação e que nos chama a atenção para a necessidade de desobstruirmos as artérias da nossa existência através de uma nova maneira de proceder. Problemas são pressões que a Lei da Evolução realiza para que o homem se aperfeiçoe, transformando algo dentro de si mesmo”. (José Carlos De Lucca).

Duas palavras que na maioria das vezes proporcionam as pessoas mais incrédulas certo suspense e, uma notória repulsa, pois não visualizam como deveria o significado das mesmas. Acham estranhos e pensam ser ou serem coisas deletérias e de agouro para os mais arraigados em religiões tradicionalistas. Não há motivos para medo e discriminação. Os magos, originários , segundo Lewis Spence, da antiga Pérsia, eram cultores da sabedoria de Zoroastro. “Religião, filosofia e ciência, estavam todas em suas mãos. Eram médicos universais que curavam os doentes do corpo e do espírito e em estrita consistência com essas características, socorriam as mazelas do estado que é apenas o homem em sentido mais amplo”.

Tinham (os magos) conhecimento de magnetismo e do sonambulismo, do desprendimento da alma no estado sonambúlico e durante o sono, da faculdade, que a alma possui de, nesse estado de desprendimento, comunicar com os espíritos, quer sob influência magnética, quer em sonho, durante o sono. Qualitativo dado a pessoas capazes de praticar feitos sobrenaturais, qualitativo que gerou o termo “mágico”, extensivo a feiticeiros e bruxos. A Mediunidade na Bíblia; Editora FEESP; 1ª. (Edição página 147), autor Henrique Neyude Gimézez.

Já aqueles a quem chamais de feiticeiros são pessoas que, quando de boa-fé, gozam de certas faculdades, como sejam a força magnética ou a dupla vista. Então, como fazem coisas geralmente incompreensíveis, são tidas por dotadas de um poder sobrenatural. Os vossos sábios não tem passado muitas vezes por feiticeiros aos olhos dos ignorantes? O feiticeiro busca compelir o enfeitiçado a fazer o que este não deseja; obriga-o a determinados atos, serve a desejos de outrem, não indagando de sua justeza; exerce vinganças, procura causar aborrecimentos, prejuízos físicos, dores morais. Em geral, cobra os seus trabalhos; é um profissional da maldade ou da estupidez. Não se detém diante de qualquer ato indigno, nem a falta de moral é coisa que o embarace.

Podemos pesquisar vários livros para nos inteirarmos da consistência moral do feiticeiro, no entanto, denotamos que de um modo geral que eles podem agir pelo bem ou pelo mal dependendo exclusivamente da sua boa-fé. Na Enciclopédia Britânica um dos livros analisados existe esclarecimento sobre a palavra feiticeiro em inglês (Wicth) tem a mesma raiz semântica de “wit”, que, por sua vez, quer dizer: saber, conhecer. O feiticeiro é, portanto, uma pessoa que possui certo conhecimento usualmente tido por “oculto”, por não ser revelado a todos. Já em português, a palavra feiticeiro vem de feitiço, que os dicionaristas decompõem em feito mais iço. O feiticeiro seria então aquele que, na linguagem popular, arranja “uma coisa feita”. É preciso lembrar que feitiço também se associa à palavra “fetiche”, que serve para nomear objeto de adoração entre os selvagens.

Magos e feiticeiros – Os trabalhos da desobsessão não devem ignorar a realidade da magia negra, a fim de não serem tomados de surpresa nas suas tarefas redentoras. Com frequência, terão oportunidade de observar tentativas de envolvimento do grupo e de seus componentes, ou de pessoas que dele se socorrem promovidas por antigos magos e feiticeiros que, no mundo espiritual, persistem nas suas práticas e rituais. (“Diálogo com as Sombras de Hermínio Correia Miranda; Editora FEB; 5ª; Edição; página, 148)”. Os feiticeiros que você verá logo mais não estão realizando nenhum ritual diabólico com o objetivo de prejudicar alguém.

Na verdade, de acordo com John Kuroski, do portal All That Is Interesting, apesar da má fama, tradicionalmente, os curandeiros eram guardiões que tinham como missão proteger os demais de mandingas lançadas por bruxos e outros malefícios — até começarem a ser confundidos com as pessoas do mal que eles combatiam. Curiosamente, segundo Kuroski, os feiticeiros começaram a ser vistos de forma negativa com o desenvolvimento da medicina moderna. Apesar de a atividade ter caído em declínio pelo mundo, ainda existem curandeiros em várias culturas — embora muitos deles apenas se apresentem durante celebrações e festivais — e você pode conferir alguns deles em ação a seguir: 1)- Na Costa do Marfim: O feiticeiro pode ser visto dançando sobre uma espécie de pilão durante um festival anual chamado Carnaval Popo que acontece na cidade de Bonoua, na Costa do Marfim.

(2)- Na China: Oriundo da cidade de Xichang, localizada na província de Sichuan, na China, o curandeiro vestindo trajes tradicionais da cultura Yi está se apresentando durante o Festival do Fogo, celebrado anualmente. O mesmo curandeiro aparece colocando uma pá incrivelmente quente em sua boca. (3)-Na América do Sul: Da cultura Axaninca — povo indígena que ocupa áreas do Acre, Peru e Bolívia —, o feiticeiro veste uma máscara feita de pele de onça durante uma cerimônia realizada no Rio de Janeiro um pouco antes do início dos Jogos Olímpicos.

(4)-Na Indonésia: Cuspindo sangue depois de dar um mordisco em uma galinha preta, o homem foi visto, enquanto realizava um ritual no Festival de Cap Go Meh em Jakarta, durante o encerramento das celebrações do Ano Novo Chinês na Indonésia. A seguir, outro feiticeiro indonésio é visto durante um ritual chamado Tatung — no qual os participantes entram em uma espécie de transe e demonstram sua habilidade de suportar a dor física. Ainda na Indonésia, o feiticeiro, da cultura Tenggerese, faz preces na cratera do Monte Bromo, um vulcão ativo situado a leste de Java, durante um festival chamado Yadnya Kasada.

As festividades duram 14 dias, e no final das celebrações, os participantes fazem oferendas aos deuses da montanha lançando arroz, verduras, frutas, flores e animais no interior do vulcão. (5)-Na África do Sul: O curandeiro foi fotografado fazendo orações diante do Mediclinic Heart Hospital em 2013 — enquanto Nelson Mandela estava internado para tratar uma infecção de pulmão. Também da África do Sul, o homem abaixo, chamado Luke Van Vuuren, é um raro feiticeiro branco. Na foto ele pode ser visto bebendo o sangue de um bode durante um ritual no qual pedia a benção dos espíritos.

(6)- Na Rússia: Da região de Kemerovo, localizada na parte sudeste da Sibéria, na Rússia, o feiticeiro da cultura Shor toca um tambor durante as festividades de ano novo que coincidem com o equinócio vernal. E outro curandeiro, da República de Tuva, realiza uma cerimônia ritualística na cidade de Kyzyl. (Fonte: https://www.megacurioso.com.br/). (7)-No Peru: Os feiticeiros peruanos gostam de ser fotografados com o feto de uma ovelha nas mãos durante um ritual que tinha como objetivo prever quais times chegariam à final da Copa do Mundo de 2010! (8)-No Togo: O feiticeiro do Togo, na África, o feiticeiro mostra uma porção de “ingredientes” — entre eles, chifres, penas e ossos — em um tradicional mercado de Rua de Lomé, capital do país.

Esses curandeiros são procurados para tratar os mais variados males, incluindo a asma, a tuberculose, a malária, a febre tifoide e até problemas de ereção. (9)-Na Guatemala: O feiticeiro com o charutão faz seu ritual no sítio arqueológico de Tikal, na Guatemala, durante a celebração que marcou o fim do 13° B’ak’tun no dia 21 de dezembro de 2012, um dos ciclos do calendário maia. No site Wikipedia notamos o que segue: O Curandeirismo diz ser uma arte ou técnica na qual o praticante - o curandeiro ou curador - afirma ter o poder de curar, quer recorrendo a forças misteriosas de que pretensamente disporia, quer pela pretendida colaboração regular de deuses, espíritos de luz, de mortos, de animais, etc. que lhe serviriam ou ele dominaria”.

Nesse sentido envolve todo um conjunto de "rezas" e práticas de sacerdotes/terapeutas, benzedores, xamãs, pajés, pais de santo médiuns, feiticeiros, , babalorixás, pais de santo, entre outros nomes como tais praticantes são designados a depender da região e cultura local. Na história da medicina desenvolveu-se paulatinamente uma série de práticas de controle e monopólio do saber médico e exercício da profissão. Há portanto a necessidade de reconhecimento do saber médico e da eficácia de terapêuticas a partir de estudos específicos, seja do âmbito da antropologia da saúde avaliando o bem estar psicológico, espiritual e social, seja da clínica médica, havendo também o reconhecimento da prática como integrante de uma religião reconhecida como tal nos contexto histórico e geográfico onde se insere.

Tais processos tanto podem ser compreendidos como uma forma de legitimação social, na medida em não mais se constituem como um saber popular de amplo domínio das comunidades (ou de grupos específicos) e requerem uma iniciação/formação e prática/teórica - a medicina tradicional, até o saber reconhecido na comunidade científica do atual paradigma, que constitui a medicina cosmopolita pós-renascentista, alopatia para alguns, atualmente fundamentada na epidemiologia clínica e revisões sistemáticas de literatura denominadas por medicina baseada em evidências. No período colonial, o mesmo modelo de organização dos serviços de saúde, até então vigentes em Portugal, foram transferidos para o Brasil. A estrutura administrativa da Fisicatura era representada pelo Físico-Mor e pelo Cirurgião-Mor do Reino, que, usando de suas atribuições estabeleciam regimentos sanitários especialmente sobre legalização e da fiscalização do exercício da medicina, expediam avisos, alvarás e provisões para serem executadas pelos seus representantes no Brasil.

Em 1782, D. Maria I criou a Junta do Proto-Medicato em substituição à estrutura da Fisicatura. Formada por um Conselho de deputados, essa instituição, também tinha, como objetivo maior, a fiscalização do exercício da medicina e o controle da venda de medicamento. As práticas médicas da época estava a cargo das Santas Casas de Misericórdias, hospitais militares e os denominados físicos, os cirurgiões-barbeiros, barbeiros sangradores, boticários curandeiros e parteiras. De acordo com Pimenta a primeira metade dos Oitocentos assistiu a mudanças significativas no exercício das práticas terapêuticas. No fim da década de 1820 e início dos anos 1830, observa-se uma série de marcos no processo de institucionalização da medicina, como a criação da Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro, da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e de vários periódicos especializados. Em 1828 foi extinta a Fisicatura-mor órgão do governo responsável pela fiscalização e regulamentação de todas as atividades relacionadas às artes terapêuticas. Os curandeiros e os sangradores foram desautorizados, excluídos do conjunto de atividades legais. As parteiras foram desqualificadas para uma posição subalterna e tiveram as suas atividades apropriadas, o que serviu à expansão do mercado para os médicos. Pense nisso!

ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI- DA ACE- DA UBT- DO PORTAL CEN ( LUSO-BRASILEIRO)- DA ALOMERCE- DO RECANTO DAS LETRAS E DO PARA LER E PENSAR.

Paivinhajornalista
Enviado por Paivinhajornalista em 16/08/2017
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