Amor Eterno
Amor Eterno
Muitas pessoas acreditam que o amor entre namorados, marido e mulher ou mesmo entre amantes apaixonados, possa ser realmente eterno e que se prolongue até para depois da presente vida.
Essa crença é mais acentuada nas mulheres exatamente por serem elas, normalmente, mais sensíveis e românticas. Já entre os homens, bem mais rudes pela sua própria condição, poucos acreditam nessa possibilidade.
Como também não acreditamos que o amor seja realmente eterno vamos levar até os mais crédulos as razões da nossa descrença e tentar justificar porque o amor não transcende a morte.
Começamos com a evidência de que todo o amor se inicia com um encontro, um olhar, uma palavra e uma atração física seguidas de uma investigação, mesmo que superficial sobre a vida da pessoa pretendida a qual poderá vir a ser parceira por um tempo.
Uma vez preenchidas as inconscientes condições, o amor se instala e a paixão toma conta dos seres de tal forma que os envolvidos passam por cima de todas as convenções sociais, subvertem valores e correm todos os riscos para ter alguns momentos de prazer ao lado da pessoa amada.
A maioria desses envolvimentos chega a ser tão intenso que os apaixonados não pensam e nem admitem a possibilidade de que esse amor um dia possa chegar ao fim.
É exatamente a expectativa da eternidade desse amor que vai redundar nas depressões, transtornos ou em doenças psicossomáticas que, muitas vezes, advém de uma separação.
Certamente, alguém vai ponderar que a separação de um casal não extingue necessariamente um grande amor. Concordamos com essa ponderação, mas não podemos negar que o limite entre o amor e o ódio é sempre muito impreciso e tênue.
O que queremos dizer é que num caso de briga quanto maior for o amor, maior também será o ressentimento, até porque, só não existe ressentimento quando não existe amor.
Por outro lado, mesmo que a separação não tenha sido motivada por briga ou por vontade dos envolvidos o simples distanciamento dos encontros e os espaçamentos nas comunicações vão fragmentando os laços afetivos e as lembranças dos momentos, antes, tão fortes e presentes vão ficando para trás no longo caminho do esquecimento.
A situação se repete quando um dos envolvidos morre durante o namoro, pois o tempo se encarrega de atenuar e de apagar todas as lembranças.
Mas vamos deixar de lado as separações e as suas conseqüências e passemos a admitir que os apaixonados envelheçam juntos e que um fique ao lado do outro até seus últimos dias. Neste caso, muitos acreditam, piamente, que mais tarde eles irão se reencontrar nos “céus” da eternidade.
Como é exatamente aqui que começam as nossas discordâncias vamos logo dizendo que esse amor, entre os velhos, já deixou de existir para o primeiro que partiu e a mesma coisa vai acontecer quando o segundo morrer, pois quem morre deixa de amar.
Você acha que não? Então vamos voltar a fita e rever tudo com mais calma. O amor começou com o olhar que é o sentido físico da visão que provocou a atração. O prazer do contato dos corpos se processou pelos sentidos do tato e do olfato que também são puramente físicos.
Conseqüentemente, se anulássemos os nossos sentidos principalmente os da visão, olfato e do tato, não existiria a atração e muito menos o prazer da união carnal.
Assim, o amor se cria e se mantém na nossa mente apenas por causa dos nossos sentidos que são todos físicos. A maior prova é que um perfume, uma música, um local ou mesmo um objeto sempre nos trazem a lembrança de recente romance.
Além disso, não admitimos que a pessoa amada possa ter contato físico, carnal e erótico com outra pessoa, até porque, se isso acontecer o nosso amor por essa pessoa se extingue ou pelo menos diminui em muito.
A partir do entendimento de que o amor é apenas carnal, é perfeitamente admissível que com a morte do corpo físico o amor também se extinga. Ah, mas o espírito e a alma gêmea onde ficam? Calma, calma, o espírito existe e sobrevive ao corpo, mas a alma gêmea não existe, mesmo porque, Deus não fez os espíritos aos pares e cada espírito é diferente do outro.
De outra forma, dizemos que a morte separa as pessoas tanto na terra quanto no céu. Os laços afetivos e de parentesco, sendo apenas físicos, se desfazem pela morte. No mundo espiritual os espíritos se atraem por afinidades de graus evolutivos, pois em nada estão ligados uns aos outros.
Além disso, quase todas as pessoas homens e mulheres já tiveram durante a presente vida diversos amores e em cada novo amor nasceu uma nova esperança de que agora sim encontraram o verdadeiro e eterno amor.
Seguindo a linha de raciocínio das doutrinas espiritualistas de que os espíritos renascem centenas de vezes, é evidente que eles tenham passado por infinitos amores e infinitas famílias, então por que razão deveriam se reencontrar apenas com um amor ou uma única família?
Ora, se o espírito se reencontrasse com o seu ultimo amor ou com a sua ultima família e com eles fosse viver feliz para sempre, como ficaria a seqüência das reencarnações?
Da mesma forma, o viúvo ou uma viúva que tenha se casado novamente, uma ou mais vezes, com quem ficará no astral?
Para encerrar este assunto, aconselhamos que você aproveite a vida junto com o seu amor, com os amigos e com as pessoas que lhe são caras enquanto vive porque quem morre deixa de ter esse amor terreno de namorado, laços afetivos e de parentesco como pais e filhos e passa a ter o amor universal próprio dos espíritos em evolução.