O ato de Julgar
Numa levada, sem muitas pausas ou correções, pretendo falar sobre o ato de julgar num modo contínuo e sem revisões. De modo que intuirei primariamente o que penso sobre o ato de julgar, que na minha opinião é vicioso em sua própria natureza no ato de classificar, ponderar e finalmente julgar como lhe convém.
Apontar um dedo, recorrer a um fenômeno, dá nomes diferentes ao que aparece diferentemente, validar, refletir, pensar e no fundo, usar as palavras e dizer o que lhe aparece são alguns dos processos do juízo. Passado a fase das palavras limites da faculdade que captura e expressa o movimento, as palavras seguem seu rumo factídico do fato, a ponto de dar nome e dizer os fatos. Nesse vício entre querer dizer o que já não pode ser, as palavras acabam não expressando só fenômenos ou fatos, mas também, emoções que correspondem aos fatos.
Nesse passo, ao exprimir as emoções de si, reflete por outro lado "um comum" dos outros, e fica confusa, devolve os outros a si e chega em conclusões, solitárias, que joga nos outros sob o risco de ser solitária, e por isso, planta um comum, fala sobre o útil e determina proporções, sempre alinhadas ao seu próprio, que já não percebe de si mesmo doada no universo, enquanto tenta pregar sua impressão, sombreada e deselegante ao vento que é sempre outro pelo riso da decadência.
Não quero romantizar as coisas, porém, o ato de julgar já é romântico e poético. E digo isso, pois, vemos físicos, filósofos, cientistas de todas as especies julgando e apresentando fileiras de juízo desconectadas com o objeto, pela devagação de capturar a totalidade das coisas, senão físicas, então em si, da argumentação de julgar, viciado neste marco, de pôr o marco e caluniar pelo universal, que requer pelo juízo da extensão de certos juízos. Uma prevaricação! Não sei porque pensei essa palavra, mas, trata-se de um juízo requerente de leis que não dominam, nem a parte da qual estes fazem partes, porém, continuam viciados no ato de julgar.
Por outro lado não desejo como um cético negar tudo, mas, suficientemente razoável apresentar o julgador viciado, aquele que opta pela ética de um comportamento provável, como se fosse universal. Dizem eles, empiricamente vejo isso, então, segue-se necessariamente aquilo outro, com o mesmo pecado daqueles que vivem fora de seus corpos, dizem o que acontece nos corpos dos outros, providenciando um destino, pregando uma verdade, diagnosticando na unidade o diverso. E o que dizer sobre isso? O maior crime do tirano, fazer de si, espelho do mundo marcado idealmente no seu juízo doente e persuasivo, a tal ponto de persuadir uma corrente de novos doentes, atraídos por um juízo ideal do qual, doentemente prega sua verdade.