A QUEDA DO OCIDENTE: o enfraquecimento da civilização europeia
Encontrar explicações precisas para o enfraquecimento da Europa e sua prostração diante da crescente islamização do continente é tarefa árdua. No entanto, é possível achar algumas pistas.
Ainda no início do século passado, quando a debilidade da “alma europeia” começava a se fazer sentir, o estudioso e esotérico René Guénon previu, após analisar de modo aprofundado os desenvolvimentos históricos e sociais do Velho Mundo e perceber o processo de intensa desespiritualização daquela sociedade, que três – e apenas três – caminhos abriam-se então à Europa: a restauração da Cristandade, a total submissão ao Islã ou a barbárie completa. Por ora, como se percebe, a senda escolhida parece ser a segunda.
O fato de Guénon ter atribuído tão grande importância ao Cristianismo no sentido de preservar e manter coesa a civilização europeia não é despropositado. Na verdade, isso vai ao encontro do que pensava T. S. Eliot a respeito dessa questão. Eliot, intelectual perspicaz de invejável erudição, enfatizava a preeminência da crença religiosa em relação aos aspectos culturais de qualquer grupo civilizacional. Em uma de suas mais notáveis obras, o livro ‘Notas para uma Definição de Cultura’, de 1948, encontramos, aliás, o seguinte trecho:
“Não acredito que a cultura da Europa possa sobreviver ao completo desaparecimento da fé cristã. E estou convencido disso, não apenas porque eu mesmo sou cristão, mas como estudioso da biologia social. Se o Cristianismo se for, toda nossa cultura irá com ele”.
O que diria T.S. Eliot se ainda fosse vivo e pudesse ver a Europa de hoje? O que sentiria ao saber, por exemplo, que na sua amada Inglaterra igrejas cristãs têm sido destruídas ou fechadas para dar lugar a mesquitas islâmicas? O que pensaria ao constatar que a segunda via do vaticínio de René Guénon vai sendo trilhada a passos largos e – aparentemente – sem possibilidade de retorno?