O APOCALIPSE EM MINUTOS

Desde que a Guerra Fria entre americanos e russos teórica e tecnicamente terminou, ela continua, o conhecido Relógio do Apocalipse andava um tanto esquecido. Chegou a ser atrasado até faltarem dezessete minutos para a meia-noite. Uma eternidade.

O relógio foi criado pelos cientistas em 1947, e esteve em evidência no auge da Guerra Fria. Quando ambos os lados possuíam em seus arsenais atômicos, capacidade de destruir o planeta vinte vezes cada um. Como se destruir uma única vez não bastasse.

Com o desmoronamento do império soviético, pensou-se inicialmente que a ordem mundial continuaria estável. Os abalos se houvessem, seriam facilmente solucionados. Hoje é sabido que no vácuo deixado por qualquer poder outras forças nascem e se fortalecem. A sede de poder no DNA humano é insaciável.

Novas variáveis foram se incorporando a equação, trazendo os ponteiros do relógio novamente para próximo da meia-noite. Mesmo que seja em longo prazo, as questões ambientais têm a mesma capacidade de destruir o planeta que as ogivas nucleares. Será apenas uma vez. O sofrimento chegará fácil na potência de vinte vezes.

Com relação ao meio ambiente numa reportagem sobre o relógio, um cientista afirma que “não estamos caminhando na direção certa”. Desde que se apoderou do planeta, a raça humana nunca soube em que direção caminhar. Preferimos esperar que as divindades nos mostrem o rumo. Na fé e crença cegas erramos.

O Relógio do Apocalipse voltou a se aproximar perigosamente da meia-noite, com a ascensão de Donald Trump. A visão que se tem de Trump não é somente de um senhor da guerra. Ele também é visto que um “anjo” do apocalipse. E isto não apenas para os olhos dos cabalísticos. Trump tem aterrorizado a ordem mundial. O que ninguém enxerga, é que verdadeiro perigo está na ordem mundial criada.

Não temo Donald Trump, Kim Jong-un e nem as ogivas nucleares. Sempre digo: Não devemos temer aquilo que existe, e sabemos que existe. Devemos temer aquilo que existe, e não sabemos que existe. E na segunda hipótese creiam, existem muitas coisas.

Esta é uma variável importante que também deveria entrar na equação do Relógio do Apocalipse. Perto da tecnologia atual, as bombas nucleares são meros brinquedinhos. Acho até engraçado quando o meninão Kim Jong-un aparece se divertindo com elas e o mundo se espanta.

Já falei sobre isto. O enredo do romance “Inferno” de Dan Brown, que pode ser visto agora em filme, é ainda mais aterrador do que um artefato nuclear. Aquilo ainda é apenas ficção? Se a morte limpa do inimigo ainda é, está muito próximo de deixar de ser. E neste momento, infeliz de quem viver para ouvir o badalar da meia-noite.