SAÚDE MENTAL E EMOCIONCAL – UMA BREVE ANÁLISE
O organismo humano é um todo composto por aspectos fisiológicos, mentais, emocionais e espirituais, uma divisão aparentemente muito simples e óbvia talvez. Mas como tudo na psicanálise, tudo que parece no início de fato não o é. Ao nos aprofundarmos um pouco mais em cada um destes aspectos podemos perceber a real e complexa profundidade de cada uma delas, entretanto aqui não vamos nos aprofundar a tal ponto, mas nos ater a uma breve análise da Saúde Mental e Emocional.
Em acompanhamento de pacientes e pesquisas, podemos constatar a realidade em todos os setores da sociedade – família, mercado de trabalho, religião, etc – onde se constata o alto nível de estresse e doenças psicossomáticas. Todas elas vêm ganhando uma proporção muito elevada devido à falta de cuidados com a Saúde Mental e Emocional. E isso tem gerado, não só uma demanda muito preocupante com a questão da saúde em si, mas com o futuro de todas as pessoas que sofrem por não cuidarem da psique. É certo que não são todos os que tem este conhecimento de que estão enfrentando um problema referente a sua psique, aqui falando especificamente sobre a saúde mental e emocional.
Muitas carreiras promissoras, abordando mercado de trabalho, acabam sendo prejudicadas devido ao alto nível de cobrança que se exige no dia a dia dentro de uma empresa ou mesmo numa repartição pública. As metas que precisam ser cumpridas vêm acompanhadas de vários fatores, entre eles, e, principalmente, o psicológico. É o tempo todo a cobrança por melhores e melhores resultados, a rapidez, eficiência e excelência no que deve ser feito. A concorrência não para e os profissionais não podem de igual forma parar. Então surgem os diversos profissionais que abandonam suas promissoras carreiras logo neste primeiro estágio. Segundo porque além da cobrança no próprio emprego, vem a cobrança da família; é a esposa, os filhos, as prestações da casa, do carro, o banco. A mulher que também trabalha, e, em alguns casos tem um ganho superior ao marido é outro concorrente para que muitos desistam.
Augusto Cury fala que: “Você pode ter vários inimigos na sociedade, mas saiba que seus piores e mais vorazes inimigos podem ser as ideias e imagens mentais produzidas clandestinamente em sua mente e não admiradas pelo seu “Eu”. ” (Cury, Augusto: O Código da Inteligência. P. 71)
Se para o saber psiquiátrico a produção da loucura está implícito, tanto um conjunto de práticas de dominação e controle, assim como a elaboração de um saber; na saúde mental e emocional também podemos aproveitar estes fatores implícitos, pois para se combater os “inimigos mentais” está também um conjunto de práticas que necessitam ser dominados e precisam ser controlados. Um controle e dominação do “Eu”, conforme a base estrutural da psicanálise em Freud, que a todo tempo precisa tomar decisões entre o ID e o SUPEREGO, ou seja, entra o desejo (ID) e a razão (SUPEREGO).
Entretanto ao se abordar sobre a saúde mental e emocional logo vem à tona fórmulas “mágicas” ou exercícios cognitivos dos mais variados para tentar apontar uma maneira de conquistar êxito em se ter uma saúde mental e emocional de qualidade suficiente. Mas de fato as pessoas estão com a saúde mental e emocional de boa qualidade? Esta é a grande pergunta que deve ser feita.
A saúde mental está diretamente ligada à saúde emocional e espiritual. Não vamos aqui entrar no estudo ou apologia religiosa, mas uma breve abordagem vale a pena ser aqui mencionada. O sujeito que possui uma boa estabilidade emocional é aquele que através de um processo diário simples e de atitudes saudáveis, busca realizar o que lhe traz pensamentos de altruísmo e confiança. Freud dizia que “em última análise precisamos amar para não adoecer”; e uma forma de amar é amando a si próprio. A emoção tem ligação intrínseca com o sentimento amoroso. Uma pessoa que não sabe amar, que não sabe se deixar ser amada, não vai conseguir ter uma saúde emocional de qualidade. Vai estar sempre mal-humorada, sempre dando mais atenção as coisas e sentimentos destrutivos, negativos e ruins. Em um artigo de Walfrido Rodriguez – Como Manter a Saúde Mental – ele afirma que a saúde mental “consiste numa relação equilibrada entre emoções (sentimentos) e ações (comportamentos)”, entretanto devido a diversos recalques e traumas nem todas as pessoas conseguem manter este equilíbrio, nem todos são capazes de adquirir tal equilíbrio de sentimentos e comportamentos.
Manter a saúde mental e emocional é um processo diário e que pode ser alcançado através de atitudes simples e que estão ao alcance de todos. Como Aristóteles já disse: "Nós somos aquilo que fazemos repetidas vezes, repetidamente." Ao passo que repetidamente se praticar o que é saudável para sua Saúde Mental e Emocional, isso se tornará um hábito que irá transforma-lo em uma pessoa mais equilibrada e com a sua psique igualmente saudável.
Luis Claudio de Roco – Psicanalista – SPP/PR – 0308