Desabafo Público - Cabo PMMG Marcos Marques da Silva!
Preciso reproduzir esse texto de meu amigo Vilmo Gomes! Pura realidade!
Está cada vez mais do óbvio que o povo brasileiro, de modo generalizado, não valoriza a instituição “polícia”. A maioria dos que sobem uma tribuna, apenas proferem palavras impolutas, mas na verdade, pelo que estamos acostumados a assistir, querem se promover diante do quadro dantesco que as “polícias” estão envolvidas; e posso afirmar, que das nossas polícias, ainda é mais grave o problema do policial militar, porque é o mais abandonado, e o mais imêmore!
Muitos gostam de escrever ou falar sobre “o futuro”, e eu, militar da reserva, que dediquei os melhores momentos de minha vida a Polícia Militar de Minas Gerais; que honrei com todas as consagrações, todos os dias que atuei nas fileiras contra o crime, afirmo que o policial militar precisa pedir a Deus para protege-lo do criminoso infausto e do Governo que só nos enxerga como “um voto” numa urna eletrônica.
Parte da sociedade, puramente sensacionalista, diz que a polícia militar não os assiste ou não trabalha de forma correta; e minha indagação é simples: quem é essa polícia militar a quem parte da sociedade sensacionalista culpa?
O Governo, quando resolve aparecer e posar de “bom moço”, adquire meia dúzia de viaturas, um punhado de armamento obsoleto ou determina a reforma de um quartel, para mostrar ao povo que acolhe a polícia militar; e isso não pode ser tratado como um ledo engano. Esse tipo de costume é mais uma ação direta do Governo para iludir a opinião pública...
Lutamos sim por melhores salários, melhores condições de trabalho, melhor fardamento, melhor armamento, melhores quarteis; mas indubitavelmente, todos nós policiais, sobretudo os sensatos, deveríamos lutar, cada vez mais, por uma reforma profunda do Código Penal, capaz de atingir de fato a criminalidade com o máximo de rigor possível, para que não tenhamos que conviver com essa espécie de banalidade moderna, que é a perda de um colega pela força do crime!
A polícia militar que eu ingressei em 1979, era uma instituição completamente diferente da de hoje; e voltando no tempo, observo hoje de que nada daquilo que programei como o futuro, de fato ocorreu, porque tudo parece ficar cada vez pior. É com muita, mas muita tristeza que afirmo, que a PM que sonhei para mim e para toda Minas Gerais, de longe, não merecia essa amnésia por parte do Governo.
Tenho absoluta certeza que todo policial militar sonha com a sua polícia mais solidária, com uma dignidade laboral capaz de fazê-lo satisfeito por pertencer a gloriosa polícia militar, mas esse policial também sonha com uma sociedade participativa no combate ao crime; e sonha também, com um Governo que lhe enxergue como parte imprescindível, não só para a manutenção da ordem pública, mas como um instrumento mais do que perfeito, para a construção de uma sociedade humana, ordeira, honesta, composta de gente capaz de lutar por valores que enobreçam o homem, nunca que o desonre; e para que isso, ao menos seja sonhado, todos nós policiais, carecemos começar a ser acolhidos por comandos cada vez menos políticos, porque essa tarefa é meramente racional e deve envolver a ação indistintamente de todos os policiais.
Saibam todos, meus diletos colegas, da ativa e da reserva, que a construção de uma novíssima polícia militar passa por planejar um futuro com mais gente capacitada para fazer Leis; mais gente descente dentro do Judiciário; e um Governo empenhado com o bem-estar do Brasil. Se um dia isso for possível, o que espero com a Graça de Deus, teremos uma Polícia Militar como tão bem sonhamos...
Em memória do Cabo Marcos Marques da Silva, em memória de todos os outros policiais que tiveram suas vidas ceifadas, seja pelo monstro do crime, seja pelos Governos desmoralizados, exijo a imediata mudança da Polícia Militar de Minas Gerais; e que essa mudança não seja apenas um sonho de ver uma PMMG moderna, aparelhada, com tecnologias avançadas, com policiais-militares bem treinados, motivados, sensíveis aos anseios da população, mas que possamos combater com todo o rigor o crime, seja ele qual for; sem a abrigo das leis frágeis, ou a atitude torpe de julgadores apáticos; com a colaboração da polícia judiciária, e acima de tudo, com máximo empenho da sociedade e união de todos os policiais!
Juntos, poderemos sempre mais; e vamos conseguir, porque o Brasil PRECISA PROTEGER E VALORIZAR quem protege e valoriza o Brasil; esse nosso país que merece ser JUSTO e PERFEITO!
Vilmo Gomes
Subtenente PM