VOCÊ PENSA QUE É CERVEJA, MAS...

Pelo menos 6.000 anos antes de Cristo, uma cambada de bêbados que vivia lá pelas bandas do Egito, resolveu misturar um monte de “trem”, pondo tudo para fermentar, e lá foi bolada ou deparada, com a deliciosa cerveja; e isso quer dizer que ela, a nem sempre loura gelada, tem algo em torno de 8 mil anos de sucesso geral entre as cabeças mais brilhantes desse Mundo!

Eu nem sei se alguém dá alguma importância para isso, mas o nome CERVEJA vem do gaulês, que após fundido ao latim, virou SERVISIA; e hoje, em pleno Século XXI, é a terceira bebida mais popular do Universo, perdendo apenas para a água e o chá; e quando o ranking é etílico, ela passeia em relação ao vinho, uísque ou qualquer outro líquido que passarinho não bebe! A deliciosa cerveja é a bebida alcoólica mais consumida no mundo...

Pode parecer piada, mas a verdade é que o Código de Hamurabi, datado de 1.750 anos antes de Cristo, já estabelecia critérios para o povo da Babilônia enfiar o pé na jaca. Naquela época, os babilônios não podiam simplesmente saírem de casa, irem num PUB e comprar o que quisessem de cerveja; tinha LEI rígida para doutrinar o consumo: 2 litros para os trabalhadores, 3 para os funcionários públicos e 5 para os administradores e o sumo sacerdote. Enfermos, desempregados, mendigos e presos, NÃO PODIAM BEBER NADICA DE NADA! O código também impunha punições severas para os donos de bares que tentassem enganar os seus clientes!

Fazer cerveja é muito fácil não demanda qualquer ciência ou dedicação, mas isso só se você quiser produzir uma cerveja medíocre, cheia de porcarias, sem qualquer apontamento de qualidade. Basicamente, basta manipular alguns ingredientes básicos: água; uma fonte de amido, como cevada para servir de veículo para a produção de açucares, que recebe levedura para se fermentar e em seguida, o lúpulo. Quando falamos de amido, aí entra a merda!

Muita gente ao invés de usar agentes refinados, acabam usando milho ou arroz para baratear a receita; e quando querem baratear ainda mais, usa-se restos de batatas, restos de mandioca, restos de agave (no México) e até sorgo, uma típica comida de bovinos. Dessa mistura desgraçada, produz-se um líquido muito parecido com cerveja, que é amplamente consumido em todos os cantos, inclusive no Brasil.

Agora, se você quiser fazer uma cerveja de excelente qualidade, existem centenas de receitas clássicas; algumas com mais de mil anos, que demonstram claramente que é também fácil, fazer uma cerveja de alta qualidade, basta haver dedicação e paciência para combinar cada elemento de forma criteriosa.

A água não pode ser qualquer água, o malte de cevada tem que ser cultivado e armazenado de forma delicada. A flor do lúpulo, precisa ser carinhosamente colhida sem estresse; o fermento não deve ser nunca um veículo hostil; e o mestre, aquele que irá assinar a receita, precisa ter o mesmo carinho que tem por si próprio, ou nada será como o planejado!

Quando você abre uma garrafa dessas, tipo comercial, cuja a propaganda na TV mostra mais a bunda perfeita de uma moça loira, do que qualquer descrição de qualidade da dita cerveja; tenha certeza de que está bebendo tudo, menos uma cerveja, porque mais de 50% dela é composto de agentes que não são reconhecidos na produção de uma cerveja verdadeiramente cerveja, tipo PURO MALTE.

A excelente cerveja precisa ter aparência, aroma, sabor, densidade, teor alcoólico controlado; e uma sensação inigualável quando é posta em contato com nossa boca; e todos os efeitos produzidos a partir disso...

Até pouco tempo, bebíamos um chá gelado, gaseificado e com teor alcoólico, rotulado como Brahma, Antarctica, Kaiser, Skol, dentre outras ainda piores, que prazerosamente chamávamos de CERVEJA. Hoje, muitas cervejarias tradicionais tiveram que se adequar ao novíssimo consumidor exigente, que execra cada vez mais o convívio com esse tipo de enganação; e todos os rótulos tradicionais mantiveram suas marcas estelionatárias, mas tiveram que produzir, no mínimo, marcas PURO MALTE, ou seja: sem adição de milho, arroz ou subprodutos análogos.

Obviamente que as enganações são bem mais baratas, e por isso elas disparam na preferência popular. Eu também não gosto de pagar caro por cerveja; e por isso, na minha casa, há anos que adotei uma tática excelente para só trazer cerveja de boa qualidade com preços honestíssimos: fico de olho nas promoções...

Graças a Deus o bairro em que moro é rico em opções de supermercados que investem nesse novo público; e por isso, tenho acesso às boas promoções semanais de diversos rótulos. Os mais comuns PURO MALTE são: Estrella Galícia (minha preferida), Proibida, Devassa, Serra Malte, Brahma Extra, Bavaria Premium, Heineken, Stela Artois, e Bohemia Imperial. A garrafa de 600ml nunca passa dos R$ 5,00 nos dias de promoção.

Quando eu encerrar algumas agendas pessoais, darei início ao projeto Bode Beer, a primeira Puro Malte justa e perfeita!

Enquanto escrevi esse texto, fiz minha agenda da semana, atualizei os dados de meu telefone; e aproveitei para beber duas garrafas da holandesa Hertog Jan Dubbel, e uma da estadunidense The Abyss - Deschutes Brewery, o suficiente par me fazer o escritor mais feliz desse momento!

E você: gosta de cerveja? Qual? Pode nos contar algo relacionado a experiência pessoal de beber cerveja?

Carlos Henrique Mascarenhas Pires

CHaMP Brasil
Enviado por CHaMP Brasil em 10/07/2017
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