Parlamento do Pica Pau - O Falatório - Venha o Diabo e Escolha !
Venha o Diabo e Escolha !
As sistemáticas danças de cadeiras nos governos do Reino de Pica Pau, só nos têm trazido mais do mesmo! Difícil é encontrar alguém que nos apresente propostas realistas, coisas simples, coisas fáceis!
Um professor disse-me um dia uma frase que nunca esqueci: ' Quando algo é muito complicado e incompreensível no reino da lógica e da matemática, alguma coisa está errada !' .
Não se pode ter uma atitude perante os cidadãos em que se apresente um facto como consumado, e que não se explica porque é complexo, e demasiado técnico.
Qualquer problema complexo pode sempre dividir-se em problemas mais simples e realizáveis, com o qual possamos lidar e que possamos entender !
Não se lembram que em Pica Pau já fomos à Lua de vassoura ? E o problema era complexo ! Está bem dirão vocês , não foi bem de vassoura; mas é verdade que partiu da evolução tecnológica da vassoura que fizemos os foguetões ! Para aqueles que não precisam de complicações, fomos mesmo de vassoura !
Aqui está um caso que muitas vezes deixa-me a pensar. As propostas que quem dirige o reino nos apresenta, para termos uma sociedade mais justa, não podem ser tão complicadas e complexas que ninguém entende qual é o caminho, nem a proposta que se está a seguir. A ideia que se passa é que estamos sempre num passo intermédio para chegarmos ao fim do programa estabelecido, e que no final se vão ver os resultados.
Alguma coisa está errada, porque segundo os governantes, estamos sempre o meio do programa, e nunca chego a perceber afinal quando é o tal fim !
No entretanto reina a confusão, o mediatismo das propostas, o apertar do torniquete nas finanças, e ficamos sempre com a sensação que não há maneira de melhorar ! Há uns dias ao ouvir um o Sr. Ministro Posta de Pescada, estava com esperanças que agora sim , ia ouvir a frase mágica que vão começar a aparecer resultados !
Pois o malabarista, entrevistado pela Princesa Borboleta, veio à TV Pica Pau informar que não, que só melhora daqui por 3 ou 4 anos ! Ao fazer as minhas contas percebi que ele já vai no meio do mandato, e mais 3 ou 4 anos, afinal já não vai cair na vigência dele!
Então saiu a criatura com uma notícia incrível: o seu projecto era a longo prazo, isto é a 7 ou 8 anos! E quem lhe disse que a criatura vai lá estar da próxima vez, quando afinal não cumpriu o projecto que se propôs no tempo que tinha?
Esta forma de ludibriar com interpretações variadas o que está escrito nos programas que nos propôem, começa a ser um caso sério da política do Reino. E o nosso ilustre governante já foi afirmando, que caso não se leve o programa até ao fim tal e qual está, então vai começar-se do zero novamente. Isto é, se não o elegermos novamente perdemos tudo o que fizemos, tudo pelo qual nos fomos sacrificando !
Salvo raras excepções, em que se olha para o trabalho realizado e se consegue ver algo planificado, feito com criatividade e intencionalidade, e os resultados até aparecem normalmente, o facto é que quando nos regemos pelos políticos de carreira na condução dos projectos e não pelos técnicos, a coisa não funciona. Cada macaco no seu galho, e não podemos estar sistemáticamente à espera que uma árvore dê frutos sem que ninguém se decida a plantá-la!
Depois temos outro problema. Cada vez que damos um passo que nos parece acertado, aparece sempre a oposição com a história do velho e do burro. Os casos são sistemáticos e para tal basta ver todas as intervenções do nosso ilustre Deputado Três Palmos, que não consegue descobrir uma única virtude em tudo o que o governo faz.
A históriado velho e do burro já a conhecem, mas fica abaixo para se deliciarem mais uma vez. Serve também para se olharem as opções que tomamos com realismo, e não andar ao sabor das críticas e dos votos, a mudar as estratégias a cada passo que damos.
O velho, o menino e o burro
Um velho resolveu vender o seu burro na feira da cidade. Como iria retornar a pé, chamou o neto para acompanhá-lo. Montaram os dois no animal e seguiram viagem.
Passando por umas barracas de escoteiros, escutaram os comentários críticos; "Como é que pode, duas pessoas em cima deste pobre animal!".
Resolveram então que o menino desceria, e o velho permaneceria montado.
Prosseguiram, mais à frente estava uma lagoa e algumas velhas estavam a lavar a roupa. Quando viram a cena, puseram-se a reclamar; "Que absurdo! Explorando a pobre criança, podendo deixá-la em cima do animal."
Constrangidos com o ocorrido, trocaram as posições, ou seja, o menino montou e o velho desceu.
Tinham caminhado alguns metros, quando algumas jovens sentadas na calçada mostraram seu espanto com o que presenciaram; "Que menino preguiçoso! Enquanto este velho senhor caminha, ele fica todo prazeroso em cima do animal. Tenha vergonha!"
Diante disto, o menino desceu e desta vez o velho não subiu. Ambos resolveram caminhar, puxando o burro.
Já acreditavam ter encontrado a fórmula mais correcta quando passaram em frente de um bar. Alguns homens que ali estavam começaram a dar gargalhadas, fazendo chacota da cena; "São mesmo uns idiotas! Ficam andando a pé, enquanto puxam um animal tão jovem e forte!"
O avô e o neto olharam um para o outro, como que tentando encontrar a maneira correcta de agir.
Então ambos pegaram o burro e carregaram-no às costas!
Além de divertida, esta fábula mostra que não podemos dedicar atenção irracional às críticas, pois estas acontecerão sempre, independentemente da maneira que agimos.
Assinado e carimbado
O Escrivão Real
O Quadrado da Hipotnusa
12/8/2007