"A VERDADEIRA SODOMA E GOMORRA SOBRE O PLANALTO E A PLANÍCIE"
Sodoma e Gomorra sobre o Planalto e a Planície
Em 2008 escrevi o meu primeiro artigo sobre corrupção, com o título “E Tudo Começou no Paraíso”. Lá eu fiz uma ampla abordagem sobre o Antigo e o Novo Testamento, com o tema voltado para a política. Reapresento, a segunda parte, já que ela continua atualíssima.
E finalmente Sodoma e Gomorra. Os tempos mudaram, mas a história incrivelmente se repete. Passados mais de dois mil anos, eis que os pecados do Congresso Nacional, acobertados e manipulados, maquiavelicamente, por alguns poderosos do governo chegam ao conhecimento de Deus. As acusações que se têm notícias são fortíssimas demais e o clamor popular no Brasil é grande para que se castiguem os culpados.
Preocupado, Deus manda chamar alguns políticos ilustres que um dia dirigiram e conduziram a política desse país. São eles: Juscelino Kubitschek, Tancredo Neves e Ulysses Guimarães.
Curiosamente, alguns outros políticos que estavam presentes na hora em que estes três foram convidados por um dos anjos do Senhor, se apresentaram e queriam participar, também, dessa reunião. Seriam eles: Getúlio Vargas, Carlos Lacerda e Leonel Brizola. Oba! Reunião política, é com a gente mesmo!
Mas foram, delicadamente, descartados pelo emissário de Deus. Atenção Senhores! Não posso levá-los porque o assunto a ser discutido é muito sério e, envolve o fim de uma era de desmandos que pairam sobre os ares de Brasília.
Desanimados, tiveram que se contentar com as explicações que lhes foram dadas e voltaram a seus afazeres no cumprimento de suas penitências, por terem praticado vários desmandos quando exerceram seus cargos políticos, na sua passagem pela terra.
Na reunião com Deus, os três políticos convocados, mostraram-se preocupados e apreensivos, pois, afinal de contas, desde os tempos de Juscelino, o mais antigo deles, nunca tomaram conhecimento que, Deus tivesse tido uma reunião tão importante assim sobre as coisas de qualquer governo.
Deus tomou a palavra e disse-lhes: Senhores, o brado de pecado, calúnia, difamação, roubalheira, consubstanciados com outros fatos escabrosos, recheados de mentiras, todos os envolvidos jurando em vão sobre o meu Santo nome e até de pequenos boatos de orgias de prostituição corruptiva, tomou conta do cenário político da capital do Brasil e o clamor do povo sofrido daquela terra é muito grande.
Portanto, Senhores, estamos diante de uma nova Sodoma que se instalou no Congresso e de uma segunda Gomorra que, sorrateiramente, vem atuando sob o Planalto.
Já mandei averiguar e constatamos que para aquelas pessoas não existe nada mais importante do que a cobiça e o poder e, que o dinheiro para eles fala mais alto do que qualquer religião ou credo nas coisas espirituais.
Sendo assim, teremos que destruí-los, todos, sem dó nem piedade.
Preocupadíssimos e chocados com todos estes acontecimentos, os três começaram a chorar diante de Deus. Só não dilaceraram suas vestes e cobriram-se do pó da terra, diante de Deus, porque, primeiro que, as roupas que usavam eram celestiais e segundo que, no céu não existe o tal pó da terra.
Ajoelharam-se e pediram com todo seu coração clemência a Deus. E perguntaram-lhe a seguir:
Senhor, é justo que destruas todo o Congresso? Acaso não destruirás também o justo com o ímpio? Se houver 50 justos no Congresso, o destruirás ainda assim e, não perdoarás aquela casa do povo por amor dos 50 justos? “Longe de ti que faças tal coisa, que elimines e mates os justos só por causa dos ímpios”.
Senhor, rogamos-te. “Tu que julgas soberanamente de uma maneira correta, não farias semelhante juízo”.
E o Senhor respondeu-lhes: Se eu achar em Sodoma, ou como queiram, naquele Congresso, 50 justos, perdoarei a todos por causa deles.
Os três experientes políticos, raposas velhas, entreolharam-se e ficaram congelados com tamanha situação e tornaram a perguntar a Deus: Senhor, se faltarem uns 10 políticos para completar aqueles 50 justos, destruirás aquela casa, se ainda nela permaneceram 40 justos?
E Deus respondeu: Não a destruirei se encontrar os 40 justos.
Voltaram a confabular e insistiram os três políticos: Se forem 30 os justos?
Não a destruirei se encontrar estes 30 justos.
Respiraram fundo e tornaram a perguntar: E se só forem 20 os justos?
Continuo no meu propósito, e digo-vos com todo o meu coração: Se forem só 20 os justos, ainda assim mesmo não a destruirei.
Nessa altura do campeonato, nervosos e trêmulos, tornaram a perguntar: Senhor, se encontrares somente 10 justos, mesmo assim a destruirás?
Não darei o castigo se encontrar os 10 justos.
Um calafrio enorme tomou conta de Ulysses Guimarães, um dos três políticos que nunca fora eleito para governar de fato o Planalto. Durante sua vida inteira, dedicou-se ao Legislativo. Lembrou-se das muitas alegrias e porque não dizer das poucas tristezas que tivera naquele velho e conhecido Congresso. Doces recordações tomaram conta de seu espírito, de uma vida regrada e disciplinada tentando manter acesa a chama da credibilidade daquela casa.
Como os outros dois entregaram os pontos, Ulysses deu a última cartada.
Santíssimo, e se por um acaso, encontrares pelo menos um justo, mesmo assim a destruirás?
E o Senhor respondeu-lhe: Fique tranqüilo, Ulysses, se eu não encontrar nenhum pecado que recaia sobre esse único justo que habita aquele Congresso, dou-lhe minha palavra, que não farei nada contra aquela casa. E só não posso jurar por Deus, porque eu sou o próprio. “Eu sou o que sou!” E naquele instante, uma revoada de pombos e uma luz intensa tomaram conta daquela sala, dando como encerrada assim a reunião.
Satisfeitos e aliviados os três já se preparavam para sair, quando da porta, ouviu-se aquela voz.
Senhor! Senhor! Perdoa-me a minha intromissão. Por um acaso eu ouvi uma boa parte da conversa que rolou nessa reunião. Lembro-lhe que pelo nosso pacto de convivência pacífica, temos um acordo de que toda vez que aqueles que não forem dignos de viver no mundo da luz, de certo que terão que pagar seus pecados, no mínimo, com um estágio pelo nosso purgatório. E que toda vez que o assunto é sobre político eu posso ouvir a conversa inteira, considerando que eu sou parte interessada no assunto.
Senhor, perdoa-me, mais uma vez pela intromissão, mas gostaria de alertar a estes Senhores que, quando prometestes a eles que não destruirias o tal Congresso, se no final de tudo, não encontrasses pelo menos um único justo que não tivesse cometido nenhum pecado, esquecestes de mencionar que, quando falamos em pecado político, incluímos dois dos quais nenhum político eleito consegue escapar.
E quais seriam esses pecados? Retrucou-lhe um dos três políticos.
Vamos lá, discorreu o diabo: Falsas promessas de campanha e uso indiscriminado e fortuito do chamado caixa 2, com uma agravante, “Apologia à Mentira”.
Quando o diabo já dava tudo como certo, eis que os três políticos tornaram a confabular entre si e, não se deram por vencidos. Simplesmente, decidiram que se perdessem esta causa na primeira instância iriam recorrer ao Supremo lá do céu, qual seja, apelariam para a “Santíssima Trindade”.