AO CAPITAL TUDO
Numa entrevista ao canal Globonews, um economista americano fazendo duras críticas, disse que o governo de Donald Trump, fala em nome dos trabalhadores, mas age para agradar e recompensar o capital. Explicitamente os mercados financeiros.
A atitude de Trump não é isolada, nem exclusiva. A parte capitalista do mundo age da mesma maneira. Não existe fuga. Todos são reféns dos mercados. O emprego e a produção foram substituídos pelas ações e os lucros. De dia aqui. À noite lá.
Foi a globalização que acelerou o processo. O nascimento do agiota e da agiotagem modernos. Quando o agiota comum não recebe uma dívida vencida, ele usa seus métodos. O mesmo acontece a nível de nações. Os agiotas criam as crises apenas quando sabem como lucrar com elas.
Se as maiores e mais ricas economias mundiais estão nas mãos desses agiotas, o que dizer das economias pobres de terceiro mundo. Que elevam seus juros às alturas, na tentativa de atrair capital especulativo e financiar seu crescimento. Literalmente para torná-los governáveis os países se vendem.
Foi a partir do governo de FHC, que a agiotagem decidiu sair das sombras. Alguns já se esqueceram, e muitos nem sabem que antes de assumir, Lula obrigou-se assinar uma carta prometendo aos mercados financeiros, não mexer nos princípios econômicos deixados pelo seu antecessor.
É provável que, por ser quem é Lula passou incólume pelo seu mandato, porém não sem sobressaltos. Já Dilma não teve a mesma sorte. É um erro crer que a queda de Dilma deveu-se a pressões políticas, ou das ruas. Se os mercados financeiros não abandonassem seu navio, Dilma ainda seria presidente do Brasil.
Quando Michel Temer assumiu, o primeiro presente que recebeu foi a cartilha editada pelos mercados financeiros. Tudo o que já foi aprovado, e o que se tenta aprovar, incluindo a reforma da previdência não farão o Brasil crescer. O capital especulativo não tem o mínimo interesse no crescimento. Apenas nos lucros.
O Brasil é um exemplo bem ilustrativo. Com treze milhões de desempregados, o governo comemora a queda da inflação. Nem a ortodoxia econômica é capaz de mentir. Quando os trabalhadores perdem seus empregos e poder aquisitivo, a tendência inflacionaria é ceder. Mesmo em tempos de hiperinflação havia empregos e salários.
Apesar de agir em favor dos mercados financeiros, Trump pensa nos trabalhadores. Michel Temer nem isso faz. Para Temer o importante não é o Brasil. É o mandato. A necessidade de mantê-lo passa pelos agiotas especuladores. São eles que controlam a mídia. Inclusive alguns formadores de opinião. Principalmente os economistas.