COMENTANDO GIKOVATE

Flávio Gikovate é psicanalista com vários livros escritos sobre amor,liberdade,solidão e a busca da felicidade.

Chamou-me a atenção a colocação feita pelo autor de que o ser humano vive uma sensação de plenitude no útero materno.É um estado perfeito,harmonioso,de plena satisfação , de aconchego,rompido com o nascimento.

Quando ainda bebê,esta sensação se repete por ocasião da amamentação,pela proximidade com a mãe,no momento que recebe o leite materno.É uma sensação de paz,confortável que passa a ser associada ao alimento. Já a sensação de desamparo se reflete como sensação de “buraco no estômago”.

Segundo o autor,ao longo da vida,em sua busca amorosa,o indivíduo procura

reproduzir esta sensação de plenitude,de aconchego anteriormente vivida.Quando cresce a sensação de desamparo,cresce o vazio no estômago o que leva o indivíduo a comer para atenuar esta sensação.

Os desequilíbrios amorosos tenderão a ser críticos no que se refere ao processo alimentar.Aumenta o desconforto,aumenta a ingestão de alimentos.

Em seu livro,que trata da obesidade,ele fala que o gordo,geralmente sente-se rejeitado,tem baixa auto-estima.Isto pode levar à depressão,que tende a se agravar nas dietas,com a privação e pelo sentimento de derrota,quando não obtém sucesso na empreitada de emagrecer. A privação aumenta o apetite.

De forma detalhada e interessante ele aborda em seu livro os elementos psíquicos que fazem parte do processo que conduz o indivíduo à obesidade e os fatores que a perpetuam.

As causas psíquicas uma vez detectadas devem ser trabalhadas em âmbito profissional,nos consultórios de psicoterapia,com o auxílio também da família,de amigos desde que estes estejam dispostos a compreender ,auxiliar,sem julgar.

Associadas às causas psíquicas,também as genéticas,comportamentais,como hábitos alimentares,sedentarismo levam à obesidade, de modo que uma causa pode acabar reforçando outras.

É preciso romper com o círculo vicioso,para sair deste processo,quebrar velhos condicionamentos,buscar novos caminhos,mudar.

Para mudar é preciso coragem,para suplantar medos,insegurança,incerteza.

A experiência quando bem sucedida,produz sentimentos bons,contentamento,auto-estima.

Quando nos dispomos a mudar,isto significa alterar padrões até então vividos e que levaram a este processo.Significa mudar internamente,mudar comportamentos,hábitos,buscar novas aprendizagens,não para sermos o que éramos antes,porque o tempo passa e não podemos recuperar o que passou,o que perdemos,o que deixamos passar ou que não soubemos como passar.Temos que mudar para sermos melhores para o futuro,para enfrentá-lo com mais segurança,confiança e mais sabedoria.