Estigma
 
A palavra estigma tem origem grega e significa marcar, pontuar. Os gregos marcavam o corpo de pessoas para evidenciar alguma coisa extraordinária ou má sobre seu status moral e assim possibilitavam que elas fossem facilmente identificadas e evitadas.
O estigma está relacionado a conhecimentos inadequados e insuficientes (estereótipos), que leva ao preconceito (pressupostos negativos), à discriminação (rejeição) e ao distanciamento da pessoa estigmatizada.

No discurso sociológico, o conceito de estigma atende uma teoria formulada por Erving Goffman (1922-1982), onde estigma, atualmente, se caracteriza por qualquer característica, não necessariamente física ou visível, que não se coaduna com o quadro de expectativas sociais de determinado indivíduo.
Goffman distingue três tipos de estigma: as deformações físicas (deficiências motoras, auditivas, visuais, desfigurações faciais, etc.), os desvios de caráter (distúrbios mentais, vícios, doenças associadas ao comportamento sexual, reclusão prisional, etc.) e estigmas tribais (relacionados com o pertencimento a uma ração, nação ou religião).

Toda e qualquer sociedade tem atributos aos quais conferem normalidade e são considerados naturais na evolução do grupo – a isto chamamos de identidade social – o indivíduo estigmatizado que não se adéqua a esta “norma” do grupo acabar por frustrar as expectativas de normalidade.

Há grupos que são muito estigmatizados, pois devido à carga que carregam consigo,seja visível ou não, dão margem a vários tipos de interpretações pessoais, por exemplo: os doentes mentais, os boêmios, os praticantes de candomblé, os artistas, os dependentes químicos, os delinquentes, etc.

O estigma é um rótulo que marca e desqualifica um indivíduo. No ambiente escolar, também por causa da inclusão, vemos casos gritantes de alunos estigmatizados, e creia um meio tão amplo e difuso como este, a marca que incide sobre o aluno só serve para atrapalhar e desmerecer o futuro adulto.
Muitas vezes os estigmatizados em suas relações sociais acabam por tentar encobrir aquilo que o prejudique frente aos outros, quando a pessoa possui uma gagueira, esta tenta não manter diálogos e evita ao máximo se expor e ser destaque, através da verbalização.

A pessoa que sofre de esquizofrenia é estigmatizada de forma maçante. A família nem sempre entende a doença e com as informações tão amontoadas e muitos mitos acerca do transtorno, muitos creem ser o esquizofrênico, alguém perigoso e que deva ser excluído do contato social, claro, ressaltando que há casos peculiares, onde o médico administra remédios potentes, para inibir um possível episódio de agressividade. No mais, são pessoas que acabam sendo desmerecidas, pois não podem trabalhar, não tem vida social e lazer como gostariam, e sentem-se cada vez mais ansiosos com a situação e por vezes, tem crises depressivas severas.

Todos os portadores de doenças crônicas e enfermos de um modo geral passam pelo campo da estigmatização, sendo acercados de preconceitos ou ideias errôneas sobre o mal que os acomete. Isto os incapacita para ter uma vida social plena e diminui muito a iniciativa deste no âmbito familiar e na sociedade com um todo.

Esta imposição que se faz do alinhamento grupal e a identidade social do indivíduo, tornando-se apto a ser aceito pelo grupo, traz muitas consequências para o estigmatizado, sendo que a rejeição e a discriminação destroem a autoestima, e levam ao isolamento social e a reclusão.

Uma forma de abrandar este sofrimento do estigmatizado passa pela educação e conscientização, com ênfase nas diferenças culturais e sociais vigentes em cada região,mas sabemos que é uma questão morosa e uma mudança muito lenta, e os que se sentem estigmatizados jamais poderão esperar tanto tempo. Resta-nos apenas, compreender a situação e auxiliar na configuração positiva do indivíduo frente aos apelos sociais vigentes.

 
Fontes de pesquisa:
www.infopedia.pt/$estigma-(sociologia)
www.abrebrasil.org.br (entrevista com Dr.Miguel Roberto Jorge)

 
Lia Fátima
Enviado por Lia Fátima em 22/03/2017
Reeditado em 27/09/2018
Código do texto: T5948713
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