Um verdadeiro educador, ao assumir o exercício do magistério em uma escola, deve preocupar-se com três atributos essenciais: equidade, integridade e autenticidade. Um professor é equânime quando respeita os direitos de cada aluno de forma equitativa; íntegro quando tem inteireza de caráter; e autêntico quando tem postura em seu modo de ser. As suas atitudes estão relacionadas à equidade; a sua índole está relacionada à integridade; a sua maneira de ser está relacionada à autenticidade. Na equidade percebemos se um professor se utiliza de “dois pesos e duas medidas” dentro da sala de aula; na integridade conhecemos a natureza, o caráter, a essência da personalidade de um professor; na autenticidade vemos a expressão da equidade e da índole de um professor, se ele é falso ou verdadeiro. Esses três atributos de um educador devem servir de exemplo para os seus alunos. Os professores (adultos maduros) precisam expressar a marca da verdadeira Educação a seus alunos (crianças e adolescentes em formação) para que todos possam crescer.
O professor é equânime quando trata os alunos de uma turma de forma equitativa, sem predileções e discriminações, procedendo da mesma forma nas avaliações.
O professor é íntegro quando possui um caráter ilibado, mesmo com as limitações próprias do ser humano. O professor é autêntico quando é verdadeiro, tem um procedimento sincero. Um professor somente será equânime e autêntico se for íntegro. Sua integridade é que determinará se ele será justo e verdadeiro. A equidade e a autenticidade do professor dependerão de sua integridade. Um professor que não é íntegro, equânime e autêntico provavelmente contribuirá para a formação de alunos – futuros cidadãos – semelhantes a ele. E esse não o propósito da Educação. Se eu desejo uma sociedade melhor, então devo começar por mim.
O verdadeiro professor precisa ter três tipos de conhecimento: o conhecimento do conteúdo, o conhecimento didático e o conhecimento emocional. Ter apenas conhecimento do conteúdo de sua disciplina não basta. Mas também é inútil ter conhecimento profundo do conteúdo se não souber contextualizá-lo, relacioná-lo à prática.
O conhecimento do conteúdo deve vir acompanhado de uma boa didática, fundamental para o efetivo aprendizado dos alunos.
Complementando esses dois conhecimentos temos o conhecimento emocional, que habilita o professor a saber relacionar-se, a ter controle de classe e administrar conflitos dentro da sala de aula. O segredo da didática dialógica está relacionado a três aspectos: boa comunicação, criatividade e dinamismo. A comunicação é a coluna que sustenta a relação pedagógica entre o professor e o aluno. A efetividade da relação pedagógica se dará à medida que a comunicação for mais aberta, construtiva e positiva. Quanto à criatividade e ao dinamismo, é bom que se saiba que professor não é animador de auditório. O professor criativo é aquele que tem a capacidade de encontrar soluções diferentes e originais em face de novas situações na sala de aula. O professor dinâmico é ativo, cheio de energia, que sabe fazer cada coisa a seu tempo.
Faz bom uso da didática aquele que a conhece bem.
Isso não se aprende com teoria. Se o professor não adentrar as profundezas da didática e relacionar-se com ela diariamente não poderá fazer bom uso dela na sala de aula. Isso não se ensina na faculdade.
A didática ou a falta dela pode ser usada para avaliar um professor em sala de aula. As notas dos alunos, em geral, refletem isso, expõem os professores. As notas expõem a boa e a má didática. Quando os alunos são reprovados, os professores também são reprovados com eles. Tudo o que os professores são e fazem na sala de aula está relacionado com as notas dos alunos. A didática ou a falta dela é o que os professores plantam. As notas de seus alunos são os frutos. Assim, tudo o que o professor é e faz em sala de aula deve ser repensado quando seus alunos vão mal nas avaliações [que, mal elaboradas, resultam em más notas]. Todos os professores devem aprender a exercitar a didática. Se exercitar sua didática, ele terá algo novo para oferecer aos seus alunos e propiciar-lhes um melhor aprendizado a cada dia.
Os conteúdos devem ser contextualizados e a metodologia e as técnicas didáticas utilizadas precisam ser diversificadas para que as aulas dos professores não se tornem desinteressantes para os alunos, totalmente improdutivas e entediantes, gerando indisciplina.
Educar é relacionar-se. Educação, portanto, seja ela formal ou não, é relacionamento.
Quando os conteúdos das diversas disciplinas não conversam entre si e entram nesse relacionamento apenas subjetivamente, como informação, ficam estacionados na lembrança, na memória, até desaparecer. E como relacionamento é entre o aluno, como ser humano, e outros seres humanos e também com a natureza, se o conhecimento aprendido não se tornar em práxis do viver diário, provocará a degeneração de seu viver e, consequentemente, da sociedade em que está inserido. A Educação conteudista é, portanto, um veneno social. E os governantes sabem, se aproveitam e se beneficiam disso como forma de dominação.
A escola conteudista não se preocupa tanto com o lado humano dos alunos. Não são as matérias que eles aprendem, o conhecimento superficial que adquirem na sala de aula que vão interferir mais diretamente na produção da sociedade na qual estão inseridos, mas o que os forma como pessoas, interiormente, e lhes é passado pelos professores, e o uso que fazem do conhecimento adquirido. Isso, sim, irá ditar suas ações e reações como indivíduos, como cidadãos, como profissionais, e também o relacionamento com seus semelhantes.
Muitos professores vivem enredados pelas próprias palavras. As palavras, a nossa comunicação, moldam nossas ações e reações, assim como os pensamentos controlam nossas mentes.
A comunicação na sala de aula é de fundamental importância; porém ela não é o fim em si, mas um meio.
O nome, a descrição e o conceito jamais substituem a pessoa, a coisa, o fato. Se o professor permite que sua visão do aluno e sua explanação do conteúdo disciplinar estejam associadas a seus preconceitos, ao que ele acha, isso distorcerá ou impedirá a verdadeira percepção, prejudicando sobremodo o aprendizado. São, portanto, também ruídos na comunicação. Nada é relativo enquanto seja absoluto. As palavras, que deveriam propiciar a percepção pura, passam a ser uma barreira ao aprendizado do aluno. Para explicar aos alunos, o professor precisa observar sem associações. Na observação pura não deve haver interferência do pensamento pessoal, que é limitado.
A relação pedagógica na sala de aula só pode ser estabelecida e determinada por meio da didática dialógica e de caráter democrático. Mesmo tendo ocorrido uma preparação anterior para a aula, a marca principal da didática dialógica é a espontaneidade, caracterizada pela diversificação e adequação das metodologias ao contexto. Uma de suas vantagens é que, além de prática e dinâmica, ela também é flexível. A boa didática é aquele que desemboca em uma boa prática; e a boa prática é aquela embasada em uma boa didática.
As avaliações, sejam elas de alunos, professores, escolas, níveis e modalidades de ensino, são formas comparativas de fragmentar o sistema educacional.
A comparação é destrutiva, pois o melhor não é o bom. Comparar alunos, escolas, estados, países por meio de avaliações é uma forma de destruição, de “desEducação”. Medir é corromper. A qualidade e a integridade estão naquilo ou naquele que não precisa ser medido. Ou se é ou não se é. E o que realmente é não pode ser mensurado. Educação não é quantidade, mas qualidade. E qualidade não se mede, pois ela é subjetiva.
É possível ao professor evitar a comparação no processo ensino-aprendizagem? Como fica a avaliação, se ela é essencialmente comparativa? Os padrões estabelecidos pelo professor para avaliar seus alunos não devem ser comparativos, independente da metodologia utilizada.
A avaliação ideal dos alunos é aquela contínua, abrangente e contextualizada.
Prof. Maurício Apolinário é gerente de projetos educacionais, licenciado em Letras, especialista em Gestão de Pessoas e Gestão Escolar, e atua como freelancer nas áreas de comunicação e educação. Revisor gramatical.
Copyright © 2017 Maurício Apolinário, All rights reserved.
LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/profmauricioapolinario/
O professor é equânime quando trata os alunos de uma turma de forma equitativa, sem predileções e discriminações, procedendo da mesma forma nas avaliações.
O professor é íntegro quando possui um caráter ilibado, mesmo com as limitações próprias do ser humano. O professor é autêntico quando é verdadeiro, tem um procedimento sincero. Um professor somente será equânime e autêntico se for íntegro. Sua integridade é que determinará se ele será justo e verdadeiro. A equidade e a autenticidade do professor dependerão de sua integridade. Um professor que não é íntegro, equânime e autêntico provavelmente contribuirá para a formação de alunos – futuros cidadãos – semelhantes a ele. E esse não o propósito da Educação. Se eu desejo uma sociedade melhor, então devo começar por mim.
O verdadeiro professor precisa ter três tipos de conhecimento: o conhecimento do conteúdo, o conhecimento didático e o conhecimento emocional. Ter apenas conhecimento do conteúdo de sua disciplina não basta. Mas também é inútil ter conhecimento profundo do conteúdo se não souber contextualizá-lo, relacioná-lo à prática.
O conhecimento do conteúdo deve vir acompanhado de uma boa didática, fundamental para o efetivo aprendizado dos alunos.
Complementando esses dois conhecimentos temos o conhecimento emocional, que habilita o professor a saber relacionar-se, a ter controle de classe e administrar conflitos dentro da sala de aula. O segredo da didática dialógica está relacionado a três aspectos: boa comunicação, criatividade e dinamismo. A comunicação é a coluna que sustenta a relação pedagógica entre o professor e o aluno. A efetividade da relação pedagógica se dará à medida que a comunicação for mais aberta, construtiva e positiva. Quanto à criatividade e ao dinamismo, é bom que se saiba que professor não é animador de auditório. O professor criativo é aquele que tem a capacidade de encontrar soluções diferentes e originais em face de novas situações na sala de aula. O professor dinâmico é ativo, cheio de energia, que sabe fazer cada coisa a seu tempo.
Faz bom uso da didática aquele que a conhece bem.
Isso não se aprende com teoria. Se o professor não adentrar as profundezas da didática e relacionar-se com ela diariamente não poderá fazer bom uso dela na sala de aula. Isso não se ensina na faculdade.
A didática ou a falta dela pode ser usada para avaliar um professor em sala de aula. As notas dos alunos, em geral, refletem isso, expõem os professores. As notas expõem a boa e a má didática. Quando os alunos são reprovados, os professores também são reprovados com eles. Tudo o que os professores são e fazem na sala de aula está relacionado com as notas dos alunos. A didática ou a falta dela é o que os professores plantam. As notas de seus alunos são os frutos. Assim, tudo o que o professor é e faz em sala de aula deve ser repensado quando seus alunos vão mal nas avaliações [que, mal elaboradas, resultam em más notas]. Todos os professores devem aprender a exercitar a didática. Se exercitar sua didática, ele terá algo novo para oferecer aos seus alunos e propiciar-lhes um melhor aprendizado a cada dia.
Os conteúdos devem ser contextualizados e a metodologia e as técnicas didáticas utilizadas precisam ser diversificadas para que as aulas dos professores não se tornem desinteressantes para os alunos, totalmente improdutivas e entediantes, gerando indisciplina.
Educar é relacionar-se. Educação, portanto, seja ela formal ou não, é relacionamento.
Quando os conteúdos das diversas disciplinas não conversam entre si e entram nesse relacionamento apenas subjetivamente, como informação, ficam estacionados na lembrança, na memória, até desaparecer. E como relacionamento é entre o aluno, como ser humano, e outros seres humanos e também com a natureza, se o conhecimento aprendido não se tornar em práxis do viver diário, provocará a degeneração de seu viver e, consequentemente, da sociedade em que está inserido. A Educação conteudista é, portanto, um veneno social. E os governantes sabem, se aproveitam e se beneficiam disso como forma de dominação.
A escola conteudista não se preocupa tanto com o lado humano dos alunos. Não são as matérias que eles aprendem, o conhecimento superficial que adquirem na sala de aula que vão interferir mais diretamente na produção da sociedade na qual estão inseridos, mas o que os forma como pessoas, interiormente, e lhes é passado pelos professores, e o uso que fazem do conhecimento adquirido. Isso, sim, irá ditar suas ações e reações como indivíduos, como cidadãos, como profissionais, e também o relacionamento com seus semelhantes.
Muitos professores vivem enredados pelas próprias palavras. As palavras, a nossa comunicação, moldam nossas ações e reações, assim como os pensamentos controlam nossas mentes.
A comunicação na sala de aula é de fundamental importância; porém ela não é o fim em si, mas um meio.
O nome, a descrição e o conceito jamais substituem a pessoa, a coisa, o fato. Se o professor permite que sua visão do aluno e sua explanação do conteúdo disciplinar estejam associadas a seus preconceitos, ao que ele acha, isso distorcerá ou impedirá a verdadeira percepção, prejudicando sobremodo o aprendizado. São, portanto, também ruídos na comunicação. Nada é relativo enquanto seja absoluto. As palavras, que deveriam propiciar a percepção pura, passam a ser uma barreira ao aprendizado do aluno. Para explicar aos alunos, o professor precisa observar sem associações. Na observação pura não deve haver interferência do pensamento pessoal, que é limitado.
A relação pedagógica na sala de aula só pode ser estabelecida e determinada por meio da didática dialógica e de caráter democrático. Mesmo tendo ocorrido uma preparação anterior para a aula, a marca principal da didática dialógica é a espontaneidade, caracterizada pela diversificação e adequação das metodologias ao contexto. Uma de suas vantagens é que, além de prática e dinâmica, ela também é flexível. A boa didática é aquele que desemboca em uma boa prática; e a boa prática é aquela embasada em uma boa didática.
As avaliações, sejam elas de alunos, professores, escolas, níveis e modalidades de ensino, são formas comparativas de fragmentar o sistema educacional.
A comparação é destrutiva, pois o melhor não é o bom. Comparar alunos, escolas, estados, países por meio de avaliações é uma forma de destruição, de “desEducação”. Medir é corromper. A qualidade e a integridade estão naquilo ou naquele que não precisa ser medido. Ou se é ou não se é. E o que realmente é não pode ser mensurado. Educação não é quantidade, mas qualidade. E qualidade não se mede, pois ela é subjetiva.
É possível ao professor evitar a comparação no processo ensino-aprendizagem? Como fica a avaliação, se ela é essencialmente comparativa? Os padrões estabelecidos pelo professor para avaliar seus alunos não devem ser comparativos, independente da metodologia utilizada.
A avaliação ideal dos alunos é aquela contínua, abrangente e contextualizada.
Prof. Maurício Apolinário é gerente de projetos educacionais, licenciado em Letras, especialista em Gestão de Pessoas e Gestão Escolar, e atua como freelancer nas áreas de comunicação e educação. Revisor gramatical.
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