SUPERAÇÃO
O futuro pertence àqueles que acreditam na beleza de seus sonhos.
E.Roosevelt
Duas reportagens que li esta semana chamaram minha atenção. Tratavam de histórias de vida diferentes, porém havia um elo entre as duas: a força de superação de dificuldades que o ser humano é capaz de revelar nas situações mais difíceis, transformando estas dificuldades não em motivo de revolta, ou desculpa para se tornarem seres amargos e condenados ao fracasso, mas em mola propulsora de um futuro onde há lugar para sonhos, realizações, superação, conquistas, elevação de auto-estima, sucesso e exemplo a ser seguido.
O primeiro caso é o da atleta Maureen Maggi. Em 2003 era a número 1 do mundo, líder do ranking internacional, Medalha de Ouro no Troféu Brasil de Atletismo, Ouro no Pan Americano de Winnipeg no Canadá, detentora até hoje do recorde sul americano de salto em distância, que ao fazer exame antidoping teve o resultado positivo e a suspensão pela Federação Internacional de Atletismo, embora absolvida no Brasil em Janeiro de 2004.
A atleta havia usado uma pomada cicatrizante, com indicação médica que continha um esteróide anabolizante. A suspensão a tirou das pistas de atletismo por dois anos. Ao invés de deixar que a punição, a dor, determinasse sua vida e o trauma a perseguisse, ela retornou aos treinos, depois de cumprida a suspensão. Pois em 2006, após ficar aquele período sem qualquer atividade física e com pouco tempo de treino, após seu retorno fez o oitavo melhor resultado do mundo, no ano, em competição realizada na Colômbia. Prepara-se, agora, para o Pan Americano, além de outras competições, com grandes chances de medalha.
Não se transformou em eterna vítima, mas aprendeu a lição, ao lidar com suas angústias, seus limites. Não deixou que acontecimentos externos liquidassem com sua força interior.
O outro exemplo é de Chris Gardner, americano, negro, pobre, mas capaz de sonhar. Desejava trabalhar na Bolsa de Valores e ser rico. Desempregado, abandonado pela esposa, ficou com o filho para criar. Virou mendigo, dormindo em abrigos de sem-tetos, bancos de jardim e banheiros públicos. Mesmo assim, buscou se qualificar para aquilo que desejava. Em meio a todos os percalços, com objetivos, persistência, trabalho, conseguiu uma vaga num programa de treinamento de uma corretora, após ter sido dispensado de um estágio em outra empresa. Obteve a licença em 1981, para operar oficialmente na Bolsa de Valores.
Quando ficou desempregado tinha no Bolso US$25, hoje tem uma fortuna estimada em US$600 milhões.
Este caso virou filme concorrendo à premiações e sendo sucesso de bilheteria, inclusive aqui.
Ambas as histórias revelam pessoas que não ficaram engessadas dentro de si, cultuando fracassos ou tentando atribuí-los a outros ou à má sorte, mas abriram-se para outros caminhos para rever e reverter suas histórias de vida. Não tiveram medo de enfrentar as dificuldades, o preconceito, o julgamento da sociedade. Sobretudo, não desistiram da vida, não deixaram que as adversidades, agressões, ou injustiças fizessem deles pessoas derrotadas, inferiorizadas, sem perspectivas, sem sonhos, ou incapazes de lutar por eles. O comum é ver pessoas que insistem em falar de suas dificuldades, para que todos fiquem à sua volta, por piedade ou compaixão, centrados em seus problemas, sem conseguir ver a soluções, percebendo só as portas que se fecharam, sem visualizarem outras possibilidades ou algo positivo que poderia servir de estímulo para novos empreendimentos.
O fundamental é investir em si mesmo como ser humano, no seu crescimento e aperfeiçoamento interior. A partir daí, o sucesso é decorrência, é acessório, não o principal, pois não adianta o sucesso por si só, com a pessoa não resolvida internamente, cheia de conflitos, traumas não resolvidos, aprisionada emocionalmente.