VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
 
     É inacreditável saber que a violência contra a mulher ainda existe no Brasil e no mundo. E para piorar, a violência contra a mulher existe em todas as classes sociais, as religiões e etnias. Pode até ser mais incidente em algumas culturas, mas nunca será exclusiva. Ela atinge todos os níveis. E pior, não está limitada nem mesmo aos relacionamentos heterossexuais. Quem pensava que somente o homem “batia” em mulher, estava enganado, em casais de lésbicas, aquela que é a cônjuge dominadora, às vezes, também, comente violência contra a cônjuge. Lamentável!
     Escrevi “batia” assim mesmo, entre aspas porque a violência contra a mulher está longe de ser somente física, essa violência já é o penúltimo estágio, é aquele que antecipa o feminicídio, ou seja, o assassinato da mulher. Há outras formas de violências, como psicológica, moral, patrimonial e sexual. E essas violências se manifestam de diversas formas, até mesmo como o simples apagar de um contato no celular, negar-se a sair com ela caso ela não troque de roupa, arremessar seus objetos nela para que a machuquem ou longe para que estraguem, ofendê-la, fazer com que ela duvide de sua sanidade, proibi-la de seguir uma religião, proibi-la de sair de casa, proibi-la de qualquer coisa, enfim, a violência contra a mulher começa sempre com atitudes simples que ninguém liga, depois essas atitudes vão evoluindo, aumentando cada vez mais até que começam as agressões físicas mais violentas e, por fim, pode ser que se chegue ao feminicídio.
     Há a procura de delegacias em casos de agressão, mas, muitas vezes, as mulheres se sentem ainda mais violentadas ao serem atendidas por outros homens que chegam a debochar delas, a rir delas escancaradamente. Já ouvi muitos depoimentos de jovens mulheres que ao irem em delegacias comuns darem parte de seus cônjuges sofreram mais essa humilhação! O fato de existir uma delegacia da mulher em cada cidade é muito importante, mas ainda isso não é a solução se não for trabalhada a questão social, a questão cultural, entre os homens aplicadores da lei, afinal eles ainda continuam a ser necessários nas delegacias da mulher.

     O que fazer? O que cada um de nós podemos fazer?

     Discutir a questão em casa, com os amigos, na escola, no trabalho, no templo! Denunciar quem tiver de ser denunciado, ajudar que tiver e quiser ajuda. Não omitir que a violência contra a mulher existe e que, a cada hora, algumas mulheres no Brasil morrem vítimas de feminicídio, ou seja, morrem por violência de seus cônjuges ou vítimas de violências por serem mulheres (estupros, serial killers...). A observação, a informação, a discussão, tudo se transforma na educação que você terá e que você transmitirá aos seus descendentes, é assim que as coisas começam a mudar no mundo, através da multiplicação de valores e exemplos. E, sempre, devemos prestar a atenção em nossas atitudes e discursos, observar se não estamos praticando algum delito contra a mulher ao nosso lado, ou contra o homem ao nosso lado, afinal, também não queremos que a situação se inverta, a violência tem que parar!
 
Marília Francisco
Enviado por Marília Francisco em 07/03/2017
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