Mães borderline- A mãe "vitimizadora" ou "sofredora".
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1. A mãe “vitimizada” ou “sofredora”
O sentimento essencial e predominante neste tipo é o desamparo, e a mensagem que passam a seus filhos pode ser resumida pela seguinte frase: “A vida é pesada e repleta de sofrimentos.”
A mãe vitimizada sempre se coloca em um papel de eterna sofredora. Utiliza-se desse papel para manipular as pessoas ao seu redor, por meio dos sentimentos de pena e piedade que despertam nelas. Em diálogos com seus filhos costumam usar as seguintes expressões: “Depois de tudo que passei, você ainda tem coragem de fazer isso comigo?”, “Preciso tanto de vocês para me sentir melhor”, “Queria tanto ser uma mãe melhor para que você se orgulhasse de mim!”...
Esse tipo de mãe sempre esconde um profundo sentimento de inferioridade e pena por si mesma. Em seu histórico infantil costumamos nos deparar com maus-tratos, negligências e até abusos. Na maioria das vezes, procuram maridos ou parceiros
que possam “tomar conta” de suas vidas e fazer tudo por elas.
As crianças que possuem esse tipo de mãe, em geral, são obrigadas a
amadurecerem de forma precoce, pois desde pequenas se sentem responsáveis pelo bem-estar de suas mães. Os cuidados que essas mães dedicam aos filhos costumam oscilar muito, ora com atenção excessiva, ora com negligência total. Seus
sentimentos pelos filhos flutuam de acordo com seus estados de humor. Para os filhos é muito difícil entender esse “amor instável e imprevisível”, por isso o sofrimento deles é muito intenso.
COMO LIDAR COM A MÃE “VITIMIZADA” OU “SOFREDORA”
Antes de qualquer coisa, é preciso entender que o sofrimento da mãe não é nem deve ser o sofrimento dos filhos. Mães e filhos são indivíduos distintos e a mãe sofrida não pode contaminar seus filhos com suas “dores” ou exigir que eles exerçam um efeito medicamentoso sobre as mesmas. Nenhum filho, por si só, pode livrar sua mãe border dos sofrimentos psíquicos. Isso é uma tarefa árdua e individual que cada uma delas precisa enfrentar para que seja melhor como pessoa e, consequentemente, como mãe.
Personalidades borders têm a tendência a distorcer os fatos a partir de suas emoções exacerbadas; em função disso, seus sentimentos, mesmo que verdadeiros, mostram-se exagerados e totalmente desproporcionais às situações ocorridas.
Outro aspecto a destacar, no que tange ao sofrimento dessas pessoas, é a influência que as emoções hiperativadas exercem nos seus sistemas de memória.
Emoções intensas e negativas tendem a “formar calos” em suas lembranças e, dessa forma, passam a ser ativadas e revivenciadas aos menores sinais de sofrimento ou frustrações. Isto cria um ciclo vicioso de sofrimento, que se retroalimenta de forma intensa e devastadora.
As mães vitimizadas tendem a usar seu sofrimento em um jogo de manipulação, o que cria nos filhos intensos sentimentos de culpa. Os filhos, por sua vez, precisam ser orientados a entenderem que não são culpados e que ao se sentirem assim,
além de sofrerem muito, acabam reforçando a manipulação que as mães exercem sobre eles.
Apesar do que foi dito sobre a mãe vitimizada, existem momentos bons que podem e devem ser aproveitados ao seu lado. É importante para toda a família desfrutar desses momentos agradáveis, nos quais doses generosas de carinho são observadas e, principalmente, saber separá-los dos momentos mais difíceis e desagradáveis. Os filhos desse tipo de mãe devem aprender, desde muito cedo, a não contar com a mãe, pelo menos como forma de sustentáculo afetivo que se espera ou se idealiza das mães em geral. Viver esperando que suas mães exerçam essa função é alimentar expectativas irreais, que só irão gerar intensos sentimentos de frustração e de menos-valia. O acompanhamento psicológico dessas crianças deve ser feito o mais precocemente possível, uma vez que elas precisam ter suas individualidades reforçadas e bem-trabalhadas para não se “contagiarem” com os infindáveis sofrimentos de suas mães.