DONA NEIDE E O CONDOMÍNIO VILA D’OURO
DONA NEIDE E O CONDOMÍNIO VILA D’OURO
O Condomínio Vila D’Ouro, localizado na avenida Francisco Porto, antiga avenida Saneamento, bairro Grageru (ainda que alguns o coloquem como sendo bairro 13 de Julho) da bela Capital Sergipana, foi construído no início dos anos pela empresa Habitacional. Na época em que foi erguido, uma área de aterro de mangue, era possível ver caranguejos caminhando nas ruas. Os professores José Wilson e Ana Beatriz, meu pai e minha mãe respectivamente, foram um dos primeiros compradores de uma das unidades deste Condomínio. Apesar de pequeno, tenho lembrança daquela localidade em expansão, já que morávamos na rua Fenelon Santos, do outro lado avenida (bairro Salgado Filho).
Pois bem, nestes quase 35 anos de existência, o Condomínio Vila D’Ouro mantem o belo estilo de uma época de projeção da engenharia e da arquitetura aracajuana, além de contar com uma dimensão invejável e cada vez mais raras nas medidas dos apartamentos e da área comum. Além disto, a localização possibilita a valorização do imóvel, apesar de não ter ainda alguns adicionais trazidos pela engenharia moderna (fato extremamente natural e solucionável, como vem ocorrendo).
Para os que estão lendo, antes de qualquer indagação, registro que este breve desabafo sobre este Condomínio, que faz parte da minha vida, como de também muitos outros, apenas possui o condão de homenagear todos aqueles que fizeram e fazem parte do corpo de funcionários, muitos deles, inclusive, dedicaram grande parte de suas vidas, em prol deste Condomínio.
Atualmente, menos de 15 funcionários integram o corpo de colaboradores do Condomínio e entre eles estão Maria (com mais 21 anos de trabalho), Seu Edvaldo (com mais 23 anos de trabalho), Dona Ângela (com mais 23 anos de trabalho), Dona Silvânia (com mais 23 anos de trabalho), além de Elenildes, Rose, Orlando, Tiago, Erick, Erivan e outros, que não recordo o nome, que tem entre cinco a oito anos de trabalho.
Eles, sem sobra de dúvida, são o grande patrimônio deste Condomínio, pois como já demonstrado, muitos irão se aposentar com uma vida quase que exclusiva a este ambiente habitacional. Diferentemente da maioria dos Condomínios, onde a rotatividade de funcionários é grande, o Vila D’Ouro, através de seus gestores ao longo dos anos, vem respeitando o ambiente harmônico criado por estes homens e mulheres, que criaram filhos e netos, fruto de um trabalho dedicado para todos nós, condôminos.
O clima criado por estas pessoas é muito bom, sempre zelosos e com muito carinho, algo realmente, como já declinei, raro hoje em dia. E observem, que muitos de nós, condôminos, muitas vezes, somos intransigentes, mal educados, desrespeitos, mal falamos um “bom dia”, mesmo diante da nossa condição financeira, profissional, como se isto fosse alguma coisa aos olhos de Deus. E mesmo assim, suportando as neuras pessoais, seja de índole psicológica ou emocional, de alguns condôminos, ao longo anos, estes bravos funcionários nos ensinam a ter paciência e respeito ao outro e ao seu trabalho, ainda que a remuneração seja aquém do merecimento.
Hoje, dia 29 de setembro de 2015, uma terça-feira, tomei conhecimento, que Dona Neide, com aproximadamente 14 anos de serviços prestados ao condomínio, não aguentou o vexame moral causado por um condômino (ou condôminos, não sei), talvez uma destas pessoas que não aprendeu a ter educação e acredita que pessoas simples não possuem valores morais. É Bem verdade que não procurei saber com detalhes sobre o caso ainda, talvez exista alguma razão para o morador ou moradora ter agido de tal forma que a funcionária, com anos de casa, tenha optado em pedir para sair, mas, porém, todavia, ...
Uma grande perda e com isto passo a refletir. O que é mais importante num ambiente residencial, vizinhos, leia-se condôminos, que usam da sua pseudo posição social para esbravejar arrogância, prepotência, superioridade financeira e intelectual (ambas questionáveis), ou, funcionários que nos brindam com um sorriso e agregaram vários valores ao nosso local de moradia.
Ainda que a resposta seja subjetiva, por parte de cada leitor, quero neste artigo, de forma humilde e com as mãos erguidas para a amizade, agradecer a todos os funcionários do Condomínio Vila D’Ouro, por todos estes anos de dedicação e pela gentileza e alegria no trato do dia a dia comigo e com minha família.
Alessandro Buarque Couto
Professor de Direito
79-991420022