E agora, é?
Nunca fui ativista de nenhuma causa. Mas essa questão da economia de água sempre me preocupou. Procuro fazer uso racional dos recursos naturais, e tento transmitir esta consciência aos mais próximos, mesmo sendo incompreendida e até criticada, em alguns momentos.
Fato é que a maioria de nós só toma as devidas providências quando o caos já está instaurado. É o caso daqueles cidadãos que só vão ao médico em último caso, ou de quem acha ser preciso usar o cinto de segurança somente para não ser multado.
Certo dia, pedi a uma conhecida que fechasse a torneira enquanto ensaboava louça, porque me doeu na alma ver o desperdício. A resposta imediata dela, foi: “Aline, aqui não é o Nordeste, não”. Eu não repliquei, mas confesso que aquela ignorância me deixou estupefata. Hoje, com o Distrito Federal passando pelo primeiro racionamento da sua história, será que eu poderia me virar para aquela conhecida, e perguntar: “E agora, é?”?
Infelizmente, algumas pessoas não agem com a devida responsabilidade, muito menos pensam em favor do conjunto. Vi, numa reportagem, que o síndico de determinado condomínio adotou medidas de reuso da água das piscinas e dos prédios, levando a conta a cair de R$ 11 mil para R$ 1.900 por mês. Mesmo assim, ele também será prejudicado com o racionamento.
Entende o que digo? Precisamos cuidar dos bens públicos e dos recursos naturais em benefício próprio, mas, também, pensando no bem comum. É fácil achar que gastar papel higiênico em demasia ou energia elétrica desnecessária no meu ambiente de trabalho é problema do chefe ou do governo. Mas é mais inteligente lembrar que quem paga a conta é cada um de nós.