Traseiros & Minissaias,Pernas & Mamas,tendência...
Assunto: Traseiros & Minissaias,Pernas&Mamas, Tendências.../Clevane Comenta(com chantilly,sal e pimenta.. .)
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Mais Transparências ?!
Essa é uma nova tendência de Moda japonesa.Minha amiguinha e paciente Tininha, enviou-me uma seleção de fotos mas resevando para o final a "surpresa",o que repito,pra vocês:
"não é transparência".
Trata-se de pintura,sobre o tecido das vestes,atrás,apenas,simulando as roupas de baixo e pernas,à perfeição.
Já vi muita mulher com blusa de crochê ou tricô,em pontos bem vasados, sem soutien e homens apressando o passo para ultrapassá-las e olhar a frente.Em vez de seios desnudos,encontram uma faixa de ponto bem fechado,ou outro recurso que tampe as mamas,aliás ,a palavra "seios",em anatomia,significa buraco:depressões(por exemplo,os seios da face,onde a sinusite se instala:inflamação a acumular secreções e provocar edemas,dores,mal estar porque o ar inspirado passa mal,obrigando as pessoas a ficarem de lábios entreabertos para resprar melhor)...
Temos de dizer mamas,peitinhos.Aliás,na adolescência,o nome é poético,mimoso:"brotos mamários"...
Mas voltando ao dernier cri japonês,os brasileiros(no masculino)irão adorar,"se a moda pega",pois bumbum,apesar dos silicones mamários,ainda é a grande fonte de atração dos olhares masculinos.
Isso me faz lembrr de quando Mary Quant lançou a "mini-saia",rompendo com as tradições de elegância:saias abaixo do joelho pelo menos dois dedos e,para as ousadas,dois dedos ACIMA.Escrevi uma crônica,na Gazeta Comercial ou na revista O Lince a respeito e recebi uma carta deliciada do Desembargador Vasques Filho,sonetista,aquarelista,trovador.Louvou a tendência,desejando que num futuro próximo,as mulheres andassem desnudadas.Obvio:pensava que "Clevane" era um jornalista.Respondi em papel cor-de-rosa.Perfumada.Disse-me uma senhorita.E a apartir daí,nos tornamos muito amigos,ele era missivista contumaz,daqueles de longas e deliciosas cartas,cheias de reminiscências,pois já morara em Juiz de Fora...
Nessa época,líamos que um certo motorista atacara uma garota,a "beliscões apaixonados",culpando-a depois,por estar usando minissaia .Os pais proibiam,com medo das filhas ficarem na boca do povo...Meu pai,sempre avançado e nordestino,acostumado a ver e conviver com pernas de fora(dizia-se que as de mamãe eram imbatíveis e como casaram-se"com um mês e doze dia de namoro",na véspera do casamento,ele pediu à noivinha de quinze anos andar para lá e para cá.Ficou a observá-la.Depois lhe contou:não tivera tempo de observar suas panturrilhas e tornozelos.Se fossem finas,bye!Apesar de minha irmã termos boas pernas,para padões,costumava dizer, meio brincando,mas falando sério,que as nossas não chegavam aos pés da dela.Realmente,eram bem torneadas,lisas,bronzeadas e sem varizes,até sua morte,por acidente,aos 67 anos(1996).
As freiras de vários colégios onde estudei,(do Santa Catarina,e dos Santos Anjos,em Juiz de Fora e do Colégio do Sagrado Coração de Jesus,em Itajubá,MG)em certas ocasiões ficavam no portão,com uma fita métrica e tínhamos de ter o comprimento da saia medido.Mal as freiras nos liberavam,quando íamos para a rua,dobrávamos o cós das mesmas,que eram pregueadas e ficavam lindas curtinhas.Meu pai achava graça no veto."O que é bonito é para ser mostrado"dizia.Quando ia conoso à costureira(ele era muito exigente com postura e comportamento e certamente roupa não entrava no seu rol de exigências),mamãe muitas vezes ocupada com os menores ou seus bordados,respondia à profissional sobre decotes,cinturas e comprimentos,que encurtasse(as saias),baixasse(os decotes,as alcinhas),apertasse e colocasse cintos(nas cinturas).Assim,fomos das primeiras a usar calças saint-tropez(de cós baixo,embora,naquela época,não usássemos barriga de fora,exceto nos biquines lançados por Brigitte Bardot,inspirados na ousadia das banhistas de Saint Tropez,famosa praia francesa,muitos em xadrezinho miúdo verde alface ou rosa...
Na minha época de minha formatura de primeiro grau,meu vestido,segundo as escandalizadas e meigas freirinhas,era decotado demais.Eu tinha busto pequeno e estava sem soutien.Os pais não participariam dessa cerimônia,não sei porque.Elas queriam que alguém me emprestasse um bolero.Bolero!Pecinha destinada a despistar os vetidinhos de alças e os "tomara-que -caia"(o cito desembargador Vasques Filho,anos depois:"Tomara que as mulheres adotem a moda de nada usar"...rsss),donde deduzo que os homens inventaram a expressão,ou os estilistas,para deixá-los intrigados,espectantes...Meu decote "V",onde uma faixa drapeada se cruzava,teve de ser aceito,pois as meninas de bolero ou casaquinho não quiseram tirar os delas para me emprestar.Papai e mamãe acharam muito graça de que eu provocasse tal discussão,uma garota de catorze anos magrinha,com a bainha da saia abaixo do joelho,para não chocar...
Nos meus tempos de Gazeta Comercial,comecei a atender a uns telefonemas de um rapaz que lá escrevia,em outro horário,ocasião em que eu lecionava Desenho e "Educação Moral e Cívica" para cabos e sargentos e primeira série para uns pequerruchos encantadores,na escola da ASE,em Juiz de Fora.Não nos conhecíamos pessoalmente e as secretárias inventavam feiuras sobre um e outro...Marcamos encontro na tradiçional Feira das Nações,no Bom Pastor.Ele disse que ia num carro esporte vermelho.Eu ficara dentro da barraca dos artistas e num dado momento,o Lacerda resolveu fazer uma caricatura crayon de meu rosto(fez só olhos imensos,cercados de olheiras e longa cabeleira negra).Posando,não vi o moço aparecer.
Um dia,marcamos nas prévias do Festival de Música popular,no Clube Juiz de Fora.Eu lhe disse que iria de calças compridas Saint Tropez brancas,blusa "Mamãe Dolores"(feita de estampa floral miudinha,com fundo preto,assim chamada por causa da escrava que era personagem na novela "O Direito de nascer",ave!).Ele riu,dizendo que não ia precisar de detalhes.Ele já me vira,pois estava um dia com o diretor de teatro e ator Natálio Luz,quando este me apontou e nomeou para ele."Você estava de mini-vestido verde limão,meias arrastão pretas",contou."Lindas pernas",concluiu.Claro,depois contei sso a mamãe e papai,como quem diz:eu também tenho pernas bonitas...rsss
O rapaz não era muito alto,mas era ,como se dizia na época, "um pão"...Dessas prévias,recordo os membros de júri com dicionário na mão,procurando saber o que queriam dizer termos usados por Suely Costa...
Aliás,essa talentosa compositora,que faz tantas boas músicas gravadas por Chico,Betânia e outros expoentes,tinha,além de voz afinadíssima e conhecimento musical, belas pernas.Noutro dia,emocionei-me assistindo-a na TV Cultura,repassado pela Rede Minas,ao ouví-la,com sua voz grave,ir contando sua trajetória...Certa feita,fui com amigos assistir às "Irmãs Costa":ela,Telminha e Lisieux(uma delas canta com Chico "Eu te Amo",numa gravação de LP do mesmo nome-não me lembro se foi regravada,uma maravilha de canção),vestidas de minivestidos curtíssimos e meias-calça brancas,translúcidas e brilhantes.Um show à parte,cada uma com um tipo físico diferente,o irmão ao violão.A mãe delas chegava no Ginásio Estadual Patrus,onde estudei por dois anos,de lambreta,as belas pernas aparecendo.Situação inusitada.Os professores e alunos olhavam para o outro lado,a despistar o interesse.Depois alongavam o olhar.Mas ela já descera,simpática e sorridente.Pianista,era nossa querida professora de "Canto orfeônico",então matéria obrigatória.Graças a essa base musical clássica,os filhos sairam-se músicos assim apurados...Dona Aparecida fazia parte da plêiade feminina de mulheres que nos anos 50,60 e 70,eram avançadas para a época,ignorando solenemente os velhos vetos e tabus.
Agora,as mulheres seguem a moda das calças,saias e shorts com o cós superbaixo.Apenas cobrem as pélvis.Há as mais gordinhas,que não ligam em mostrar banhas,para não ficarem de fora da tendência.Mas as de barriga chata,ficam lindas.Claro há quem censure:(...)"só faltam mostrar"(...)"e agora deram para mostrar pelo cós,as calcinhas!"(...)"Calcinhas?Que nada,agora mostram é uma tal de cueca feminina,que horror"...Juro que já ouvi,inúmeras vezes,tais comentários...Moda é moda!Penso apenas que apenas a questão estética devesse ser resguardada,mas,ao esmo tempo,lembro que,quando pequena, fui ao Rio de Janeiro com meu pai e vi,tanto na Praia de Copacabana quanto na feira ,senhoras,das quarentonas às idosas ,felizes com pouca roupa,as pelancas aparecendo impunemente(não,não se falava em operação plástica para fins estéticos),fiquei encantada porque elas podiam ser felizes sem regras próprias às sua idades,tão em moda na época.Comentei com papai e mamãe e ambos riram."Não é o hábito que faz o Monge",aprendi,para sempre.E a palavra "hábito",nos dois sentidos.
Que bom ,pra minha vida,eu ter tido pais assim abertos,ensinando que a moral vem de dentro para fora.Bom é ter o moral lá nas estrelas...
Clevane Pessoa de araújo Lopes
BeloHorizonte,11/10/2005
N:Infelizemnte,não posso dar crédito às fotos de Moda que repasso. Tininha recebeu de alguém que também não sabia...
Se alguém conhece a fonte,avise-me...
Clevane