O BEM E O MAL

O BEM E O MAL

Desde os primórdios, o homem enfrenta uma guerra insana para fazer valer a preponderância do bem sobre o mal. O pensar mecanicista ditou as regras de convivência social durante os séculos XVIII, XIX e persiste arraigado nos sistemas políticos, sociais e econômicos nos tempos atuais, apesar das tentativas, propostas por novos cientistas, de mostrar que desde o aparecimento do primeiro ser vivo no planeta terra, as leis da natureza permanecem fiéis aos seus ditames, ou seja, cada ação corresponde a uma reação a favor ou em sentido contrário. A teoria sistêmica explica muito bem o porquê do bater-asas de uma borboleta na Amazônia, pode desencadear um tsunami na Ásia. Alguém poderá duvidar, porém quando se admite que o bater-asas de uma borboleta pode atrair bilhões de outras borboletas para um bater-asas coletivo, essa ação conjunta pode alterar a trajetória de uma corrente de ar iniciada no pacífico. O bem coletivo das borboletas pode também se transformar em um mal coletivo para os humanos. Assim, a natureza segue seu compasso.

Na década de 60, do século passado, o Clube de Roma dirigido por Aurélio Peccei, deu início às discussões sobre as novas possibilidades de desenvolvimento das nações pobres.

O Clube Roma, diríamos, foi o embrião do hoje famoso G-8, cujos objetivos continuam a ser “cada lobo protege seu território”, tendo como suporte basal, a ONU, o FMI e outros órgãos internacionais.

Felizmente, as ações propostas pelo Clube de Roma ensejaram e motivaram a I Conferência Internacional sobre o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo em 1972. Lá, os cientistas discutiram e apresentaram propostas de desenvolvimento, enfatizando um novo paradigma, o da sustentabilidade, onde se defende o desenvolvimento através de ações economicamente viáveis, socialmente justas e ambientalmente corretas. De tudo que foi discutido e apresentado, resumiu-se em um livro – NOSSO FUTURO COMUM, base científica e até filosófica para o que se pretende para a humanidade.

As diversas outras conferências internacionais que se seguiram, forçaram o “lobo a sair da toca”, e a admitir que mal pode até ainda continuar a impor seus métodos de crescimento, mas o bem, o bem-comum, dá sinais de que em breve será o vencedor.

Cumpre-nos a todos que temos consciência do mal causado ao meio ambiente, através de ações desenvolvimentistas impensadas ou mal planejadas, repensar e ressignificar o futuro para as gerações vindouras. Se o amigo leitor pertence a esse “rol consciente”, ajude-nos a socializar esta preocupação com os demais participantes do “Recanto”. Será muito bom para o bem, o bater-asas de mais uma “borboleta” na busca de um futuro comum, com factíveis chances de se viver mais e melhor.

Rui Azevedo – 31.07.2007

Rui Azevedo
Enviado por Rui Azevedo em 31/07/2007
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