HERMENÊUTICA E EXEGESE
HERMENÊUTICA E EXEGESE
A hermenêutica e a exegese são dois princípios ocidentais utilizados pelos teólogos como meio de entendimento da mensagem bíblica. Hermenêutica é uma palavra grega (hermeneutike) que significa interpretação. A hermenêutica indica o sentido literal do texto. A interpretação literal tem sido a mais preferida pelos homens, derivando disto verdadeiros absurdos. Com essas nuanças a necessidade do emprego da exegese que é o significado Moral e Espiritual do texto. Existem três diferentes redações do Pentateuco Mosaico: a judaica, a samaritana e a grega da “Versão dos Setenta” ou “Septuaginta” e a versão latina desta, denominada “Vulgata”. A mais próxima à judaica e grega. Jeová ou Iavé ou Javé, o Deus de Israel, como já foi dito por mim em considerações anteriores, era o Espírito Guia do Povo Hebreu. Para os povos antigos, os Espíritos eram Deuses, e o Deus de cada povo era a Divindade Suprema. Esse o motivo por que Jeová se apresenta ao seu povo como se fosse o próprio Deus único. E como se apresentava ele? Através da mediunidade, ensinando aos homens rudes do tempo as verdades espirituais que deveriam frutificar no futuro. É por isso que encontramos, nas páginas da Bíblia, não só o relato de fenômenos espíritas ocorridos com o povo hebreu, mas também ensinamentos precisos e claros sobre mediunidade. Convém informar que a redação judaica foi vocalizada pelos rabinos massoretas (do hebraico massorat, ‘tradição’ ou o conjunto dos comentários críticos e gramaticais acerca da Bíblia (sobretudo o Velho Testamento) feitos por doutores judeus). A redação samaritana, a mais recente das três, difere bastante da judaica e da versão grega. O Pentateuco contém cinco mil oitocentos e quarenta e cinco versículos e narra a história do Homem, a origem do povo hebreu e toda sua legislação civil e religiosa, finalizando com a morte de Moisés. Segundo o “Talmude”, a autoria dos oito versículos finais da Tora, que tratam da morte de Moisés (Deuteronômio. 34:5-12), é atribuído a Josué, seu sucessor, o qual acompanhou o seu mestre até os últimos momentos.
O ministério dos anjos, esse mistério divino, a que o apóstolo Paulo se referiu tantas vezes, é exercido através da mediunidade. A Bíblia nos relata uma infinidade de comunicações mediúnicas. Em números 11:23-25, temos a descrição de dois fatos mediúnicos valiosos. Primeiro, o Senhor fala a Moisés. Depois, Moisés reúne os setentas anciãos, formando uma roda, e o Senhor se manifesta materialmente, descendo numa nuvem. Temos a comunicação pessoal de Jeová a Moisés, e a seguir o fenômeno evidente de materialização de Jeová, através da mediunidade dos anciãos, reunidos para isso na tenda. A nuvem é a formação de ectoplasma na qual o espírito se corporifica. A Bíblia foi escrita em um “hebraico consonantal”, só com consoantes, ou seja, sem sinais de vocalização. Os sinais de vocalização que substituem as vogais são conhecidos como “massoretas”. A palavra Bíblia vem do grego (bíblia=plural de biblion ou biblios= livro), portanto é um conjunto de livros. Em hebraico, a Bíblia chama-se “O TANASCH” (o vocábulo é masculino) e constitui o livro sagrado dos hebreus. Narra a história da saída de Abraão da cidade de UR na Caldéia em busca da terra prometida (Canaã). A palavra ‘hebreu’ vem do hebraico “Ever” (‘ivri’) e pode ter dois significados: Em Gênesis. 14, 13, Ever (hebreu) é uma denominação dada a Abraão.
Quando se lê certos textos da Bíblia no original hebraico alguns pontos devem ser exemplificados. Quando o Tanách fala em “Adam”, no início do livro Bereshit, deve-se entender que D”S fez o “ser humano” (Adam=ser humano), não importa quantos ou onde colocou cada um, jamais como nome próprio de um só homem. E na palavra “Hava” entende-se “Vida”, jamais o nome próprio de uma mulher, o que semiticamente(EVA) não faz sentido. Quando um judeu fala em “Shabat”, está falando de algo diferente do sábado, como as pessoas comuns entendem este termo.
Quando se fala em “Pessach”, a referencia se faz a uma festa e cerimônia que nada têm a ver com a Páscoa, como cristãos a entendem. A Bíblia passou por muitas fases até chegar ao seu estágio no Ocidente, passou do hebraico para o grego na famosa tradução dos Setenta (LXX-Septuaginta), daí para o Latim com a Vulgata de São Jerônimo, depois para os diversos idiomas ocidentais e, finalmente, para o português até as nossas mãos.
O mais interessante são as divergências encontradas nas traduções, sendo todas elas traduzidas erroneamente, e , principalmente quando o pastor português, João Ferreira de Almeida confirma que ele cometeu na tradução mais de dois mil erres. Mesmo assim os irmãos protestantes afirmam que sua Bíblia é a pura expressão da verdade. E, eu afirmo: Está muito longe da verdade. Os homens criaram, através dos tempos , conceitos e adaptações dos textos bíblicos às suas conveniências pessoais. E o resultado é que, ainda hoje, são encontradas, muita discrepância, discordância e derivações da Bíblia. Começa pela diferença entre a Bíblia Católica com 73 livros e a Protestante com 66, quando a Bíblia Hebraica tem apenas 24 livros. Olhem a quantidade de Bíblias que temos, se o livro é sagrado só deveria existir somente um. Bíblia Sagrada, traduzida em português por João Ferreira de Almeida (Sociedade Bíblica do Brasil) que é a mais aceita pelos protestantes, a Bíblia de estudo Pentecostal,(Assembléia de Deus, baseada também na tradução de João Ferreira de Almeida), a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas (Testemunhas de Jeová), a Bíblia de Jerusalém (traduzida por exegetas Católicos e Protestantes), a Bíblia de tradução Ecumênica (Traduzida por estudiosos de diversas confissões cristãs e do judaísmo), a Bíblia na Linguagem de Hoje, temos ainda a Bíblia Sagrada do Centro Bíblico Católico, editora Ave Maria, ressalte-se de citada Bíblia discrimina muito irmãos de outras crenças, a Bíblia traduzida por Antonio Pereira Figueiredo publicada em Lisboa, a Bíblia Viva editora Mundo Cristão, a Bíblia Mensagem de Deus, Edições Loyola, a Bíblia Sagrada editora Vozes e editora (“Santuário”). Cada uma delas diz ser a mais correta e a mais digna expressão da verdade.
O hebraico foi à língua utilizada para a escrita da Bíblia, ressalvando o caso dos livros de Daniel e Esdras que foram escritos em Aramaico. Para os judeus, o hebraico é a língua sagrada, com a qual Deus criou o mundo, e seu alfabeto mantém ainda um poder criador para aqueles que saibam combinar estas letras. Exemplos de erros encontrados na Bíblia: “Quando tiveres entrado na terra que o Senhor, teu Deus, te dá, não te porás a imitar práticas abomináveis da gente daquela terra. Não se ache no meio de ti quem faça passar pelo fogo seu filho ou sua filha, nem que se dê à adivinhação, à astrologia, aos agouros, ao feiticismo, a magia, ao espiritismo, à adivinhação ou a evocação dos mortos”. (Tradução incorreta). “Quando tiveres entrado na terra que Jeová, teu Deus, te dá, não deves aprender a fazer coisas detestáveis dessas nações. Não se deve achar em ti alguém que faça seu filho ou sua filha pelo fogo, alguém que empregue adivinhação, algum praticante de magia ou quem procure presságios, ou alguém que prenda outros com encantamento, ou alguém que vá consultar um médium Espírita, ou um prognosticar profissional de eventos , ou alguém que consulte os mortos” Tradução incorreta.
Vejam a original e correta: “Quando entrares na terra que Iahvéh, teu Deus, te dá, não aprendas a fazer as abominações daquelas nações. Não se achará em ti quem faça passar seu filho ou sua filha pelo fogo, nem adivinhador, nem feiticeiros, nem agoureiro, nem cartomante, nem bruxo, nem mago e semelhante, nem que exija a presença dos mortos”. A maioria traduz dorêsh el-hametin como consulta aos “mortos”, no entanto, acima o verbo consultar (shoêl) utilizado antes das palavras “necromantes e adivinho”. Porém, antes das palavras “mortos” observe o verbo muda para (lidrôsh) e o primeiro significado, em hebraico, é EXIGIR, daí, a tradução correta do texto ser: exigir a presença dos mortos.. Se este verbo tivesse o mesmo significado de consultar , não teria razão, no versículo, o autor sagrado trocar o verbo “shoêl por dorêsh” antes da palavra “hametim” (mortos). Sobre Eva, acreditam alguns comentaristas e exegetas que a alegoria bíblica da criação da mulher tinha uma finalidade social: incutir no homem o respeito pela companheira tirada da sua própria carne. A verdade na realidade parece ser outra. Aqui finalizo essa matéria enaltecendo os ensinamentos do escritor José Herculano Pires e do escritor Severino Celestino da Silva fornecendo-nos subsídios que enaltecem essa matéria. Fica aqui uma lição e dizer que as bíblias que estão aí não representam a verdade, se forem analisadas pela Bíblia hebraica através da Hermenêutica e da Exegese. “A verdade não pode existir em coisas que divergem” (São Jerônimo); “Estudando a trajetória do povo israelita, verifica-se que o Antigo Testamento é um repositório de conhecimentos de conhecimentos secretos, dos iniciados do povo judeu, e que somente os grandes mestres da raça poderiam interpretá-lo fielmente nas épocas mais remotas”. (Emmanuel).
ANTONIO PAIVA RODRIGUES- MEMBRO DA ACI E ACADÊMICO DA ALOMERCE