Chega um tempo
Chega um tempo que começamos a navegar num mar calmo de razões depois de uma tempestade de emoções.
Chega um tempo que nossa cabeça parece pulsar e o coração a pensar. Parece até uma inversão fisiológica.
Muitas perguntas fluem pelo rio da paciência.
Muitas lembranças desagradáveis somem na ventania da consciência.
Chega um tempo que a cachoeira agrada mais que um banho...
....a amizade vale mais que ligações obrigatórias familiares
....e os amores vão para os abraços e não para o sexo.
Chega um determinado momento em nossas vidas que o sofrimento caleja e protege... a alegria é sabida que passará logo...e a morte é tão necessária como a vida.
Chega um certo momento que o teatro da nossa vida é aplaudido satisfatoriamente por nós mesmo: somos o diretor, o protagonista, o antagonista e até a arrumadeira do show.
Chega um tempo que a única coisa a se fazer é fazer com amor mesmo sabendo que o desamor estará presente em muitos momentos, e que isto não pode atrapalhar o espetáculo.
O tempo traz um pedaço de sapiência todo nascer do sol.
O tempo serve um cappuccino como ninguém quando a lua diz boa noite.