Alexandre, o Grande e o Presidente Lula

Em algum lugar do passado houve o encontro do Presidente Lula, com Alexandre, o Grande.

O invencível Alexandre recepcionou Lula, e após os cumprimentos, partiram juntos, os intrépidos líderes por excursão em terras belicosas.

Alexandre, o Grande, aspirava glórias, conquistas. Já nosso Presidente tinha aspiração mais modesta, contudo, não menos espinhosa: buscava popularidade.

E por isso nosso Presidente pensou em viajar no tempo e se encontrar com o auto confiante Alexandre. O grande líder, companheiro Alexandre, certamente lhe apresentaria um filósofo que lhe auxiliasse a superar os traumas das seguidas vaias.

Aristóteles, quem sabe? Afinal era ele mestre de Alexandre, e não se furtaria a aconselhar um amigo de seu pupilo.

Mas o notável Aristóteles não se encontrava, portanto, Alexandre tratou de levar Lula até outro filósofo, Diógenes de Sinope.

E Diógenes descansava tranqüilamente deitado sob o sol da sua Corinto, quando percebeu a presença de Lula e Alexandre.

Despreocupado, o filósofo continuou como estava, sem se importar com a figura dos dois grandes líderes.

Lula, um tanto afoito, foi logo propondo a Diógenes cargo no governo, ministério da filosofia e mais uma série de mordomias, para que o filósofo lhe ensinasse a como conviver com as vaias e voltar a ser unanimidade do sofrido povo brasileiro.

Diógenes, tranqüilo, apenas disse a Lula que nada queria, nem ministério, nem cargos, pedindo apenas para que o Presidente se afastasse do sol, para que ele continuasse sua meditação sob os raios do astro rei.

O Presidente, um tanto chateado com o desprezo que o filósofo relegara a ele, disse a Alexandre:

- Companheiro Alexandre, me perdoe, mais a atitude desse Diógenes é pior do que as vaias que venho recebendo no Brasil.

E Alexandre arrematou:

- Pois é, companheiro Lula, é por isso que se eu não fosse Alexandre, queria ser Diógenes!

As constantes preocupações de nosso Presidente com sua popularidade, demonstrando sua insatisfação com as vaias da população brasileira, traz à baila um assunto que apoquenta a alma humana desde que o mundo é mundo: o desejo pela unanimidade.

Nos preocupamos em demasia com o que os outros pensam de nós. Queremos estar bem com tudo e todos, mas a realidade é uma só:

Se nos dispomos a agradar a todos, apenas para receber aplausos e elogios, fatalmente não agiremos de maneira correta, comprometendo-nos com a hipocrisia.

Muitas vezes desagradar é necessário, desagradável, como o próprio nome diz, porém, necessário.

E para desagradar, para ministrar o remédio amargo, contudo imprescindível, temos de nos despir da vaidade de querer ser unanimidade sempre.

A propósito vale a pena questionar a nós mesmos:

Queremos somente aplausos?

Ou:

Obedecer a consciência, mesmo que venham vaias?

Em nossa consciência moram as Leis de Deus, contudo, nos aplausos, e saliente-se, quando estes são apenas de conveniência e sem compromisso com a sinceridade, pode estar nossa perdição.

Porque o aplauso é necessário, o elogio é gostoso, faz bem, estimula, mas só tem valor quando é sincero.

E essa questão de querer somente aplausos é algo que se estende além do Presidente Lula. Vivemos em uma sociedade onde o desejo pela aceitação dos outros é insano e extrapola os limites do aceitável.

Vi muitos colegas querendo dançar balé e não realizando suas vontades porque ficaram refém dos aplausos da turminha que pertenciam. Lamentável!

São casos e mais casos de adolescentes que se envolvem com drogas, dando o primeiro trago, ou o primeiro gole, apenas para serem aceitos em determinada turma. Um absurdo que redunda em funestas conseqüências.

É preciso que saibamos conviver com as críticas e as negativas da vida para que não fiquemos vulneráveis as manifestações contrárias.

Mesmo porque podemos aprender muito com aqueles que apontam falhas em nosso trabalho ou em nossa maneira de proceder.

E essa questão de aprender a conviver com as adversidades começa dentro do lar. Os pais ensinando os filhos que eles não são infalíveis. Quando aprendemos desde cedo que somos seres em aprendizado, e damos testemunho real apenas de nossas conquistas, deixamos de lado a pretensão inútil da unanimidade.

Pensemos nisso!

Wellington Balbo
Enviado por Wellington Balbo em 29/07/2007
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