A MISTERIOSA DANÇA DE 1518, NA FRANÇA

Em 1518, na França, houve um fato que até hoje intriga estudiosos, sociólogos, e cientistas: uma estranha dança sem música. Mas, como pode um fenômeno desses ter atraído tanto as pessoas para um ritmo alucinante, e exaustivo? Durante quatro meses, pessoas, aparentemente, "normais" (em vista do que a sociedade julga quem é, e quem não é normal) dançaram, literalmente, até a morte.

Aos jovens de hoje que curtem sair à noite para os agitos nas casas de show, Bar, Pub Bar, Boates... podem até ter tentado "se acabar" numa pista, dançando até o Sol raiar. Mas, provavelmente, estas pessoas nunca alcançarão o nível dos habitantes de uma cidade francesa chamada Estrasburgo, que dançaram até a morte, no século 16 — no tal fenômeno as pessoas realmente morreram de tanto dançar.

Um vídeo recente publicado pela BBC Londres tenta explicar este que é um dos episódios mais estranhos e inexplicáveis da história: a epidemia de dança de 1518. O caso começou quando uma cidadã Frau Troffea começou a dançar sozinha e sem música, isso no meio da rua. À princípio, ela foi encorajada por palmas e gritos, mas não demorou muito para perceberem que havia alguma coisa de estranho. A mulher não parou mais de dançar. E continuou com os movimentos ritímicos durante seis dias. Mas a coisa não parou por aí... foi adiante, houve adeptos.

O comportamento bizarro começou a se espalhar e, em uma semana, outras 34 pessoas acompanharam Troffea na dança. Em um mês, o número chegou a 400 pessoas.

Mas, nada fazia com que elas parassem de dançar, nem mesmo a morte de alguns por exaustão ou ataques cardíaco. Na época a imprensa local havia informado que 15 pessoas chegavam a morrer por dia.

Os médicos e especialistas à época até chegaram a concluir que a epidemia era uma doença natural, causada por “sangue quente” - muita adrenalina, movida ao color dos hormônios.

Para tentar ver se conseguiam retirar as pessoas do "transe", um grupo chegou a construir palcos e levaram músicos ao local, pensando que a crise cessaria se fosse estimulada quando ouvissem o som dos instrumentos reais. Só que o efeito resultou num evento contrário, trazer músicos para o local, mostrou-se uma tragédia quando perceberam que mais pessoas passaram a se sentir mais motivadas a dançar. E outros que passavam por ali, também iam entrando no ritmo. Ao se sentirem convidados a se juntar aos dançarinos, aumentando a epidemia.

Depois de quatro meses de dança ininterrupta e várias mortes, a epidemia parou de repente (da mesma forma que começou). E as pessoas retornaram a sua vida normal.

Durante séculos, até os dias atuais especialistas discutiram se a epidemia era uma doença real ou um fenômeno social. As evidências acabaram apontando que a epidemia era uma espécie de "contágio cultural," que atinge populações que passam por extrema miséria, fazendo com que elas começassem a dançar até a exaustão.

Doravante, o evento se repetiu em mais algumas cidades ao longo dos anos, mas os estudiosos ainda não conseguiram entender com plena convicção o que pode ter causado tal fenômeno.

Fabinho Oliveira
Enviado por Fabinho Oliveira em 06/11/2016
Reeditado em 07/06/2019
Código do texto: T5815253
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