Caminhões não dão ibope.

Caminhões não voam.

Uma vez por ano morrem 150-200 pessoas num grande desastre aéreo, seguido de incêndio num raio de 100 metros e entre as vítimas estão importantes elementos da sociedade. Por isto choca mais e explora-se mais a deficiência das autoridades que não se entendem (tem muitas siglas envolvidas e pouco consenso). As manchetes nos jornais perduram por 15 ou 20 dias.

Devido às precárias condições rodoviárias e falta de fiscalização séria de veículos, nos mais de 5000 municípios do país, cerca de 150 pessoas morrem por dia nos acidentes ocorridos neste universo.

Este tipo de acidente só ganha a primeira página por um dia, se um caminhão transportando 20 ou 30 cortadores de cana (escravos) “voa” sobre uma ponte e mergulha sobre 3 ou 4 caros estacionados lá embaixo. Pode garantir um segundo dia de manchete se um dos carros pertencer a um figurão da sociedade.

Na área de saúde tantos outros morrem por dia por falta de leitos, medicamentos e médicos. Muitos morrem em suas casas, por não conseguirem as senhas distribuídas pelas madrugadas nas filas da morte.

Na área de segurança pública tantos outros falecem em função da misteriosa falta de atuação das polícias despreparadas e da Justiça propositalmente emperrada.

Na área de educação também existem vítimas. Você não percebeu como? Confira.

A criança cresce sem absorver ensinamentos adequados. Chega ao mercado de trabalho e tem de se sujeitar a salários miseráveis que o levam a uma vida em local inóspito, doentio e sem alimentação de qualidade. Torna-se propenso a doenças sem condições de realizar tratamentos e adquirir medicamentos. Morre “tranqüilo” antes dos 50 carregando infecções acumuladas.

De comum entre autos, aviões e outras áreas citadas, apenas fica evidente a falta de planejamento dos “técnicos” do setor, desvio de recursos pelos signatários dos “contratos” e fuga na hora de prestar contas à sociedade por parte das “autoridades”.

Haroldo – Vila Isabel / RJ

Haroldo P. Barboza – Vila Isabel / RJ

Autor do livro: Brinque e cresça feliz.

Haroldo
Enviado por Haroldo em 25/07/2007
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